terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Polêmica da Construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Por Frank V. Carvalho (1)

Na maioria das vezes sou bem sucedido em me manter distante de alguns temas polêmicos. Mas, algumas vezes, fazer isto significa omissão e desrespeito à importância do tema.


Quero falar um pouco sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a ser construída no rio Xingu, na região de Altamira (PA).

É um projeto antigo, adiado inúmeras vezes e que agora está saindo do papel.

No entanto, grupos antagônicos se digladiam a favor e contra esta usina, que se pretende (quando pronta) ser a terceira maior do mundo (atrás apenas de Itaipu - Brasil e Três Gargantas - China).

Dos que são favoráveis, os principais argumentos são: garantia de segurança energética para o país; melhoria das condições de vida das populações próximas pelo acesso à energia elétrica e todo o conforto decorrente de sua utilização; desenvolvimento da região norte.

Dos que são contrários, os maiores argumentos são: destruição de uma grande área da floresta com o alagamento necessário para a construção da represa; deslocamento das populações ribeirinhas e índios; uso de dinheiro público para a construção de tão grande obra; utilização de apenas um terço do potencial máximo da usina em grande parte do ano.

Aos fatos

Mais de um site do governo federal fala sobre Belo Monte e destaca os aspectos positivos de sua construção. Há até um Blog do governo destinado a esclarecer a população sobre o Projeto.

Essa usina hidrelétrica é o maior projeto do setor elétrico do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com potência instalada de 11,2 GW (mas capacidade média de 4,5 GW), Belo Monte terá sozinha a capacidade de abastecer uma região de 26 milhões de habitantes, como a região metropolitana de São Paulo.

Esses poucos dados já mostram a força do projeto e seu impacto no desenvolvimento da região norte.

No entanto, hidrelétricas causam impacto ambiental, e isso não se resume a área alagada. Interferências no microclima, fauna e flora da região se farão perceber. Resta saber avaliar se estes impactos serão tão negativos que o ganho proporcionado pela usina seja anulado.

As campanhas

Alguns políticos (entre eles, Marina Silva) se posicionaram frontalmente contra a construção de Belo Monte. Ambientalistas e ONGs também têm levantado a sua voz contra o projeto pelo grande impacto que causará no meio ambiente. A estes se uniram artistas e celebridades em campanhas de visibilidade nacional, cujo principal produto foi um vídeo lançado por atores da Rede Globo.

Por outro lado, cientistas, economistas e é claro, políticos defendem a construção da usina para que o país se mantenha no caminho do desenvolvimento. Recentemente, alunos da UNICAMP gravaram um vídeo favorável à construção de Belo Monte (aparentemente numa contraposição ao vídeo gravado pelos artistas da Rede Globo).



Duas visões, dois mundos

Dos dois lados, a desinformação proposital e a clara utilização de inocentes úteis.

No caso da campanha da Globo (ou melhor, dos artistas da emissora, projeto gota d'água), a superficialidade dos argumentos é contrabalanceada pela efetiva dramatização e apelos sensacionalistas. Frases desconexas dão lugar a outras, inexatas ou equivocadas. Há ainda um apelo semi-erótico.

No vídeo dos alunos da UNICAMP (projeto tempestade em copo d'água), não há nenhum espaço para problemas, pois Belo Monte será ‘a salvação da lavoura’. O vídeo dá a entender que outras opções energéticas são caras e economicamente inviáveis, e só faltou um apelo para não se investir nessa direção.

Duas Cavernas

Os dois grupos se auto-intitulam como bem informados. É claro que para aqueles que valorizam aspectos científicos, fica mais fácil acreditar nos estudantes. Para os que se comovem com uma boa atuação, é mais fácil acreditar nos artistas da Globo.

Para mim, dois grupos aprisionados dentro de duas diferentes cavernas.

E então?

Bem, se os ambientalistas tivessem voz e voto no passado, certamente não teríamos Itaipu e outras usinas mais e com certeza, seríamos um país com menos recursos energéticos (produção de energia elétrica). E não adianta falar de energia eólica e solar, pois é necessário muito dinheiro para se instalar a matriz produtora deste tipo de energia e isso, não tínhamos.

Por outro lado, os desenvolvimentistas atuais agem como os positivistas do século XIX, tendo como líquido e certo que o progresso traz felicidade. Nada garante isso. Mas o maior problema é o único tipo de progresso que eles enxergam: usinas, indústrias, estradas asfaltadas, cidades, fábricas, prédios, etc., etc. Esquecem-se do que vem junto com isso. Ocupam uma região e é claro, face aos desafios naturais (matas, insetos, rios, calor, etc.) querem a instalação das melhorias que trazem conforto. Esbravejam silenciosamente: - Animais, matas e índios, com licença, o progresso quer ocupar esse lugar...

O Caminho a seguir

O Brasil tem hoje a legislação (em seu conjunto) mais protetora do meio ambiente de todos os países ocidentais (2). Os indígenas, embora sejam menos de 0,3% da população (isso mesmo, menos de meio por cento), detém mais de 13% das terras nacionais. As reservas legais de proteção ambiental ocupam áreas comparáveis à extensão de vários países europeus somados. Embora os ambientalistas achem pouco, devem se lembrar de que vivemos em mundo imperfeito que, não importa o que façam, continuará imperfeito. Culpa de quem? Da natureza? Não. Culpa do homem. Mas não devem parar, devem continuar lutando por mais – é a sua bandeira, seu mote, sua visão de mundo.

Entre outras coisas, há uma tristeza que compartilho com os ambientalistas. Ela não é pela legislação (e ela tem falhas), mas por sua ineficácia, pois com pouca fiscalização há consequentemente, pouca ou nenhuma punição e assim, um incentivo indireto para mais desrespeito ao meio ambiente.

Os desenvolvimentistas brasileiros já comemoram, pois sentem-se como os vencedores dessa batalha. Belo Monte ficará pronta e produzirá muita energia. Mas e depois, eles se darão por satisfeitos? Claro que não. Haja rios e florestas para a quantidade de hidrelétricas imaginadas.

Apelo aos desenvolvimentistas a olhar além de seus umbigos e planos: vocês precisam investir de fato em outras matrizes energéticas, sejam elas caras ou não. Devem financiar pesquisas com vistas a diminuir os custos da geração de energia através de outros meios que causem menos impactos e danos ao meio ambiente.

Vencedores?

Há uma teoria famosa no campo das Relações Internacionais que diz que num bom acordo todos saem ganhando e todos saem perdendo. É preciso que ambientalistas (e outras nomenclaturas e filosofias assemelhadas) e desenvolvimentistas (idem) pratiquem a alteridade: consigam pensar (ou se esforcem para) e ver o mundo da perspectiva do outro. E, se em algo o outro tem razão, que se assentem à mesa para negociar.

