terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Para Ser Feliz

Luminita D. Saviuc escreveu um artigo chamado "Quinze Coisas Que Você Deveria Abandonar Para Ser Feliz e ter mais Sucesso na Vida". Todos nós, pelo menos a maioria, já se deparou com essas 'coisas' e alguns até já se decidiram sobre algumas delas.Mas vê-las todas juntas nos faz pensar que é importante decidir sobre cada uma delas.
Na virada de ano é uma boa leitura. Na realidade é uma ótima leitura e reflexão. 

1. Desista da sua necessidade de estar sempre certo:
Há tantos de nós que não conseguem suportar a ideia de estarmos errados, querendo sempre estar certos, mesmo sob o risco de terminar grandes relacionamentos ou causar um grande nível de estresse e dor, para nós e para outros. Isso não vale a pena. Quando você sentir a necessidade “urgente” de entrar em uma briga sobre quem está certo e quem está errado, pergunte a si mesmo o seguinte: “Eu preferiria ser a pessoa certa ou a pessoa gentil? Que diferença isso vai fazer? O meu ego é realmente grande desse jeito?”
2. Desista da sua necessidade de controle:
Esteja disposto a desistir da sua necessidade de sempre controlar tudo que acontece a você e em volta de você – situações, pessoas, eventos etc. Seja com seus amados, colegas de trabalho ou somente estranhos que você encontra na rua – apenas permita-os ser. Permita que tudo e todos sejam como eles são e você verá o quão melhor isso vai fazer você se sentir. “Ao se desapegar, tudo se torna realizado. O mundo é vencido por aqueles que se desapegam. Quando você tenta e tenta, o mundo se torna mais do que vencer.” (Lao Tsé)
3. Desista da culpa:
Desista da sua necessidade para culpar outros pelo que você tem ou não tem, pelo que você sente ou não sente. Pare de dar seus poderes para outros e comece a assumir as responsabilidades da sua própria vida
4. Desista da sua conversa interior derrotista. Oh, meu Deus! Quantas pessoas estão machucando a elas mesmas por causa das suas mentalidades negativas, poluídas e repetitivas? Não acredite em tudo que sua mente está lhe dizendo – especialmente se é negativista e auto-destrutiva. Porque você é melhor do que tudo isso. “A mente é um instrumento supremo se usada corretamente. Usada de maneira errada, no entanto, ela se torna muito destrutiva.” – Eckhart Tolle
5. Desista das suas crenças limitantes:
Sobre aquilo que você pensa que pode ou não pode fazer, sobre o que é possível ou impossível. De agora em diante, você não mais irá permitir que suas crenças limitantes mantenham você paralisado no lugar errado. Abra suas asas e voe! Uma crença não é uma ideia presa pela mente, ela é uma ideia que prende a mente. – Elly Roselle.
6. Desista de reclamar:
Desista da sua necessidade de reclamar sobre aquelas muitas, muitas, muuuuuitas coisas – pessoas, situações, eventos que lhe fazem infeliz, triste e deprimido. Ninguém pode fazer você infeliz, nenhuma situação pode fazer você triste ou miserável a não ser que você permita que isso aconteça. Não é a situação que dispara aqueles sentimentos em você, mas sim como você escolhe olhar para tudo aquilo. Nunca subestime o poder do pensamento positivo.
7. Desista da luxúria das críticas:
Abandone sua necessidade de criticar coisas, eventos ou pessoas que são diferentes de você. Nós somos todos diferentes, e mesmo assim somos iguais. Todos nós queremos ser felizes, todos nós queremos amar e sermos amados e todos nós queremos ser compreendidos. Todos nós queremos algo, e algo que é desejado por todos nós.
8. Desista da sua necessidade de impressionar os outros:
Pare de pensar tão seriamente em ser algo que você não é somente pra fazer os outros gostarem de você. Isso não funciona desse jeito. No momento que você para de tentar tão seriamente ser algo que você não é, no momento que você tira todas as suas máscaras, no momento que você aceita e abraça seu eu verdadeiro, você descobrirá as pessoas sendo atraídas por você, sem esforço algum.
9. Abandone a sua resistência à mudança:
Mudar é bom. Mudar irá lhe ajudar a ir de A a B. Mudar irá ajudar você a fazer melhorias em sua vida e também na vida de pessoas à sua volta. Siga seu destino, e abrace a mudança – não resista a ela. “Siga o seu destino e o universo irá abrir portas para você onde antes só haviam muros.” – Joseph Campbell
10. Desista das etiquetas:
Pare de etiquetar coisas, pessoas ou eventos que você não entende. Pare de chamá-los “estranhos” ou “diferentes”. Tente abrir sua mente, pouco a pouco. "As mentes são como paraquedas: só funcionam corretamente quanto estão bem abertas". “A mais alta forma de ignorância é quando você rejeita algo sobre o qual você não sabe nada sobre.” – Wayne Dyer
11. Desista dos seus medos:
Medo é só uma ilusão. Ele não existe – você o criou. Está tudo na sua mente. Corrija o seu interior e tudo no seu exterior irá se encaixar. “A única coisa que nós temos que temer é o próprio medo.” – Franklin D. Roosevelt.
12. Desista das suas desculpas:
Coloque-as em um pacote e diga a elas que elas estão despedidas. Você não mais precisa delas. Um monte de vezes nós limitamos a nós mesmos por causa das muitas desculpas que nós usamos. Ao invés de crescer e trabalhar em melhorar nós mesmos e nossas vidas, nós nos tornamos presos, mentindo para nós mesmos, usando todos os tipos de desculpas – desculpas que 99,9% das vezes não são nem reais.
13. Desista do seu passado:
Eu sei, eu sei. É difícil. Especialmente quando o passado parece tão melhor do que o presente – e o futuro parece tão assustador. Você deve levar em conta o fato de que o momento presente é tudo o que você tem e tudo que você irá ter na vida. O passado que você agora está buscando reviver – o passado com o qual você ainda sonha – foi ignorado por você quando ele era presente. Pare de se iludir. Esteja presente em tudo que você faz, e aproveite a vida. Afinal, a vida é uma jornada, não um destino. Tenha uma visão clara do futuro. Prepare a si mesmo, mas sempre esteja presente no seu agora.
14. Desista do apego:
Este é um conceito que, para a maioria de nós, é tão difícil de compreender e eu tenho que dizer a você que isso era complicado pra mim,também. E ainda é… Mas não é mais algo impossível. Você fica melhor e melhor nisso com tempo e prática. No momento em que você desliga a si mesmo de todas as coisas, você se torna muito mais cheio de paz, tão tolerante, tão gentil e tão sereno… Isso não significa que você não dê o seu amor para estas coisas – porque amor e apego não têm nada a ver um com o outro. Apego vem de um lugar chamado medo de perder, enquanto amor… Bem, amor real é puro, gentil e sem ego. Onde há amor não pode haver medo, e por causa disso, apego e amor não coexistem. Livrando-se do apego, você chegará em um lugar onde você será capaz de entender todas as coisas sem tentar. Um estado além das palavras.
15. Desista de viver sua vida através das expectativas de outras pessoas.
Muitas pessoas estão vivendo uma vida que não é a vida delas. Elas vivem vidas de acordo com o que os outros pensam que é melhor para elas, elas vivem suas vidas de acordo com o que seus pais pensam que é melhor, pelo que seus amigos pensam, seus inimigos, professores, família, governo e até do que a mídia pensa que é melhor para elas. Elas ignoram suas vozes interiores, aquele chamado interno… Essas pessoas estão tão ocupadas em procurar agradar a todo mundo, preocupadas em atender as expectativas de outros, que elas perdem o controle de suas próprias vidas. Elas esquecem o que as torna felizes, o que elas querem, o que elas precisam… E, eventualmente, elas esquecem delas próprias. Você tem uma vida – essa aqui, agora – e você precisa vivê-la, apropriar-se dela e, especialmente, não deixar que a opinião de outras pessoas, distraia você do seu caminho. E quem não quer ser ainda mais feliz na vida? Se você quiser ter de volta muito mais das suas boas emoções, utilize este teste de equilíbrio emocional que nós desenhamos especialmente para lhe ajudar a criar a partir de hoje uma vida muito mais realizada.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Lançamento do Livro Trabalho em Equipe, Aprendizagem Cooperativa e Pedagogia da Cooperação

