terça-feira, 30 de agosto de 2011

Por que Aprendizagem Cooperativa?

Por que Aprendizagem Cooperativa?


Frank Viana Carvalho

Qual o perfil do sucesso no final do século vinte e no início do novo milênio? Como será o profissional que ocupará “postos chaves” nas empresas e instituições? Peter Drucker enfatiza que o profissional de sucesso será aquele que possa adquirir e transmitir conhecimentos(1). Teresa Caram mostra que para conquistar e manter uma posição no mercado de trabalho, na atualidade, é preciso ter e manter um bom relacionamento com os companheiros de trabalho e dividir o conhecimento com chefia e colegas(2). Para Daniel Goleman, saber trabalhar em equipe é essencial. Ele afirma que “um grupo composto por variadas forças e perspectivas, operando em harmonia, irá produzir soluções melhores, mais criativas e mais eficazes do que o trabalho individual de cada um.” Ele também afirma que a medida em que serviços baseados no capital intelectual e no conhecimento, como é o caso da escola, se tornam mais fundamentais para o mercado de trabalho, melhorar a maneira como as pessoas trabalham em equipe será a grande forma de influenciar o capital intelectual’, o que “fará uma grande diferença”. “Para prosperar, senão para sobreviver”, as empresas deveriam desenvolver a eficiência do trabalho em grupo(3).

O mundo atual tornou-se muito competitivo e em todos os aspectos da vida moderna as exigências para o sucesso são cada vez mais criteriosas. As empresas usam critérios de seleção e promoção rigorosíssimos. As indústrias se aperfeiçoam, trocando homens por máquinas e exigindo dos que ficam produtividade e competência acima da média. Empresas prestadoras de serviços, como bancos, por exemplo, diversificam suas opções, informatizam todo o sistema e diminuem as vagas.

Vivemos em mundo em transformação. Pessoas, empresas e indústrias esperam mais de nós mesmos, e devemos produzir mais. Esta é também a sociedade do conhecimento. Mas o conhecimento por si só não opera transformações, é necessário que ele seja compartilhado. Peter Drucker afirma que o conhecimento que produz resultados é o conhecimento compartilhado, seja através de idéias e produtos, seja através de serviços(4).

Na contramão estão aqueles que apostam em modelos individualistas e competitivos. E aí reside um grande problema: confundem individualidade com individualismo e qualidade aliada à competência, com competição. Um desenvolvimento equilibrado da individualidade é aquele centrado no crescimento pessoal e na autonomia. O individualismo é a preocupação excessiva apenas com o que lhe é próprio, esquecendo-se dos demais. Os que apostam na competição, esquecem que o fator primordial é a busca da qualidade e da competência. Com preparo adequado, competência e qualidade farão os serviços e produtos de uma empre¬sa estarem sempre bem posicionados no mercado. Eles serão competitivos naturalmente. Não porque esma¬garam os concorrentes ou pisaram nos outros para subir, mas porque são bons e tem qualidade para ocupar um determinado espaço. O mundo quer pessoas preparadas, com domínio da sua área de atuação, mas sobretudo quer pessoas que ajudem os demais, que valorizem os companheiros, que dêem mais sugestões do que críticas. Pessoas que auxiliam os demais estão entre os que obtêm sucesso e são os mais queridos onde quer que trabalhem.

E a escola? Qual o papel dela em tudo isso? O papel da escola é central neste processo. Ela tem em suas mãos a oportunidade de ensinar o que é mais importante para os alunos: adquirir habilidades e apti¬dões que serão úteis para a vida e para o mercado de trabalho. A escola precisa ensinar cooperação. E a melhor maneira de fazê-lo é através de modelos de trabalho em cooperação dentro da sala de aula.

As escolas podem ensinar o trabalho em equipe através da cooperação. E a Aprendizagem Cooperativa é de fato um caminho aberto para o crescimento dos estudantes e das escolas neste sentido. E uma poderosa ferramenta na mão dos professores. Green afirma que “o ensino cooperativo é a solução para a maioria dos problemas de ensino e aprendizagem” e “as técnicas do ensino cooperativo, quando bem aplicadas, podem resgatar alunos considerados sem chance e sociabilizar a turma”(5)

Fontes:
Artigo baseado no livro de Frank V. Carvalho, Pedagogia da Cooperação, UNASPRESS, 2003, 3a. edição.
(1) DRUCKER, Peter. Sociedade Pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, , 1999. p. 168.
(2) CARAM, Teresa, ]ornal ‘O Estado de Minas”, Caderno de Economia, p. 01,17/08/97 Caram, Tereza. jornal 0 Estado de Minas’, Caderno de Economia, p. 01, 17/08/97
(3) GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Pioneira, 1995, p. 131.
(4) DRUCKER, Peter, idem.
(5) GREEN, William (Andrews Liniversity, Michigan, USA). Aulas do Mestrado em Educação. dez/jan 96/97. IAE, Eng. Coelho.
Fonte da Imagem: A IMAGEM é da autoria de Frank Viana Carvalho.

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