Análise de 122 Pesquisas sobre Modelos
de Ensino e Aprendizagem indicam o Melhor Caminho
Nos
anos 1970 havia a percepção geral de que os estudantes quando reunidos em
grupos de cooperação aprendiam mais e melhor do que em modelos individualísticos
ou competitivos. A fim de investigar sobre o assunto e confirmar (ou não) essa percepção, dois pesquisadores da
Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, Roger Johnson e David Johnson¹, fizeram
uma meta-análise de 122 pesquisas e estudos realizados nos EUA sobre
metodologias de ensino realizando uma análise comparativa entre os mesmos. Eram
artigos científicos, pesquisas de centros acadêmicos, dissertações de mestrado,
teses doutorais, e documentos de análises de Secretarias de Educação.
De uma forma geral, três grandes modelos se apresentavam: cooperação, competição e individualismo. Ao analisar e comparar mais a fundo nesses estudos, eles perceberam que era possível fazer seis análises com
quatro derivações dos grupos ou modelos principais que se evidenciavam na pesquisa: os grupos de cooperação, os grupos de
cooperação que competiam com outros grupos, os alunos trabalhando de forma
isolada e os alunos em competição uns contra os outros.
Após
as diversas análises que levaram seis anos, eles chegaram às seguintes
conclusões: os grupos de cooperação (cooperam entre si e cooperam com os outros
grupos) aprendem mais e melhor, seja em performance acadêmica, desenvolvimento
de competências, habilidades e valores de relacionamento em grupo, como trabalho
em equipe, relações interpessoais e solidariedade, entre outros valores. Em seguida, abaixo dos grupos cooperativos, os grupos competitivos se mostraram mais produtivos que os modelos de competição individual e, por último, os modelos individualísticos.
Em
2008 Cary Roseth² e uma equipe repetiram o estudo, dessa vez a comparação de 147
pesquisas (realizados em todo o mundo) permitiu que essa meta-análise fosse
ainda mais abrangente. Os estudos mostraram novamente que a aprendizagem em
modelos de cooperação é mais produtiva e efetiva no que diz respeito à performance
acadêmica e aprendizagem de competências e valores.
Em
2013 Eva Kyndt³ e colaboradores reuniram 65 estudos realizados em diversos
países de 1995 em diante, questionando se de fato a aprendizagem em cooperação
(aprendizagem cooperativa e colaborativa) é mais efetiva do que os outros
modelos. E os resultados comprovaram mais uma vez que a aprendizagem em
cooperação promove maior performance acadêmica quando comparada com modelos individualísticos
ou competitivos.
Diante
dessas evidências científicas tão amplas e validadas, não seria interessante
fazer uso de estratégias cooperativas no ensino e na aprendizagem?
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Referências
¹JOHNSON, David W. ; JOHNSON, Roger. A
Socialização e a crise da busca da realização: está a solução nas experiências
cooperativas de aprendizagem? Applied
Social Psychology Annual 4 (Bervely Hills, California, Sage Publicantions,
1983) pp. 119-159
_____________________________________ e SCOTT, Linda. Os
Efeitos do Ensino Cooperativo e da Instrução Individualizada sobre os
Estudantes – Atitudes e Conquistas Acadêmicas. Journal of Social Psychology 104 :2 (abril de 1978),
pp 207-216
²ROSETH, Cary J.; JOHNSON, David W. ; JOHNSON,
Roger. T.
Promovendo a conquista e o Relacionamento entre pares dos adolescentes: os
efeitos das estruturas de metas cooperativas competitivas e individualistas.
Boletim Psicólogo 2008, Vol.34 Nº2, 223-246, 2008. Disponível em:
www.apa.org/pubs/journals/releases/bul-1342223.pdf
³KYNDT,
Eva .; RAES, Elizabeth; LISMONT, Bart; TIMMERS, ; CASCALLAR,
Educardo ; DOCHY, Filip. Uma meta-análise dos efeitos da aprendizagem
cooperativa face a face. Estudos recentes invalidam ou confirmam descobertas
anteriores? Educational Research Review, Volume 10 Dezembro de 2013, páginas
133-149. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1747938X13000122
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