Em Abril, lançamento do Livro em Fortaleza (Universidade Federal do Ceará) e em São Paulo (Martins Fontes):

Trabalho em Equipe, Aprendizagem Cooperativa e Pedagogia da Cooperação



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Homenagem aos Mestres

“Mestres Escultores”
Por Frank Viana Carvalho

Até que sejamos mestres
o que somos de fato?
Somos aprendizes ensinando?
Ou somos mestres aprendendo?

Somos rios regando as margens
e levando água aos sedentos?
Ou somos árvores que dão sombra
e oferecemos frutos aos famintos?


Lapidamos e esculpimos as pedras,
transformando em cristais reluzentes,
os olhos ávidos pelo saber,
as mentes prontas a aprender...

Vamos à cátedra inspirados ou motivados

na verdade em constante transformação,
Como a água do rio corrente
por todos os lugares por onde passa...

Se não somos, estamos.
E se estamos, transformamos,
acertando, muitas vezes,
e errando, quem sabe?
Mas até o erro é aprendizado,
pois também mostra o caminho,
de ensinar mais e melhor,
de aprender enquanto ensinamos.

Se formos capazes de sempre aprender,
se formos capazes de sempre nos renovar,
então chegaremos ao final da nossa jornada
felizes por ter cumprido a nobre missão.”

Esta poesia fiz em homenagem aos Professores em 15 de Outubro de 2014.

Fonte da Imagem:

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A PEDAGOGIA DE PROJETOS

A PEDAGOGIA DE PROJETOS

Dr. Frank Viana Carvalho
Ms. Delly Danitza Lozano Carvalho
Resumo
Hoje se fala muito da importância de se trabalhar com projetos para a eficiência e eficácia da educação. Será que realmente os projetos são a resposta que a escola esperava? Se sim, o projeto acaba por ser um planejamento de ações pedagógicas que pode surgir como fruto da vontade do grupo e não apenas da vontade do diretor escolar ou do professor regente.

Abstract
Today there is much talking of the importance of working on projects for the efficiency and effectiveness of education. Does it really projects are the answer that the school expected? If yes, the project turns out to be planning a pedagogical actions that may arise as a result of the will of the group and not just the will of a school principal or classroom teacher.


Há alguns anos estivemos em um Congresso de Educação em Brasília e assistimos junto com outros congressistas uma peça teatral sobre a escola. A peça pareceu-nos muito interessante e a personagem central da narrativa era a "escola". Vivendo muitas angústias, crises e depressões e sem conseguir resolver seus principais problemas, a "escola" conhece então uma personagem que finalmente a ajudará: o "projeto pedagógico". A peça seguiu até ao seu final na apresentação das incríveis "soluções" que o "projeto" oferecia à "escola".

Infelizmente em se tratando de educação não existem soluções mágicas como naquela encenação. Todas as soluções efetivas passam por muito planejamento, muito trabalho e até ajustes e reajustes. Isto também acontece com o atualmente "famoso" Projeto Pedagógico. Hoje se fala muito da importância de se trabalhar com projetos para a eficiência e eficácia da educação. Será que realmente os projetos são a resposta que a escola esperava? Será que uma pedagogia de projetos apresenta as melhores soluções para as questões da educação? Procuramos resumir aqui algumas contribuições para elucidar esta "novidade" educacional.

Em se tratando de educação, o que é um Projeto?

A característica básica de um projeto é a de ter um objetivo compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final em função do qual todos trabalham e que terá, necessariamente, destinação, divulgação e circulação social internamente na escola ou fora dela. Além disso, os projetos permitem dispor do tempo de forma flexível, pois o tempo tem o tamanho necessário para conquistar o objetivo: pode ser de alguns dias ou de alguns meses.

Para sua execução, portanto, é preciso planejar, prever, dividir responsabilidades, aprender conhecimentos específicos relativos ao tema em questão, desenvolver capacidades e procedimentos específicos, usar recursos tecnológicos, aprender a trabalhar em grupo agindo de acordo com as normas, valores e atitudes esperadas, controlar o tempo, dividir e redimensionar as tarefas, avaliar os resultados em função do plano inicial.

Vários tipos de projetos
Em se tratando de educação existem vários tipos de projetos e relacionamos aqui os principais:
1. O Projeto Pedagógico, que também é chamado de Proposta Pedagógica, é amparado na LDB e é uma exigência legal para as Instituições Educacionais. Este Projeto é um retrato da Instituição, pois ali estará um detalhamento das ações que serão desenvolvidas, os recursos que serão aplicados, a estrutura oferecida pela Instituição, a sua metodologia de ensino, o seu sistema disciplinar, o seu modelo de avaliação, bem como os projetos pedagógicos que serão desenvolvidos no período letivo.
2. Os Projetos Globais, também são chamados “Projetos Macro”. Sua característica principal é a interdisciplinaridade, mas sua ênfase não são os conteúdos curriculares (embora trabalhe com estes), e sim os conteúdos atitudinais e valorativos. Seu enfoque está no desenvolvimento das habilidades e dos valores. São exemplos de Projetos Globais as Feiras Culturais, as Feiras de Ciência, os grandes eventos esportivos escolares (Jogos Abertos, Olimpíadas, etc.) as Exposições Escolares, as Gincanas, as Semanas Especiais e outros eventos que em sua execução acabam por envolver toda a escola ou várias séries e turmas (ou até mesmo mais de uma escola).
3. Um outro foco importante são os Projetos de Sala de Aula. Eles se subdividem em Projetos Disciplinares (Disciplinas Específicas), Projetos Multidisciplinares (um tópico que é abordado por diferentes disciplinas, sob diferentes aspectos) e Projetos Interdisciplinares (temas ou tópicos que fazem parte de mais de uma disciplina necessariamente).
4. Projetos com Jogos - Aproveitando o potencial dos jogos no desenvolvimento dos alunos, estes Projetos  utilizam os jogos no contexto das disciplinas, trabalhando os seus conteúdos de forma direta ou indireta, potencializando as ações pedagógicas no desenvolvimento de atividades cognitivas, sociais, afetivas, lúdicas,  recreativas e motoras.
5. Projetos com Temas Geradores - Para a atuação com conteúdos Didáticos e curriculares em forma de Projetos, sobretudo em sala de aula e com uma turma especificamente. Envolve uma participação efetiva dos alunos na busca do conhecimento e das respostas e soluções aos problemas propostos. Eles podem ocorrer em sala de aulas, no ambiente escolar ou mesmo em forma de pesquisa extraclasse.