Pelo apoio que o governo federal dá ao projeto, Belo Monte caminha a passos largos e será uma realidade. O problema é o que vem depois no médio e no longo prazo. Parece que ninguém parou para pensar que estamos incentivando o incremento populacional e o desenvolvimento industrial numa região até então livre das mazelas do sudeste. Como será a região amazônica daqui a trinta, quarenta, cinquenta anos? Algum tecnocrata já pensou nisso?

E você? E eu?

Será que nós perguntamos de onde vem a energia que abastece nossas casas, nossos celulares, que mantém nossas ruas iluminadas? Fazemos um uso consciente dessa energia? Perguntamos o mesmo com relação aos alimentos e produtos que chegam a nossa mesa? Nosso estilo de vida condiz com nossas opiniões sobre sustentabilidade e preservação do planeta?

Tenho me perguntado sobre isso e procurado viver uma vida mais simples, com menos para que eu tenha mais. É uma filosofia de vida contrária ao modelo vigente. Menos (produtos, equipamentos, roupas, trânsito, estresse, gastos de energia elétrica...) é mais (tempo com minha família, momentos de reflexão, atividade física...). É a escolha do ser contra o ter.

Em que pese o trocadilho, Belo Monte é uma polêmica em torno da Água, mas não posso me esquecer que nossa vida é um Sopro.

Só isso.


(1) Frank Viana Carvalho, doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo - FFLCH (Doutorado SW [CNPq] na Université François Rabelais, França), mestre em Filosofia (FFLCH-USP), mestre em Educação (UNASP), Especialista em Psicologia da Adolescência (Bracknell – Inglaterra) é professor titular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – SR.
(2) Embora o Novo Código Florestal tenha falhas, ele prevê a recuperação de áreas hoje ocupadas e devastadas, além de manter as reservas e parques florestais.

Imagens:
wikipedia.org
cartacapital.com.br
riosvivos.org.br
terradedireitos.org.br

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

50 Principais Nomes Brasileiros

Quantos nomes diferentes existem?

Partindo de um cálculo modesto, considerando o número de vocábulos nos principais idiomas e dialetos, teríamos em torno de 25 milhões de diferentes nomes para as sete bilhões de pessoas que vivem no planeta.


Mas a pergunta inicial é de difícil resposta, pois se considerarmos as diferentes grafias e pronúncias e as variantes em diferentes idiomas e dialetos, teríamos esse número aumentado para cerca de 300 milhões de nomes.

No Brasil há mais de um milhão de nomes diferentes para os quase 190 milhões de habitantes.

Mas alguns nomes são campeões. É o que diz uma pesquisa realizada pela mais utilizados no Brasil pela ProScore utilizando informações de seu banco de dados, que possui aproximadamente 165 milhões de CPF's capturados em todo o Brasil.

O estudo mostra os 50 nomes mais comuns e com base neste estudo que abrange 87% da população brasileira, pode-se fazer uma projeção para a população total. Os 50 nomes que abrangem 35% da população representam que mais de uma a cada três pessoas possui um dos nomes mencionados abaixo.

Senso Comum

O estudo mostra que o senso comum erra e acerta em seus ‘achismos’. Por exemplo, muitos pensam que alguns nomes são pouco comuns na atualidade, pois eram mais utilizados em princípios do século XX.

A pesquisa da ProScore mostra que eles continuam fortes e percentualmente significativos na população atual. Todos os nomes abaixo estão entre os 50 mais comuns no Brasil:

É o caso de Raimunda (0,23%), Benedito (0,23%), Terezinha (0,25%), Joaquim (0,26%), Josefa (0,27%), Antonia (0,41%), Sebastião (0,48%), Raimundo (0,50%), Francisca (0,52%), Pedro (0,60%) Manoel (0,81%), Francisco (1,36%), João (1,81%), Antonio (2,15%) e os campeoníssimos José (4,72%) e Maria (8,1%).

Se pensarmos nos nomes que têm sua versão masculina e feminina (Márcio e Márcia, por exemplo), teremos as seguintes duplas campeãs:

Maria (8,1%) e Mário (0,22).
José (4,72%) e Josefa (0,27%).
Antonia (0,41%) e Antonio (2,15%).
Francisca (0,52%) e Francisco (1,36%).
Márcia (0,34%) e Márcio (0,29%).
Raimunda (0,23%) e Raimundo (0,50%).

É incrível, mas as duplas acima citadas respondem sozinhas por quase 20% da população do país.

Mas o estudo revelou um ‘achismo’ correto. Os nomes dos pais de Jesus estão no topo da lista. Maria e José são os campeões.

O nome Maria é usado por mais de 8,1% (13,3 milhões) de mulheres, ao passo que José (8,7 milhões), é utilizado por 4,72% dos homens.

Bem classificados estão Antônio (3,5 milhões), João (3 milhões) e Francisco (2 milhões).

Depois de Maria, Ana é o nome feminino mais usada no Brasil, com quase 2 milhões de mulheres carregando o nome da profetiza bíblica.

Em tempo, dos 50 nomes, 42 são encontrados na Bíblia.

Abaixo, a relação completa, onde primeiro está o nome, depois a quantidade de pessoas com este nome (no universo de 165 milhões pesquisados) e no final, o percentual na População:


1. MARIA - 13.356.965 - 8,10
2. JOSÉ - 7.781.515 - 4,72
3. ANTONIO - 3.550.752 - 2,15
4. JOÃO - 2.988.744 - 1,81
5. FRANCISCO - 2.242.146 - 1,36
6. ANA - 1.996.377 - 1,21
7. LUIZ - 1.541.895 - 0,93
8. PAULO - 1.416.768 - 0,86
9. CARLOS - 1.384.201 - 0,84
10. MANOEL - 1.334.182  - 0,81
11. PEDRO - 995.254 - 0,60
12. FRANCISCA - 853.590 - 0,52
13. MARCOS - 823.738 - 0,50
14. RAIMUNDO - 821.242 - 0,50
15. SEBASTIÃO - 798.627 - 0,48
16. ANTONIA - 672.400 - 0,41
17. MARCELO - 628.138 - 0,38
18. JORGE - 587.670 - 0,36
19. MARCIA - 557.347 - 0,34
20. GERALDO - 530.050 - 0,32
21. ADRIANA - 529.778 - 0,32
22. SANDRA - 497.971 - 0,30
23. LUIS - 492.208 - 0,30
24. FERNANDO - 489.142 - 0,30
25. FABIO - 481.790 - 0,29
26. ROBERTO - 480.695 - 0,29
27. MARCIO - 471.906 - 0,29
28. EDSON - 467.806 - 0,28
29. ANDRE - 465.484 - 0,28
30. SERGIO - 462.397 - 0,28
31. JOSEFA - 453.636 - 0,27
32. PATRICIA - 446.001 - 0,27
33. DANIEL - 439.826 - 0,27
34. RODRIGO - 438.083 - 0,27
35. RAFAEL - 432.356 - 0,26
36. JOAQUIM - 431.594 - 0,26
37. VERA - 430.683 - 0,26
38. RICARDO - 423.616 - 0,26
39. EDUARDO - 417.277 - 0,25
40. TEREZINHA - 409.120 - 0,25
41. SONIA - 403.702 - 0,24
42. ALEXANDRE - 403.114 - 0,24
43. RITA - 396.901 - 0,24
44. LUCIANA - 390.507 - 0,24
45. CLAUDIO - 390.104 - 0,24
46. ROSA - 385.634 - 0,23
47. BENEDITO - 378.680 - 0,23
48. LEANDRO - 378.136 - 0,23
49. RAIMUNDA - 372.672 - 0,23
50. MARIO - 364.589 - 0,22

