Friedrich
Froebel (1782 - 1852) destacou-se no cenário educacional dos tempos modernos pelas suas idéias com relação à educação infantil. Ele era compreendido por muitos que o consideraram um inspirado, mas também foi por muitos condenado. Houve pessoas que até mesmo o consideraram um perigoso revolucionário. Também houve aqueles que julgam os seus princípios se relacionam somente com a educação infantil e acham que Froebel é apenas o fundador dos jardins de infância.
Froebel é considerado hoje o reformador educacional mais completo do século XIX. Depois que suas idéias reformularam a educação, descobriu-se que sua inspiração saiu do amor à criança e à natureza. A essência de sua pedagogia são as idéias de atividade e liberdade.
Após trabalhar com
Pestalozzi, em 1837, Froebel abriu
o primeiro Jardim de Infância e passou a dedicar toda sua vida à fundação de jardins de infância, à formação de professores e à elaboração de métodos e equipamentos para as instalações. Os ideais de Froebel foram considerados politicamente radicais e, durante alguns anos, foram banidos da Prússia. Embora sobre a influência de Pestalozzi, Froebel foi totalmente independente e crítico, formalizando os seus próprios princípios educacionais.
Na sua obra
A educação do homem (1826) ele afirma que a "educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal".
Cada objeto do Universo é parte de algo mais geral e também uma unidade e se for considerado em relação a si mesmo. A atividade produtiva exige a integração da memória, da percepção, do raciocínio, da vontade com os nervos, músculos e órgãos sensoriais.
Para Froebel, o indivíduo é no campo das relações humanas uma unidade, quando considerado em si mesmo, mas relacionando-se com um todo maior. Froebel também defendeu o desenvolvimento genético, destacando a continuidade do desenvolvimento, bem como a unidade das fases do crescimento.
Para ele, o desenvolvimento ocorre segundo as seguintes fases:
1. a infância,
2. a meninice,
3. a puberdade,
4. a mocidade e
5. a maturidade.
Para ele, todas igualmente importantes. A infância é o período em que a criança deve ser protegida pelos pais, porque ela é dependente. As atividades motoras e os sentidos são muito importantes nesse momento da vida.
Em 1837, ele cria não só a ideia, mas também um espaço físico chamado Kindergarten (Jardim de Infância). Em sua filosofia educacional, no Kindergarten as crianças eram consideradas plantinhas de um jardim, cujo jardineiro seria o professor (influência de Pestalozzi). A criança se expressaria através das atividades de percepção sensorial, da linguagem e do brinquedo. A linguagem oral se associaria à natureza e à vida.
Froebel foi o primeiro educador a utilizar o brinquedo como atividade nas escolas; as atividades e os desenhos que envolvem movimento e os ritmos eram muito importantes. Para a criança passar a se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo.
Os blocos de construção, chamados de materiais específicos, eram usados pelas crianças nas suas atividades criadoras. Trabalhava-se com outros tipos de materiais, como papel, papelão, argila e serragem.
Froebel idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem, dando o nome de "dons" porque dizia que Deus os oferecia para que as necessidades infantis fossem bem desenvolvidas. Os chamados "dons" eram a bola, o cubo e o cilindro. Os blocos eram utilizados em uma medida bem restrita, enquanto as demais atividades eram mais livres.
No período da meninice, dos seis ou sete anos aos nove ou dez anos, a instrução e a preparação para a firmeza da vontade eram valorizadas. As atividades construtivas eram bem variadas e cada menino cuidava do seu próprio jardim, passando para atividades comunitárias com dois ou mais meninos. Para ele, nesta fase, os brinquedos possuem uma característica mais intencional porque contribuem para a formação das qualidades morais. As histórias, os mitos, as lendas, os contos de fadas e as fábulas tinham um enorme valor para Froebel.
Enquanto os brinquedos físicos davam força e poder ao corpo, as histórias desenvolviam o poder da mente. As excursões a montanhas e vales eram semanais na escola de Froebel. Na sua opinião, a natureza tinha um enorme poder para auxiliar o menino a compreender a si mesmo e aos outros. Froebel, valorizava a família, tanto quanto Pestalozzi, abrangendo a função familiar aos planos biológico, social, religioso e educacional. Foi o primeiro educador a captar o significado da família nas relações humanas. Ele observava muito a maneira de agir das crianças e chegou a conclusão que elas se valiam de símbolos na hora de brincar. Exemplo: Um taquinho de madeira podia ser um determinado animal, ou até mesmo, uma boneca. Baseando-se nisso, Froebel sentia uma atração especial pelo simbolismo.
Falando de Froebel, observamos que:
• A educação baseia-se na evolução natural das atividades da criança;
• As atividades espontâneas adquirem um desenvolvimento verdadeiro;
• Na educação infantil o brinquedo é fundamental;
• Para conseguir integrar o crescimento de todos os poderes: físico, mental e social, Froebel, variou nas atividades construtivistas;
• A atividade construtivista pode causar uma grande harmonia e espontaneidade no controle social;
• Os currículos das escolas devem estar baseados nas atividades e interesses desde o nascimento e em cada fase da vida infantil;
• A humanidade ainda está em processo de desenvolvimento, e a educação ainda é a melhor solução para um futuro melhor;
• O futuro desenvolvimento da raça depende exclusivamente da educação das mulheres;
• O saber não se resume num fim em si mesmo, mas funciona relacionado com as atividades do organismo.