O projeto que se apresenta como uma proposta de solução para o professor no seu dia a dia é o último da lista anterior: o projeto com Temas Geradores. Isto até em função de que os outros projetos continuarão acontecendo na escola - provocando ou não mudanças, trazendo ou não soluções. Desta forma existe uma necessidade de que o professor transporte para dentro de sua sala de aulas a construção e a realização dos projetos a fim de que eles sejam ferramentas pedagógicas reais. Vejamos o porquê.

Dilema da escola : Tempo & Conhecimento & Competências.
A vida real apresenta ao ser humano a necessidade conjunta de conhecimento e de competências. No caso aqui, queremos definir "conhecimento" como o conjunto dos conhecimentos teóricos ou curriculares. Por outro lado, as competências serão definidas como as habilidades necessárias para a utilização deste conhecimento. Perrenoud as define como a “capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiado em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”[1].

A escola moderna vive um grande dilema: possui uma significativa bagagem (carga) de conhecimentos curriculares (teóricos) muito grande que julga serem necessários para os seus alunos. De igual modo, também crê na importância do desenvolvimento das habilidades ou competências. Para Fernando Hernandez, o principal autor e referência no assunto, “projeto é o enfoque integrador da construção de conhecimento que transgride o formato da educação tradicional de transmissão de saberes compartimentados e selecionados pelo professor.” Para ele, "todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto”. [2] 

Alguns professores optam por dar bastante conteúdo (entenda aqui conteúdo como conhecimentos teóricos) em detrimento do enfoque nas habilidades (conteúdos atitudinais) e nos valores (conteúdo valorativo). Na realidade, existem cobranças pelo avanço no conteúdo teórico (dar toda a matéria) e ao mesmo tempo se avolumam as pressões para que os docentes também trabalhem com o desenvolvimento das habilidades. Mas isto exige tempo e preparo. Na prática a maioria enfoca o primeiro em detrimento do segundo e uma outra parte dos professores enfoca as habilidades em detrimento do avanço nos conteúdos. Será que existe solução para este dilema?
Pensando neste problema alguns educadores têm elaborado propostas interessantes e que têm funcionado com sucesso em diferentes escolas. Um delas é a pedagogia de Projetos, com eles acontecendo dentro da sala de aulas (conhecida como Temas Geradores).

Descrevendo o Projeto com Temas Geradores
Os Projetos com temas geradores são de grande valor para a prática pedagógica cotidiana, pois eles permitem que se realizem no dia a dia da sala de aula, projetos multidisciplinares com temas curriculares.
Diversos professores gostariam de trabalhar de forma diferenciada todos os dias a fim de motivar os seus alunos e isto de fato é possível. Como afirmou recentemente o educador espanhol Antoni Zabala: “o segredo de tudo está na participação dos alunos no processo”[3]. Desta forma, a proposta dos projetos com os temas geradores vê na participação dos alunos o diferencial para o sucesso da relação ensino e aprendizagem.

I - A Escolha dos Temas
Com base na proposta que o professor pretende trabalhar com os seus alunos (proposto em seu planejamento) e com base nos objetivos propostos, o professor deve lançar propostas de temas de acordo com a realidade dos alunos.
Pensando nas habilidades que almeja desenvolver, o professor deve indicar uma linha principal ou um tema gerador. As habilidades que ele pretende trabalhar com seues alunos podem ser cognitivas, de relacionamento interpessoal, sensório-motoras, visuais-espaciais, sócio-afetivas, morais, etc.