Fonte: ProScore

domingo, 27 de novembro de 2011

O Poder de um Sonho

“Não é o crítico que conta;
não é o homem que aponta onde o forte tropeçou ou onde quem realizou podia tê-lo feito melhor.
O crédito cabe ao homem que está de fato na arena, cuja face está desfigurada pela poeira, pelo suor, pelo sangue;
que luta valentemente;
que erra;
que fica reprimido vez após vez.
Que conhece os grande entusiasmos e as grandes devoções.
Que se desgasta por uma causa justa.
Que na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo das altas realizações e na pior, se fracassa, pelo menos fracassa ao arriscar-se grandiosamente.
De forma que o seu lugar jamais será ao lado daquelas almas tímidas, que não conhecem nem a vitória, nem a derrota;
e que vivem na penumbra cinzenta dos que nada realizaram e nada sofreram, porque nunca tentaram.”

O Poder de um Sonho (Autor desconhecido)
Adaptado por Frank Viana Carvalho
Fonte da Imagem: blogdoerikson.blogspot.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Uma Aventura de Carro pelos Caminhos da América do Sul - Capítulo II

CAPÍTULO II

A PARTIDA

"Não ande pelo caminho traçado, por que ele só conduz até onde outros chegaram". 

Girei a chave e liguei o carro. Partimos. Começava ali a maior aventura de nossas vidas. Vagarosamente o carro começava a deixar a cidade de São Paulo. Corações agradecidos aos amigos e a Deus, nós conseguimos vencer o mais temido inimigo de qualquer viagem: o ‘partir’. Antes da partida tudo era planejamento. Agora não. A viagem era uma certeza. Uma certeza que começávamos a escrever nas páginas em branco de um diário.

Para algumas pessoas, como a minha sogra, nós éramos uns aventureiros. Para outros, como meu sogro, nós éramos visionários que realizam os sonhos de todos.

Para alguns a definição de aventureiro pode parecer depreciadora. Mas para nós não. Aventura para nós é qualquer atividade humana que envolve riscos. Você corre riscos ao viajar. Também corre riscos ao atravessar uma rua. Assim, para nós, a vida é uma aventura. Uma grande aventura que merece ser intensamente desfrutada. Entretanto, o sucesso nas aventuras depende em muito do seu preparo e de um planejamento adequado. Estávamos cientes destes dois detalhes e partimos prontos para o que quer que viesse pela frente.

Uma história de planejamento e organização foi a do tenente James Cook, que partiu para uma volta ao mundo, levando um navio britânico com 95 pessoas: 11 passageiros e 83 tripulantes. Os tempos eram difíceis e esperava se que setenta por cento ou mais da tripulação do Endeavour(Diligência) morresse pelo caminho. A maioria de escorbuto e outros pelos perigos da viagem.

Cook impôs severas normas de saúde a bordo. O navio deveria estar sempre limpo e todos deveriam fazer uso do suprimento de frutas e verduras frescas. Deveriam tomar suco de limão e tomar o leite da cabra que ia a bordo.

Após três anos e meio de viagem dando a volta ao mundo e explorando o Taiti, a Nova Zelândia e a Austrália, eles voltaram para casa com 56 homens. Compare isto com a viagem de Fernão de Magalhães. Ele partiu com cinco navios e 277 homens. Apenas um navio com 18 homens voltou à Espanha. A proporção dos sobreviventes foi de seis para cada 100. Na expedição de Cook 60 por cento sobreviveram, uma proporção dez vezes mais elevada. Aqui está bem clara a diferença que faz o preparo e o planejamento contra o arrojo aliado ao despreparo e à desorganização.

No início de junho começamos os últimos preparativos. Reunimo nos, o Márcio, o Rubem e eu decididos a realizar o Projeto América do Sul, mesmo que o custo fosse alto para nós.

O que temos? Perguntei.

- Temos o patrocínio da Golden Cross e da Superbom Produtos Alimentícios! Respondeu prontamente o Rubem.

Podemos conseguir mais, embora tenhamos pouco tempo! emendou o Márcio. E de fato, ainda somou se ao patrocínio a Flanai Seguros e tivemos o apoio da Ézer Amâncio da Apolinário Sports.

A contagem regressiva para o dia da partida avançava rapidamente e nos deixava preocupados.

Lançar na estrada um Opala Comodoro 83, para percorrer mais de 20.000 quilômetros em pouco mais de um mês, parecia arriscado. Mas a máquina estava em ótimo estado e além disso, tínhamos dois mecânicos na equipe. A proximidade do dia da partida nos deixava eufóricos e animados.

Afinal, foram muitos dias de pesquisa nos melhores mapas e enciclopédias disponíveis no país, a fim de escolhermos melhores rotas, os melhores caminhos; consulta a literaturas especializadas, tanto em revistas como em livros para verificarmos os diferentes procedimentos com o carro nas diferentes situações que iríamos enfrentar. Fizemos também estudos sobre as condições de clima e de relevo; das peculiaridades de cada um dos países a serem visitados; dos trâmites fronteiriços; dos instrumentos e ferramentas indispensáveis; dos pontos de parada e descanso e de todos os custos. Tudo foi analisado. Os objetivos foram repensados. Praticamente tudo estava pronto para a partida.

Na última semana minha esposa viajou para o Peru. Despedimo-nos no aeroporto na certeza de que nos encontraríamos em Lima umas três semanas mais tarde.
O Binho filmou meu reencontro com minha esposa
e meus filhos, já no Peru.

