sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Consensos Invisíveis e sem sentido

Consensos Invisíveis e sem sentido
Frank Viana Carvalho

Há uma dicotomia evidente que diz respeito à auto realização das pessoas na sociedade contemporânea e a realidade do mundo em que vivemos. Trata-se da cobrança social ‘que diz sem dizer’ - aqueles tipos de consensos invisíveis - que todos têm que alcançar o sucesso ou, pelo menos, que todos têm que ser muito competentes no que fazem. E nessa busca de sucesso e competência, na maioria das vezes sem sentido, pois ela ocorre de acordo com padrões que nos são alheios, cada pessoa se volta cada vez mais para si mesma – muito mais do que deveria ou normalmente faria. Correndo e lutando para alcançar esse alvo, centrada em si, a pessoa não investe no outro, nos relacionamentos, nas pessoas: não há atenção, não há ajuda desinteressada e muito menos compromisso. Há no máximo, um envolvimento casual. Logo, o esvaziamento das relações é
completo. A vida passa a ser uma representação patológica de papeis, onde os sorrisos e posições de neutralidade escondem as mazelas, as imperfeições e incoerências presentes em cada ser humano. Entretanto, quatro consequências desse comportamento são inevitáveis e bizarras. A primeira é que quanto mais investe em si mesmo, mais carente a pessoa fica da atenção dos outros, pois o maior retorno deste tipo de investimento (em si mesmo) só tem sentido na vida em sociedade. Assim, para ‘evidenciar’ que se alcançou o sucesso, ou que se é competente, é necessária a presença e a atenção dos outros. A segunda é a crítica generalizada ao ‘outro’, pois todos que não lhe dão atenção, que o criticam, que não lhe oferecem ajuda, ou que pensam diferente dele, são insensíveis, desagradáveis, egoístas ou ignorantes. A terceira é que volta e meia o ego dele se irrita com toda essa representação, e a pessoa explode em arroubos de agressividade gratuita ou queixas infindáveis. A quarta e última é a superficialidade nas relações, uma tradução do nosso comportamento para com as coisas transportado para o nosso relacionamento com as pessoas – pois é, com as coisas nosso relacionamento é na modernidade profundamente marcado pelo instantâneo – afinal, no mundo moderno, tudo é para já, tudo é para o ‘agora’ -, e pelo descartável, tudo é usado e descartado prontamente. Pois esse mesmo instantâneo e descartável já é utilizado nas relações entre as pessoas, fazendo com que usem umas às outras, sem nenhuma consideração, afetividade ou compromisso. Há saída para isso? Há soluções? Podemos viver de uma forma melhor que essa? No próximo post eu falo sobre isso.

Fonte da Imagem:
http://oficinadevalores.blogspot.com.br/2012/04/logoterapia-uma-terapia-em-busca-de.html

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Enfrentando a Crise

Hoje é 7 de Setembro, uma data especial para nosso país. Parabéns a todos os brasileiros! Entretanto, lamentavelmente não estamos vivendo o melhor dos momentos da história recente do Brasil. Sim, estamos bem no meio de uma crise econômica e política.
Resolvi então dar a minha contribuição para os dilemas reais que estamos vivendo, sem partidarismos e torcidas, sem acusações ou ofensas, enfocando nos fatos e refletindo sobre o que pode ser feito neste momento. O que ofereço é uma análise com uma série de perguntas. A ênfase na análise abaixo é econômica e não política:
O cobertor sempre foi curto - o dinheiro dos impostos nunca foi suficiente para atender a TODAS as demandas - e ficou mais curto ainda com a crise e a consequente diminuição do ritmo da economia: menor arrecadação de impostos, menos dinheiro no caixa do governo.
É hora de cortar custos. Quais cortes reais de custos o governo fez e pode fazer? Quais cortes são acertados ou equivocados? Cortar ministérios? Cortar dinheiro da educação e da saúde? Diminuir o número de cargos comissionados? Cortar programas sociais? Cortar um pouco em cada ministério, autarquias e programas?
É hora de aumentar o caixa do governo. O que o governo fez e pode fazer para melhorar essa condição? Vender bens e imóveis da união? Aumentar a taxação sobre o lucro? Criar impostos e taxas para os Bancos? Criar impostos sobre as grandes fortunas? Cobrar com mais afinco os grandes devedores da União? Privatizar empresas do governo? Criar um imposto “provisório” para enfrentar a crise?
As desonerações do Governo Federal somaram mais de 300 bilhões de reais apenas nos anos do governo Dilma. Se consideradas até o final do seu mandato, chegarão a 485 bilhões. É muito dinheiro, ou seja: quase meio trilhão a menos no caixa do governo. Ficam as perguntas: Foi uma medida acertada insistir no caminho das desonerações? Sendo que essas desonerações significavam em média entre 1% e 5% do preço final dos produtos, houve de fato diferença para aumentar o consumo, ou a maioria dos consumidores compraria do mesmo jeito, com ou sem desoneração?
De acordo com o TCU, nos dois últimos anos o governo aumentou os gastos com os Programas Sociais sem ter dinheiro em caixa para isso. Será correto então ‘cortar’ esses gastos para fazer o acerto no caixa do governo? Fazer isso não aprofundará a crise entre os mais pobres, que são os que mais sentem o impacto nesses momentos de dificuldade?

É hora de sacrifícios para todos por causa dos erros de alguns. Isso não é novidade na história. A questão é: Será que de fato ‘TODOS’ vão pagar a conta? Ou algum grupo não pagará o preço da crise? Há privilegiados nessa história? Há algum grupo que NÃO pode pagar o preço ou TODOS têm que pagar neste momento?
É hora de olhar para a frente. É hora de relembrar como o país enfrentou e venceu as crises no passado. Quais projetos de desenvolvimento que potencializarão a economia? Quais projetos podem ser realizados em parceria com o setor privado?
É hora de soluções macroeconômicas. É hora da reforma tributária? Seria correto lançar títulos e bônus do governo para gerar mais caixa? Utilizar os mais de 300 bilhões das reservas cambiais para cobrir o caixa do governo?
É hora de preparar-se para o pós crise - sim, toda crise tem um fim. Como aumentar investimentos e a produtividade da economia brasileira? Como melhorar o ambiente de negócios no país? Como dar melhor treinamento e aparelhamento para a mão de obra nacional?

Enfim, é hora de refletir e tomar as decisões corretas para sair da crise. O caminho está diante de nós, resta decidir e avançar!

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