II - A Construção do Projeto
Esta construção ocorre conjuntamente com os alunos, mas para o seu início o professor utiliza-se de um recurso pedagógico chamado de “agente estimulador”. Este agente pode ser um filme sobre o assunto, uma excursão, uma reportagem, uma notícia importante e atual, uma propaganda, uma entrevista, etc.
Este agente estimulador vai criar o clima e o espaço adequado para que o professor conduza um “debate” ou “discussão” sobre o assunto. Neste momento haverá um aprofundamento sobre o conhecimento relativo ao tema principal (gerador). Ocorrerá um PQA[4] ou um processo que permitirá levantar os pontos que precisam ser aprofundados.

PQA (Pensar, querer, aprender)

A estratégia do PQA (KWL[5]) foi desenvolvida por Donna Ogle[6] e é um poderoso meio para ajudar os alunos desenvolverem e construírem significado. Antes de começar uma atividade de representação, leitura de um capítulo, assistir a um filme ou desenvolver um projeto, os alunos devem escrever (ou dizer) “o que eu penso sobre este tópico?” (P). e “o que eu gostaria de (ou quero) aprender sobre este assunto?”(Q)? Depois da leitura, apresentação, observação, etc, os alunos devem relatar “o que eu aprendi” (A).

PQA

O que eu sei
O que eu gostaria de saber
O que eu aprendi

A partir do “agente estimulador” várias abordagens podem ser feitas pelo professor:
Fazer perguntas aos alunos:
a) O que vocês gostariam de aprender sobre ...?
b) O que podemos fazer para realizar uma pesquisa sobre ...?
c) O que temos ouvido falar sobre ...?

Ele deve também incentivar e estimular os alunos para questões que eles possam estar fazendo para um aprofundamento no assunto em questão. O professor, de maneira cuidadosa, vai estabelecendo os caminhos da pesquisa a partir das questões levantadas.

Coordenar os objetivos gerias do planejamento com os objetivos estabelecidos no Projeto com os Temas Geradores.

Algumas questões e perguntas colocadas pelos alunos serão repetitivas, superficiais e até mesmo, redundantes. Cabe ao docente, respeitando a opinião dos alunos, resumir, direcionar, suprimir e esquematizar em linhas gerais o Projeto.
Esta característica de partilha do planejamento, inerente ao desenvolvimento do projeto, favorece o necessário compromisso do sujeito que aprende com sua própria aprendizagem, pois ela se torna muito mais produtiva quando o grupo que realiza o projeto conta com a participação de cada um na função de alcançar uma meta comum, do que quando as tarefas são definidas apenas pelo professor.

III - Os Objetivos e a Duração
Os objetivos do tema proposto serão aqueles que estão estabelecidos no planejamento que o professor faz ao começo do ano. Alguns objetivos específicos serão aprofundados em função do tema.

O Projeto pode durar um mês, um bimestre ou mesmo mais, podendo ser até mesmo todo o ano letivo. Como funcionará em concordância com os objetivos e o programa estabelecidos no planejamento, não haverá nenhuma fragmentação de conteúdos, superficialidade ou desgaste na exploração do tema por excessiva exposição. No entanto, ao planejar o Projeto, o professor deverá ter em mente o início (abertura), o durante (desenvolvimento) e o fechamento (conclusão) desta atividade.

IV - Durante o Projeto
Os alunos estarão desenvolvendo uma pesquisa e montando uma “pasta” com todas as informações coletadas. Esta pasta, também chamada de “Dossiê” consiste em tudo o que o aluno pode conseguir sobre o assunto proposto. A Realização do Projeto não exige que haja um formato específico para este Dossiê, a menos que o professor estabeleça desta forma.

V - Compartilhando
Em um tempo devidamente separado para esta finalidade, o professor abre um espaço na sala de aula para que os alunos compartilhem as novas informações que eles estão conseguindo sobre o assunto. Isto pode estar ocorrendo cada dia, ou semanalmente ou ainda em outra periodicidade estabelecida pelo professor.
Este será um momento importante, pois os alunos estarão contanto sobre o que eles aprenderam ao realizar aquela pesquisa. Desta forma, novos conhecimentos e experiências serão compartilhadas.

VI - Fechamento
A parte final é a entrega do “Dossiê”. Neste dia os alunos, juntamente com o professor estarão apresentando as conclusões mais importantes sobre aquela grande pesquisa e “jornada de exploração” do tema proposto.
Os “Dossiês”, após a revisão do professor, voltam para os alunos, formando assim parte de um arquivo pessoal. Se este material foi colocado em uma pasta com folhas plásticas, ou encadernado em espiral, certamente poderá levar o aluno o aluno a sentir uma motivação maior para guarda-lo e consulta-lo futuramente, até mesmo como fonte de pesquisa.

Resumindo o Projeto com Temas Geradores

Preparativos:
1. Objetivos do Educador.
2. Comunicação entre o professor e a coordenação e direção da escola.