Seguimos para a perigosa BR 116. Antes porém, paramos para colar alguns adesivos no carro, que o Ézer nos deu juntamente com algumas camisetas. Pegamos um aparelho de som (rádio toca-fitas) com a Berenice Cunha, uma amiga de trabalho, e ainda encontramos em Itapecerica da Serra o Jairo Batista, com o qual trabalhei durante anos e que nos orientou sobre alguns procedimentos na Argentina e no Chile.

Estrada: Até que enfim. Estabelecemos o limite de 100 Km/h de média de velocidade. O carro podia ir muito mais rápido, mas nós só tínhamos um pouco mais de 20.000 Km pela frente. - Émelhor poupar o equipamento; falou o Márcio, o mais precavido do grupo.

Fizemos a primeira parada. Na televisão do Petropen vimos o Brasil dominar o jogo contra a Argentina. Mas gol, que é bom, nada. Depois ficamos sabendo que a Argentina venceu.

Avançávamos bem, a despeito das condições da BR 116. A estrada da morte estava mansinha naquele dia. Só vimos dois acidentes graves. Em virtude da grande distância que iríamos percorrer, era previsível que encontrássemos estradas muito piores do que aquela BR.

A sucessão contínua de montanhas cobertas com muito verde era às vezes cortada por um pequeno povoado ou uma cidade. A terra dos bandeirantes já nos estava oferecendo suas últimas cenas. Entramos no Paraná e logo chegamos a Curitiba. Orgulho dos paranaenses, essa cidade é o que o Brasil possui de melhor em termos de uma metrópole. Arborizada, ruas limpas, transporte coletivo eficiente. Tchau, Curitiba!

O sol começava a se pôr quando entramos em Santa Catarina pela BR 101. Seguimos por Joinville, Itajaí, Criciúma e chegamos à terra dos gaúchos. Seguindo animados pela estrada, nem percebi uma rotatória à frente. De repente, vi crescendo diante de nós uma calçada arredondada com alguns postes de iluminação. Reduzi bruscamente a velocidade e desviei, fazendo o contorno a quase 80 por hora. Passamos a centímetros da calçada. Pensei comigo: tenho que ser mais cuidadoso. Paramos em Taquara às quatro da manhã e nos hospedamos na casa dos primos do Rubem.

Cedo, no 2º dia, fomos para o IACS, onde divulgamos primeiro a campanha ecológica. O Diretor nos presenteou um tanque de gasolina e seguimos para Porto Alegre, onde o SELS também nos deu um tanque de gasolina e camisetas.

Fomos à TV GUAÍBA e apresentamos o nosso projeto. Entrevistaram-nos ao vivo e pudemos lançar a nossa campanha ali também.

Seguimos para Santana do Livramento. No caminho, paramos em Arroyo dos Ratos e almoçamos na casa de uma amiga do Márcio. O "Binho" trancou o carro com a chave dentro, mas com um arame e com um "jeitinho brasileiro" logo o abrimos.

Agora tínhamos ao lado da estrada outra paisagem - os pampas gaúchos. Extensas planícies, poucas vezes interrompidas por suaves colinas. A vegetação é mais baixa, mas abundante. Muito gado e plantações no caminho para a fronteira com o Uruguai. A chuva começou a cair e o frio a aumentar. Começava ali a nossa despedida do Brasil.

Chegamos a Santana do Livramento às dez da noite e logo cruzamos a fronteira, que ali é apenas uma avenida que divide a cidade ao meio. Fomos diretamente para a casa da dona Helena, a avó do Rubem, que vive em Rivera. Ela nos recebeu como se estivéssemos em nossa própria casa.

O inverno começava a falar mais alto e rapidamente as grossas blusas de lã passaram a ser o nosso agasalho permanente.

Naquela noite, nossos pensamentos se voltaram para o continente sul-americano que começava a se descortinar perante nós. No dia seguinte estaríamos oficialmente fora do Brasil.

IACS - Instituto Adventista Cruzeiro do Sul
SELS - Serviço Educacional Lar e Saúde







quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Uma Aventura de Carro pelos Caminhos da América do Sul - Capítulo I

CAPÍTULO I

SONHOS E REALIDADES

"Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez".
Lao Tsé

No começo era apenas um sonho. Um sonho na cabeça de um homem. Aí dois homens começaram a sonhar. Não dava mais para ser um sonho e ele começou a se transformar em uma realidade.

O sonho de uma viagem pelo continente sul-americano começou há muito tempo. Na verdade, o tempo não é um fator preponderante na transformação de um sonho em realidade. Mas a vontade sim. É ela que diz quando é o momento de agir. O momento de começar, de realizar.

Quando eu tinha oito anos de idade, meu pai, um amante da geografia, enquanto me fazia decorar as capitais de cada um dos países sul-americanos, falava um pouco sobre cada um deles. Ouvidos atentos, olhos arregalados, eu ficava a imaginar como seriam aqueles lugares. Sem perceber, a minha viagem estava começando a ganhar forma. Como eu poderia saber que quase vinte anos depois, juntamente com dois amigos, eu partiria para uma fantástica aventura por aqueles lugares? Eu podia apenas sonhar.

Os homens não são apenas do tamanho dos seus sonhos. Eles também são do tamanho dos sonhos que conseguem realizar. Há os que sonham demais e pouco realizam. Há os que nada sonham e realizam menos ainda. E há os que sonham pouco, mas sonham grande, e muitas vezes conseguem realizar os seus sonhos. Obviamente, nem todos são sonhadores, mas o simples fato de fazer uso da imaginação para idealizar melhores momentos, já é um passo no caminho da realização.

Pode parecer difícil transformar um sonho em realidade. Ainda mais quando se sonha grande. Mas não é. Basta acreditar. Existem pessoas que sempre enxergam à frente dos demais. Sempre pensam grande. Vêem nos grandes sonhos, grandes realidades. Acreditam no sucesso e apostam na vitória. Sonham alto e investem alto. Não se abalam com as dificuldades, porque vêem nos problemas, as oportunidades. Nas pedras do caminho enxergam degraus. Encontram portas, onde outros não viram nem janelas. São estes os que chegam onde outros nem sonharam estar.

Acreditando nestes ideais comecei então a planejar a longa viagem pelo continente de Colombo. Rapidamente tudo o que era sonho foi para o papel. Neste momento, importantes contribuições para a execução da viagem começaram a chegar como se estivessem apenas esperando o instante em que eu as procurasse.

Voraz consumidor de livros e jornais, tenho que me controlar para não gastar todo o tempo disponível em leitura. Entretanto, este hábito levou me a ler algumas boas obras que me chegaram à mão através de amigos.