Escolha do Tema:
a. Escolha feita juntamente com os alunos.
b. Várias propostas apresentadas pelo professor, os alunos escolhem uma.
c. A proposta é então definida pelo Professor
d. Elencar as possíveis dificuldades (resistência dos pais, dos alunos, dificuldades com o tema proposto) e mostrar as possibilidades de superação destes obstáculos.

Desenvolvimento do projeto:
1. Lançamento do Projeto.
2. Escolha dos itens a serem estudados e trabalhados.
3. Escolha do nome oficial do projeto.
4. Atividades propostas para o trabalho no projeto.
5. Definição do tempo de trabalho.
6. Análise das fontes de pesquisa.
7. Adequação às necessidades da classe e aos objetivos do professor para com seus alunos
8. Pesquisa das informações necessárias.
9. Levantamento de dados
10. Elaboração do mural do projeto
11. Ambiente da sala – respira o projeto
12. Elaboração do Dossiê do aluno.

Fechamento do Projeto:
1. Dossiê do aluno.
2. Álbum de informações da classe.
3. Depoimento dos pais.
4. Avaliação com os alunos sobre o desenvolvimento do Projeto.


Conclusões Finais

O projeto não é a "salvação" da escola como naquela peça teatral que citamos a princípio, mas não se pode negar que ele traz várias respostas para os principais problemas que a escola enfrenta. E para o trabalho com os conteúdos e com o desenvolvimento de competências o desenvolvimento de projetos em sala de aula parace ser uma solução apropriada.

Em educação não existe mudanças repentinas ou o “ovo de Colombo”. Se quisermos resultados, teremos que planejar e trabalhar. Qualquer que seja o caminho para melhores resultados, ele, sem dúvida, passa por muito esforço e dedicação. Assim também o é com a proposta da construção de projetos para que eles direcionem o trabalho da escola, dos professores e dos alunos. Em última instância o Projeto acaba por ser um "planejamento" de ações pedagógicas que pode surgir como fruto da vontade do grupo e não apenas da vontade de um diretor ou professor. Aceite o desafio: construa um projeto com seus alunos e execute-o. Você perceberá que é mais fácil do que parece.

Referências
[1] PERRENOUD, Phillipe. Dez Novas Competências para ensinar. Porto Alegre: ARTMED, 2000, p. 27.
[2] HERNÁNDEZ, Fernando.; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5ed., Porto Alegre: Artmed, 1998.
[3] ZABALA, Antoni. Modelos se discutem (artigo). Revista do Ensino Superior. São Paulo: Editora Segmento. Ano 2, nº 26, novembro de 2000, pp. 12-15.
[4] PQA: O que Penso sobre o assunto; o que Quero aprender; o que finalmente Aprendi.
[5] KWL – Knowledge, Want to learn, Learning.
[6] OGLE, Donna. KWL: A teaching Model that Develops Active Reading in Expositoy Text, The Reading Teacher 39, 1986, 564-576.

sábado, 19 de julho de 2014

Homenagem a um Amigo que se foi - Rubem Alves

Nós nos conhecemos com ele já maduro, experimentado e sábio. Minha insistência em levá-lo para palestrar em alguns lugares era mais pelo desejo de conversar com ele, de ouvi-lo e trocar algumas ideias, do que pelas palestras em si (o que era um espetáculo à parte). Falamos sobre muitas coisas: Deus, fé, religião e sofrimento ocuparam mais espaço a princípio... depois educação e política. Filosofia e Psicanálise quase ficaram de fora... Generoso, ele aceitou o convite tímido que fiz para ler meus escritos e até dividirmos alguma publicação futura... Nesse último, não deu tempo...
Ele primeiro foi pastor e depois seguiu o rumo da educação. Estudou bastante, ajudou muitas pessoas e viveu intensamente. Talvez em função das trajetórias semelhantes em alguns aspectos, eu o admirasse tanto...
Agora ele se foi - uma das mentes mais lúcidas em conseguir captar o essencial da vida... 
Vá ao encontro do Criador, meu amigo. Um dia a gente se encontra.
"Já tive medo de morrer. Não tenho mais. Tenho tristeza. A vida é muito boa. Mas a Morte é minha companheira. Sempre conversamos e aprendo com ela. Quem não se torna sábio ouvindo o que a Morte tem a dizer está condenado a ser tolo a vida inteira." Rubem Alves

domingo, 25 de maio de 2014

A AVENTURA DO FRACASSO: ALFABETIZAR E ENSINAR MATEMÁTICA NO BRASIL

A AVENTURA DO FRACASSO:
ALFABETIZAR E ENSINAR MATEMÁTICA NO BRASIL

Dr. Frank Viana Carvalho

Resumo
Há anos nossos resultados na educação fundamental têm se mostrado insuficientes face ás demandas do mundo moderno. E esse descompasso se mostra cada vez mais evidente no ensino de duas competências básicas: ler e escrever e matemática básica.

Abstract
For years our results in primary education have proven insufficient for the demands of the modern world. And this mismatch is shown increasingly evident in the teaching of two basic skills: literacy and numeracy..


Estamos em 2014 e há doze anos tenho repetidamente insistido numa mesma tecla: se queremos ver reais mudanças na educação brasileira, devemos mudar nossas atitudes com relação à alfabetização e ao ensino da matemática básica.
Ano após ano, quando são divulgados os resultados de testes internacionais de avaliação da aprendizagem dos alunos da língua materna e da matemática básica nos deparamos com tristes fatos. E nesse ano a notícia se repetiu – os resultados de um novo teste do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o Brasil ficou apenas com a 38ª colocação entre os 44 países participantes.
A pontuação média entre todos os participantes foi de 500 pontos, enquanto os brasileiros marcaram 428 pontos. Ainda segundo o relatório, 47,3% dos nossos estudantes tiveram performance considerada baixa. Menos de 2% foram capazes de solucionar problemas complexos.

Quando recebemos as notícias do resultado da Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização (Prova ABC), promovida por uma parceria entre o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a Fundação Cesgranrio, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope e o movimento Todos Pela Educação em 2011, um sentimento de grande incômodo tomou conta dos líderes da educação no Brasil. Mas o que foi feito desde então? É difícil responder.
No teste mais atual, onde a OCDE buscou avaliar mais as habilidades cognitivas dos estudantes do que seu conhecimento de conteúdo matemático, participaram do exame cerca de 85 mil alunos, todos com 15 anos de idade. E de novo, os resultados dos estudantes brasileiros continuam desanimadores.
Entretanto, mais uma vez os resultados apontaram para a raiz do problema, mas os “especialistas” e “entendidos” não conseguem vê-lo. Das duas, uma: ou são incapazes (aqui o termo é literal – não têm capacidade de ver o que de fato importa) e por isso, desculpáveis, ou são ineptos, e, por isso, responsáveis pela lentidão e ineficiência na busca das soluções.

Vamos aos números

Com base nos resultados da avaliação (Prova ABC), de cada 100 (cem) alunos do 3º ano do ensino fundamental (antiga 2ª série), 44 (quarenta e quatro) não são capazes de encontrar informações num texto escrito. Ou seja, não são capazes de entender o que estão lendo. Com base nas orientações curriculares do MEC, os estudantes deveriam nessa etapa ser capazes de identificar os temas de uma narrativa, localizar informações explícitas, identificar características de personagens em textos como lendas, contos, fábulas e histórias em quadrinhos e perceber relações de causa e efeito (nesses textos).

Ora, é evidente que houve falhas no processo de alfabetização. Traduzindo sem rodeios: estes alunos foram mal alfabetizados, e não sabem ler. E, como o processo é interligado e dinâmico, pode-se afirmar com certeza que não sabem escrever.

Na sequência o resultado da avaliação de Matemática.

De cada 100, 52 alunos dessa mesma série não conseguem resolver problemas de soma ou subtração. Assim, não sabem fazer contas de mais e de menos para, por exemplo, calcular o troco numa compra.

Mal em Português e mal em Matemática.

Mas vejamos o óbvio.

Nas várias provas que são aplicadas aos estudantes (SARESP, Prova Brasil e outras), não é permitido que ‘adultos’ expliquem as questões aos alunos, para não interferir nos resultados.

Ora, se 44 alunos em cada 100 não sabem ler (e escrever), como é que poderão entender um problema de Matemática?

Se são incapazes de interpretar ou mesmo localizar informações em texto, como é que poderão compreender o enunciado do problema ou da questão?

É até provável que, se essas crianças “ouvissem” de um professor o enunciado do problema ou a formulação da questão, poderiam acertar sua resposta (uma boa parte delas).

Ou seja, voltamos ao problema da alfabetização.

Se vão mal, é porque foram ‘mal alfabetizados’. Logo, não sabem ler e escrever. Não sabendo ler, não entendem os enunciados das questões – sejam de Matemática, Português, Ciências ou qualquer outra área do conhecimento.

E a solução

A solução é fácil. Passa por três eixos. Vamos a eles.

1º Estabelecer a Alfabetização como Prioridade. E isso é simples: a) Investir na capacitação dos profissionais que trabalham na fase da alfabetização. Oferecer formação continuada em serviço; b) Exigir formação em nível superior e formação adicional (pós-graduação) nesta área específica; c) Pagar os melhores salários aos professores que atuam na Alfabetização e nas Séries Iniciais (equivalentes aos professores do nível superior).