Há uns três anos um aluno me presenteou a obra "Os Conquistadores da Terra", de Serge Betino, editado em Portugal. Somadas a esta leitura interessante, mais recentemente, li as duas obras do Amyr Klink, onde ele narra suas peripécias nas suas viagens marítimas. Finalmente, li um artigo de revista sobre um jovem brasileiro que realizou uma longa viagem entre o Brasil e os Estados Unidos, de bicicleta e sem dinheiro.

Inspirado por estas leituras e cheio de pensamentos sobre a viagem que almejava realizar, parti para uma escalada no pico das Agulhas Negras, no Parque Nacional do Itatiaia. Com dois amigos alcancei o pico naquela manhã chuvosa de janeiro de 1993. Na descida, um deles, o Elias Rolemberg, fala me sobre as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros no rali Paris-Dakar, mas falou também das vitórias dos motoqueiros Klever Kolberg e André de Azevedo.

Pronto! não precisava dizer mais nada. Aquelas palavras eram o incentivo que faltava. Eu iria realizar a viagem pelo continente americano. De motocicleta!

Pensei comigo: Só preciso convidar um cara tão "louco" como eu e juntos vamos atravessar a América. Falei com um grande amigo, o Paulo Vaz, um professor de Anatomia e especialmente, grande amigo.

Quando será a nossa partida? Foi a resposta do Paulo. Fantástica a disposição dele. Imediatamente começamos os preparativos para a grande viagem.

Quando toquei no assunto com a minha esposa sobre comprar uma moto, senti que ela não gostou da idéia. Eu dei a entender que faria uma aventura de motocicleta. Moto, nem pensar, é muito perigoso, disse ela. De carro, tudo bem, ela argumentou. Mas de moto não. Mas é claro! Falei comigo mesmo. Vamos de carro. Como prêmio pela idéia, ela ganhou de presente uma viagem para o Peru. Junto com nossos dois filhos, ela iria passar as férias em Lima, com os pais dela.

O Paulo, entretanto, recebeu um convite para participar de um seminário de medicina desportiva em Seatlle, U.S.A., e embora participasse dos preparativos da viagem, seguiu para a terra do Tio Sam.

Neste ínterim, apresentei os planos para dois outros amigos: Márcio Donizetti Costa, professor de Sistemas Operacionais de Processamento de Dados e o Elias Rolemberg, que éassessor jurídico em São Paulo. O Márcio trabalhou com mecânica durante quatro anos na aeronáutica e sua função no projeto seria bem específica e clara. O Elias e eu atuaríamos para canalizarmos fundos para a grande viagem.

Porém o Elias teve contratempos com o funcionamento do seu escritório e então convidei um jovem estudante de engenharia mecânica que sabia do projeto e havia se mostrado interessadíssimo em participar: Rubem José Mello e Silva.

Assim como na formação da equipe, os planejamentos, também no curto espaço de cinco meses, sofreram reveses e algumas mudanças.

Os planos avançaram e batizamos a viagem com o nome de PROJETO AMÉRICA DO SUL. Decidimos que a nossa partida seria no dia 27 de junho.

Corremos atrás de patrocinadores como atletas atrás do ouro olímpico. Mas a despeito dos vários contatos com empresas e outras entidades, só subimos ao pódio 4 vezes. A busca de um patrocinador para o veículo foi a mais interessante. O carro do presidente Itamar esteve quase embarcando no projeto, mas os chefes daquela montadora resolveram não arriscar. O topo de linha da ENVEMO também ficou no quase. E uma pick-up da G.M. nos foi prometida. Mas a decisão final ficou na mão do responsável pela liberação dos veículos para revistas e eventos especiais. No nosso último contato direto com essa Grande Montadora, vimos sobre as folhas do Projeto o carimbo de Detroit e ouvimos a promessa de que um carro nos seria entregue. Em vão. Vinte dias antes da nossa partida, disseram nos por telefone que o carro que nos seria entregue estava em exposição em Minas Gerais e que por este motivo não poderiam patrocinar o Projeto.

Como estávamos decididos a realizar o projeto a despeito das dificuldades, resolvemos ir então com um carro usado. Peguei meu Opala 83 e demos um "trato" nele para suportar a grande aventura.

De fevereiro a junho de 93, tínhamos nos reunido diversas vezes para planejarmos o Projeto e delinearmos a nossa linha de ação com relação a busca de patrocinadores. Várias decisões foram tomadas e os objetivos do projeto ficaram assim esboçados:

PROJETO AMÉRICA DO SUL

Previsão de datas: 27 de junho a 31 de julho de 1993

1. Realizar a primeira e mais longa volta em torno da América do Sul de Automóvel, conhecendo cada país, seu povo e seus costumes.
2. Lançar a campanha ecológica "Educar para Preservar" em nível educacional na América do Sul.
3. Entrar para o "Guinness Book of Records" com esta viagem inédita.

As idéias da campanha ecológica para nós faziam muito sentido. Como praticantes de "treeking", montanhismo e "montain bike" na Serra do Mar há vários, temos nos empenhado pessoalmente na luta pela preservação da mata Atlântica. Agora teríamos a oportunidade de chamar a atenção dos meios de comunicação com a nossa viagem e lançar de maneira mais prática uma campanha ecológica voltada para a formação de uma mentalidade de preservação na nova geração de alunos de várias escolas do continente. O lançamento da campanha seria inicialmente nas escolas adventistas, que em 1993 comemoraram seu centenário na América do Sul. Lançaríamos e divulgaríamos também a campanha na imprensa, no rádio e na TV, desde que tivéssemos oportunidades.

Já a idéia de entrar para o "Guinness" surgiu após uns dois meses de preparativos. Entramos em contato com os representantes do livro no Brasil e recebemos um fax da Solange Costa Souza, a diretora de Redação do "Guinness". Afirmaram nos que era necessário documentar o evento com fotografias, filmagens e, se possível, contatos com os meios de comunicação.

No início de junho começamos os últimos preparativos. Reunimo-nos, o Márcio, o Rubem e eu, decididos a realizar o Projeto América do Sul, mesmo que o custo fosse alto para nós.

- O que temos? Perguntei.
- Temos o patrocínio da Golden Cross e da Superbom Produtos Alimentícios! - respondeu prontamente o Rubem.
- Podemos conseguir mais, embora tenhamos pouco tempo! -emendou o Márcio. E de fato, ainda somou-se ao patrocínio a Flanai Seguros e tivemos o apoio do Ézer Amâncio da Apolinário Sports. A contagem regressiva para o dia da partida avançava rapidamente e nos deixava preocupados.

Lançar na estrada um comodoro 83, para percorrer mais de 20.000 quilômetros em pouco mais de um mês, parecia arriscado. Mas a máquina estava em ótimo estado e além disso tínhamos dois mecânicos na equipe. A proximidade do dia da partida nos deixava eufóricos e animados.

Afinal, foram muitos dias de pesquisa nos melhores mapas e enciclopédias disponíveis no país, a fim de escolhermos as melhores rotas, os melhores caminhos; consultas a literaturas especializadas, tanto em revistas como em livros para verificarmos os diferentes procedimentos com o carro, nas diferentes situações que iríamos enfrentar. Fizemos também estudos sobre as condições de clima e de relevo; das peculiaridades de cada um dos países a serem visitados; dos trâmites fronteiriços; dos instrumentos e ferramentas indispensáveis; dos pontos de parada e descanso e de todos os custos. Tudo foi analisado. Os objetivos foram repensados. Praticamente tudo estava pronto para a partida.

Na última semana minha esposa viajou para o Peru. Despedimo-nos no aeroporto, na certeza de que nos encontraríamos em Lima umas três semanas mais tarde.

Fizemos finalmente o derradeiro check up:

Carro? Ok! (Opala Comodoro 83, à gasolina, 4 cilindros, inteiro)
Patrocinadores? Ok! (Só cobriram 20% do Projeto)
Documentos?
Passaportes. Ok!
Carteira Internacional de Motorista. Ok!
Carteira de Sócio do Automóvel Clube do Brasil. Ok!
Carteira de Sócio FISA. Ok!
Documentos do Carro. Ok!
Dinheiro? Ok! (Embora na conta certinha)
Máquina Fotográfica? Ok!
Filmadora ? Ainda não!
Vestuário? Ok!
Primeiros Socorros? Ok! (Uma maleta completa que a grande amiga Deise Apolinário fez para nós)
Peças de Reposição? Ok! (velas, platinados, bomba de água, etc.)
Contatos com os meios de comunicação? Ok!

Na véspera ainda verificamos o roteiro:
* BRASIL (São Paulo a Santana do Livramento)
* URUGUAI (Riveira a Fray Bentos),
* ARGENTINA (Gualeguay - Rio Gallegos - Bariloche)
* CHILE (Extremo Sul: Punta Arenas - Osorno a Arica)
* PERU (Tacna a Tumbes)
* EQUADOR (Huaquillas a Ibarra)
* COLOMBIA (Ipiales a Cúcuta)
* VENEZUELA (San Cristobal - Caracas)

Ainda não sabíamos se havia ou não estradas para a Guiana Inglesa. Nenhum dos mapas que conseguimos possuia esta informação. Se houvesse um caminho, iríamos por lá. Depois Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Se não, entraríamos no Brasil por Roraima, desceríamos até Boa Vista, Manaus e daí, Belém. Continuaríamos pelo nordeste, sudeste e chegaríamos a São Paulo, após mais de 20.000 quilômetros de viagem. Pelos nossos cálculos, em torno de 25.000 quilômetros.

Na última noite, a ansiedade era tanta que dormi apenas quatro horas. O Márcio atravessou a noite fechando as notas dos diários escolares (vida de professor) e o Rubem dormiu pouco também.

O dia 27 de junho amanheceu ensolarado e nem parecia inverno. Ao lado do carro estavam umas quarenta pessoas. A presença deles ali no IAE (atual UNASP campus I), que tanto nos animou durante a fase de planejamento, era a lembrança carinhosa que levaríamos daquela grande cidade. Apenas uma hora antes da partida chegou o Ézer Amancio, da Apolinário Sports, nos trazendo uma câmera filmadora. Fantástico! Agora não faltava mais nada. Todos foram lá nos desejar sucesso na grande viagem.

Eram muitos os apoiadores do Projeto América do Sul no dia da partida. Entre os vários que dirigiram a Deus uma prece, pode se ver na foto o prof. Edy Gorsky, Ariel Silva (o pai do Binho), Nevil Gorsky (diretor do UNASP), Rosevaldo Rocha (líder dos Desbravadores), Euler Bahia (Diretor Acadêmico do UNASP), Ezer Amâncio (da Apolinário Sports) e vários outros amigos.


O Binho, eu e o Márcio.

A família do Binho.

Ariel, Ezer, Márcio, Euler, Nevil, Rubem e eu.

Os professores Edy e Nevil davam dicas para a nossa longa viagem.

Na faixa do UNASP (na época, Instituto Adventista de Ensino) podia se ler sobre as comemorações do Centenário da Educação Adventista na América do Sul.


Gravamos várias cenas para o Projeto Ecológico em nível continental.

Uma Aventura de Carro pelos Caminhos da América do Sul - Prefácio

Uma Aventura de Carro pelos Caminhos da América do Sul - O Livro


Daqui a dois anos, essa grande aventura que realizei completará vinte anos. Como o livro que narra a aventura está esgotado, decidi então, como uma grande recordação, publicá-lo inteirinho aqui no Blog. Nos próximos dias, você que acompanha este Blog, poderá me acompanhar nesta grande aventura.

Prefácio
Qual o jovem que não sonhou grandes aventuras? Ou quem não se entusiasmou em viajar quando olhou para o mapa cheio de desafios mostrando seus relevos montanhosos e depressões desérticas? Como não admirar a audácia daqueles que por algumas semanas deixaram a segurança confortável de seus lares e o convívio com a família para enfrentar estradas desconhecidas e novos costumes?
Leia o relato dessa viagem e por certo você sentirá que faz parte dessa façanha. Sim, acompanhe os três jovens que, num carro velho, saíram da grande metrópole paulista e não somente circundaram toda a América do Sul, mas enfrentaram algumas de suas mais desafiadores paisagens: a majestosa Cordilheira dos Andes, o árido Deserto do Atacama e a exuberante floresta amazônica com seus caudalosos rios.
Assim, através da leitura, você poderá sentir o gostinho dessa jornada aventureira, que, por ser inédita mereceu registro no Guinness Book Of Records, nas edições de 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998.
Profa. Sônia Terezinha de Mello e Silva

Rubem, Ariel, Rute e Sônia. O Binho recebia o apoio da família no dia da partida.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Significado da Palavra Aluno

O vocábulo Aluno provém do latim alumnus, e etimologicamente significa (literalmente) “criança de peito”, “que se alimenta de leite”, “lactante” ou ainda “filho adotivo”. Ressalte-se que alumnus, alumni, é proveniente de alere, que significa “alimentar, sustentar, nutrir, fazer crescer”.

Indo mais a fundo, diremos que o alumnus é uma espécie de lactante intelectual. Como os pequenos frequentavam e aprendiam na escola do lar, semanticamente aluno passou a equivaler a ‘pupilo’ ou ‘discípulo’, sendo assim, alguém que aprende de forma coletiva em instituições de ensino, ou pelo trabalho de um ou mais professores.