2º Mudar o Foco e Currículo da Formação dos Professores. Os alunos não estão aprendendo na faculdade a alfabetizar. Pouquíssimas Faculdades de Pedagogia ensinam a alfabetizar. O que algumas fazem muito bem é ‘teorizar’ sobre alfabetização. Nossa, que saudade do Magistério! Refiro-me ao antigo curso (extinto) de Ensino Médio.

Hoje, o curso (por excelência) para a formação de professores das séries iniciais (e educação infantil) é o Pedagogia. No contexto atual, este é um curso (sem sombra de dúvida) completamente anacrônico.

O curso dá excessiva ênfase em disciplinas teóricas que pouco significarão na prática docente. Não ensina seus alunos a alfabetizar. Não os ensina efetivamente a dar aulas. Até nas matérias que deveriam ter metodologias e sentido prático (Didática, Metodologias do Ensino e Prática de Ensino), o curso consegue voltar o foco (novamente) para as teorias que fundamentam a prática e não a prática em si mesma. E o Estágio Supervisionado fica só no nome, pois os alunos raramente são acompanhados e , é claro, muitos estágios jamais acontecem como deveriam – apenas os relatórios. Além disso, é um curso muito curto para tudo o que pretende do egresso (são só seis semestres) – formar diretores, supervisores, coordenadores, orientadores, professores da educação infantil e séries iniciais. Não sei de nenhum outro curso superior no Brasil onde o profissional estuda tão pouco e pode ter tantas possibilidades sem uma formação adicional.

É verdade que um profissional 'se faz' em serviço, que muitas coisas só serão aprendidas na prática do dia a dia. Mas é impensável imaginar a formação de graduação de um cirurgião sem a formação prática - só com teorias. Voltemos aos docentes. Ora, se um curso de Pedagogia não ensina o básico (saber alfabetizar, para um professor de séries iniciais esse é um "saber" básico, fundamental), o curso está ensinando o quê, então?

3º Repensar o Paradigma Atual das Metodologias de Alfabetização. Faz algum tempo que o MEC se deu conta de que diferentes posturas metodológicas operando juntas podem dar mais resultados do que uma linha isolada. Só faltou falar isso para os grupos antagônicos que teimam em ter a 'única' verdade na alfabetização: os construtivistas e os tradicionais. E vale lembrar que não existem apenas dois modelos.

É necessário realizar urgentemente pesquisas com diferentes modelos para aproveitar o que cada um tem de melhor para ajudar os alunos no processo de alfabetização. Temos que parar de ‘comprar teorias encaixotadas’ feitas por americanos, argentinos, cubanos e outros e mudar nossa postura. Não estou aqui desprezando as boas ideias que vem de fora. Mas devemos ter um olhar crítico sobre ‘todas’ elas. Precisamos também pesquisar por nós mesmos. Devemos nos valer das boas ideias e práticas de educadores brasileiros (antigos e atuais) para realizarmos uma alfabetização de sucesso.

Finalizando

Dei aulas para o Curso de Pedagogia por doze anos. Lecionei diversas disciplinas. Debati e sugeri várias mudanças. Esforcei-me ao máximo para dar aulas práticas, onde a teoria se efetivasse em ações para e com meus alunos. Estudei muito e trabalhei na esfera pública também. Sei do que estou falando.

Dá para mudar o mundo, decidindo e mudando pequenas atitudes.

Às vezes ouvimos de quartas séries (quinto ano) onde 25% dos alunos não sabem ler e escrever. Será que isso é verdade?

Há apenas alguns anos (em 2007) recebi de uma de minhas alunas do curso de Pedagogia uma carta escrita por uma aluna da 8ª série (atual 9º ano). Enquanto tentávamos ler juntos, eu tive vontade de chorar. Foi realmente difícil interpretar aquelas palavras. Eu quis chorar mas outros iriam rir diante daquela tentativa de carta. Letras perdidas em pedaços que não lembravam palavras nem frases, sem nenhuma pontuação com sentido. Perguntei se a aluna (da 8ª série) tinha alguma dificuldade de aprendizagem ou outra deficiência. A resposta foi negativa. A garota foi empurrada pelo sistema séries e séries acima. Nenhum professor, após a etapa de alfabetização sentiu-se responsável pelo problema – afinal de contas em sua concepção, eles não tinham nenhuma obrigação de alfabetizar - a culpa era do professor anterior, o que finalmente nos remetia às séries iniciais.

Alguns vão dizer que esta história é um caso isolado. Mas é uma lástima se não for.

Referências:
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/alunos-brasileiros-ficam-entre-os-piores-em-teste-de-raciocinio-logico-12052532

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