No caso de alere, palavra da qual deriva alumnus, o significado primário era ‘alimentar com leite’ e já no latim evoluiu para 'nutrir'.

Grande parte das palavras na língua latina foram formadas por aglutinação de prefixos e sufixos (afixos) a um radical (raiz). Em latim, o prefixo “a” indica ‘movimento para’, ‘aproximação’, ‘na direção de’ (abordar, apurar, arribar, arraigar, associar, assimilar).

Circula equivocadamente um conceito não fundamentado que atribui à palavra em questão o significado de alguém ‘sem luz’, como se ‘a’ fosse prefixo de negação. Nesse caso o equívoco se apresenta pelo fato de ‘a’ negação ser um prefixo grego e não latino. Logo, essa explicação é equivocada.

Se, no entanto, buscarmos outra explicação etimológica, fundada apenas no latim (onde está a origem dessa palavra) teremos ainda ‘a’ (‘movimento para’, ‘aproximação’, ‘na direção de’) + lumen, luminis (luz) = aquele que vai na direção da luz. Sendo que luz (metaforicamente) significa conhecimento, temos também o conceito de que o aluno é aquele que vai na ou em direção ao conhecimento.

É isso.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Redemocratização e a Educação Brasileira

Síntese do período da redemocratização até os dias atuais (1985 - 2011)

Com o fim do Regime Militar, a eleição indireta de Tancredo Neves, seu falecimento e a posse de José Sarney, pensou-se que poderíamos novamente discutir questões sobre educação de uma forma democrática e aberta. A discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes a escola, a sala de aula, a didática e a dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais da área de sociologia, filosofia, antropologia, história, psicologia, entre outras, passaram a assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome da educação.


Darcy Ribeiro

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elisio em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia a Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que acaba por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após ao encaminhamento do Deputado Octávio Elisio.

O Governo Collor de Mello, em 1990, lança o projeto de construção de Centros Integrados de Apoio à Criança - CIACs, em todo o Brasil, inspirados no modelo dos Centros Integrados de Educação Pública - CIEPs, do Rio de Janeiro, existentes desde 1982.

Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, as duas fases mais marcantes foram a do trabalho do Ministro Paulo Renato de Souza à frente do Ministério da Educação e a do ministro, Fernando Haddad.

No início da gestão de Paulo Renato (pelo governo FHC), através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político.

Vários programas e projetos foram criados nesse período: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF; Programa de Avaliação Institucional – PAIUB; Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB; Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM; Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs; Exame Nacional de Cursos – ENC.

No período de Fernando Haddad (e dos governos sob a égide do partido dos trabalhadores) tivemos a expansão do sistema de ensino superior; a ampliação do ENEM; as modificações do ENADE; a criação do piso nacional do magistério; a reorganização do FUNDEF (agora FUNDEB); a transformação e reorganização dos programas assistenciais no programa Bolsa Família (que englobou o bolsa escola e manteve o controle da frequência como pré-requisito assistencial), dentre vários outros programas e projetos.

Fontes: www.pedagogiaemfoco.pro.br; www.mec.edu.br
http://www.maisscultura.com.br

http://www.blogdeltaonline.com

Educação no Período da Ditadura Militar

Período do Regime Militar (1964 - 1985)

Alguma coisa acontecia na educação brasileira. Pensava-se em erradicar definitivamente o analfabetismo através de um programa nacional, levando-se em conta as diferenças sociais, econômicas e culturais de cada região.

A criação da Universidade de Brasília, em 1961, permitiu vislumbrar uma nova proposta universitária, com o planejamento, inclusive, do fim do exame vestibular, valendo, para o ingresso na Universidade, o rendimento do aluno durante o curso de 2o grau.(ex-Colegial e atual Ensino Médio)

O período anterior, de 1946 ao princípio do ano de 1964, talvez tenha sido o mais fértil da história da educação brasileira. Neste período atuaram educadores que deixaram seus nomes na história da educação por suas realizações. Neste período atuaram educadores do porte de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Carneiro Leão, Armando Hildebrand, Pachoal Leme, Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, Durmeval Trigueiro, entre outros.

Depois do golpe militar de 1964 muito educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muito foram calados para sempre, alguns outros se exilaram, outros se recolheram a vida privada e outros, demitidos, trocaram de função.
Professora observa os alunos numa classe do Mobral

O Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que "estudantes tem que estudar" e "não podem fazer baderna". Esta era a prática do Regime.

Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. E, para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório.

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. Aproveitando-se, em sua didática, no expurgado Método Paulo Freire, o MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil... não conseguiu. E entre denúncias de corrupção... foi extinto.

É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do espírito dos "slogans" propostos pelo governo, como "Brasil grande", "ame-o ou deixe-o", "milagre econômico", etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o aumento da produção brasileira.

A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a pressão popular, de vários setores da sociedade, que o processo de abertura política tornou-se inevitável. Mesmo assim, os militares deixaram o governo através de uma eleição indireta, mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo Neves).

Fonte: www.pedagogiaemfoco.pro.br
Imagens: www.historiaeatualidade.blogspot.br; www.silveirarocha.blogspot.com; www.clauderioaugusto.com.br

Educação no Brasil no Período da Nova República

Período da Nova República (1946 - 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30.

Ainda em 1946 o então Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o Ensino Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, atendendo as mudanças exigidas pela sociedade após a Revolução de 1930.

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946, o Ministro Clemente Mariani, cria uma comissão com o objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. Esta comissão, presidida pelo eminente educador Lourenço Filho, era organizada em três subcomissões: uma para o Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino Superior.

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Câmara Federal, dando início a uma luta ideológica em torno das propostas apresentadas. Num primeiro momento as discussões estavam voltadas às interpretações contraditórias das propostas constitucionais.

Num momento posterior, após a apresentação de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda, as discussões mais marcantes relacionaram-se à questão da responsabilidade do Estado quanto à educação, inspirados nos educadores da velha geração de 30, e a participação das instituições privadas de ensino.

Depois de 13 anos de acirradas discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961, sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a oferta da educação aos brasileiros.

Se as discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional foi o fato marcante, por outro lado muitas iniciativas marcaram este período como, talvez, o mais fértil da História da Educação no Brasil:

- Em 1950, em Salvador, no Estado da Bahia, Anísio Teixeira inaugura o Centro Popular de Educação (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), dando início a sua idéia de escola-classe e escola-parque.

- Em 1952, em Fortaleza, Estado do Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima inicia uma didática baseada nas teorias científicas de Jean Piaget: o Método Psicogenético.

- Em 1953 a educação passa a ser administrada por um Ministério próprio: o Ministério da Educação e Cultura.

- Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal, no Rio Grande do Norte, inicia uma campanha de alfabetização ("De Pé no Chão Também se Aprende a Ler"). A técnica didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire, propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos. A experiência teve início na cidade de Angicos, no Estado do Rio Grande do Norte, e, logo depois, na cidade de Tiriri, no Estado de Pernambuco.

- Em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases. Este substitui o Conselho Nacional de Educação. São criados também os Conselhos Estaduais de Educação.

- Ainda em 1962 é criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire.

Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, sob o pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas".

Fonte: www.pedagogiaemfoco.pro.br

A Travessia do Deserto do Atacama - Reportagem em Arica - Chile

Arica, Chile, 29 de dezembro de 2007

Pioneiros da Colina - 1989-1990

Foi muito legal e divertido ter dirigido o Pioneiros da Colina naquela época. Começamos com 35 e chegamos a quase 100 desbravadores no segundo ano, com fanfarra, desfiles, acampamentos e tudo o mais que tínhamos direito. Algumas fotos para recordar.


Acampamento no UNASP Engenheiro Coelho em maio de 1989

Acampamento em Juquitiba - Sítio do Lelê - Outubro de 1989
(Uma turminha: Liliane, Rebeca, Geisa, Raquel, Ellen Afonso, Danitza Carvalho,
Joana Langhi... )

Juquitiba - Outubro de 1989 (Os rapazes: Marcos Ferreira, Alisson Negrelli, Fernando Trojan,
Ayalon Negrelli, Alberto, Gerson, Francisco, Afonso...)

Ainda Juquitiba (Primeiros Socorros na mata...)

Sítio Fanny Darling - 1990

Investidura - Prédio do Auditório EGW - UNASP - 1989
Abaixo, em detalhes






Medalhas de Prata e Ouro

José Silvestre, Roberto Azevedo e eu - 1989

Fanfarra no IAE Aberto em 1990

Acampamento em Juquitiba - 1990

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Invasão da Reitoria da USP - Exatamente como os Estudantes Invasores Queriam

Aconteceu exatamente como os estudantes que invadiram a Reitoria queriam: foram retirados à força pela polícia. É incrível como o Governo do Estado e a Polícia não perceberam que era exatamente essa a jogada.


Recapitulemos

Em função de vários atos de criminalidade (estupros, furtos, assaltos e até assassinato), a PM passa a fazer rondas no Campus da USP. Vale lembrar que a entrada da PM foi solicitada após comoção geral. É lógico que havia um grupo (minoria) que não queria a PM lá.

Tudo parece seguir bem, os índices de criminalidade e violência diminuem no Campus.

Três estudantes são detidos no Campus da USP portando (e consumindo) drogas ilícitas. Bem, vamos suavizar: estavam usando maconha.

Após protestos de colegas e dos próprios estudantes, eles são detidos e levados para uma delegacia (o que seria feito com qualquer cidadão que estivesse portando drogas ilícitas e fosse apanhado pela polícia).

Mas era na USP (próximo a FFLCH) e aí começam os protestos. A FFLCH é invadida (o impacto na mídia foi pequeno).

Em Assembléia, embora seja proposto, estudantes divididos não se decidem pela invasão da Reitoria. Mas um grupo, contrariando a assembleia invade a Reitoria.

Pressionados pela decisão da justiça para desocuparem o prédio da Reitoria, em assembleia, os invasores decidem não sair.
Reitoria da USP invadida.


Analisando

É claro que deve haver um debate amplo sobre a questão da descriminalização das drogas.

É claro que os estudantes devem respeitar a lei como todo mundo.

É claro que os campi universitários federais, estaduais e municipais não são locais com permissão especial para o uso de drogas.

É claro que numa democracia, a minoria terá suas vontades contrariadas e tem que saber a melhor forma de protestar e conviver com isso.

É claro que na vida em sociedade (numa democracia) as decisões judiciais tem de ser cumpridas (embora possam ser contestadas).

É claro que a PM não está completamente preparada para resolver questões tão emblemáticas. Mas quem está? Os estudantes?

Para mim, estava claro desde o começo que havia um grupo querendo fazer, acontecer e aparecer. O problema é se havia ou não uma ‘causa’ justa. Qual a real intenção desse grupo para querer o afastamento da PM do Campus?

Clareza

Não sei se estou com a síndrome da objetividade, mas vi algumas coisas claramente. Quando começaram os protestos com a prisão dos três rapazes (caso da maconha), imaginei que a turma do protesto invadiria a reitoria (os estudantes me surpreenderam ao ‘ocupar’ a FFLCH e a Reitoria me surpreendeu ao não prever [e criar mecanismos para impedir] a invasão de seu prédio). E mais, para mim, mais claro ainda estava a intenção dos alunos ao ser decidido pela justiça a desocupação. Cheguei a comentar com colegas professores que era exatamente isso que aqueles estudantes queriam – ser retirados à força.

Agora sim, após a desocupação forçada da Reitoria, eles conseguiram (agora são vítimas) – e os estudantes da FFLCH em Assembleia decidiram por uma (incrível) greve discente. Sim, isso mesmo que você leu, os alunos estão em greve. E foi até proposto invadir a Reitoria de novo. Ufa, a maioria não aceitou!

Termino com algumas perguntas:

1. Quem vai pagar pela depredação do patrimônio público no prédio da reitoria?
2. O direito de protesto inclui o direito à depredação e à invasão do local de trabalho de outras pessoas?
3. Quando é que a Reitoria vai aprender a lidar com essas situações? A maioria dos alunos da USP e praticamente toda a mídia e mesmo a sociedade estavam contra a minoria que tinha realizado a invasão. Com certeza eles seriam vencidos pelo cansaço e ficariam com o tempo, tanto isolados quanto (em certo sentido) desmoralizados.
4. Quando é que haverá este grande debate público sobre a descriminalização das drogas?
5. A Guarda do Campus (sem armas) consegue de fato realizar a segurança do campus?
6. Porque ideologias transgressoras advindas de modelos ultrapassados continuam na moda? Já sei a resposta: a culpa é da imprensa burguesa...
7. Os alunos em greve permitirão que os alunos que não querem fazer greve frequentem as aulas?
8. Se o protesto é contra a presença da PM no campus, porque esses estudantes não realizaram vários e significativos protestos antes da prisão dos dois jovens (caso da maconha)?
9. Porque estes estudantes não protestam contra a baixa qualidade de ensino e outras coisas ‘super’ importantes para a educação universitária?
10. A USP é mantida com dinheiro público. E a comunidade que a sustenta, como fica?
11. Vai acabar tudo em pizza? Eu aposto que sim.

Fonte da Imagem: www.marcus.mayer.com

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