Outro dia falei sobre Einstein e sua colocação sobre a construção "humana" de Deus. É certo que ele rejeitava a idéia de um deus antropomórfico, ou seja, de um Deus moldado à semelhança humana. Vale destacar alguns pensamentos do próprio Albert Einstein:
"Nunca encontrei uma expressão melhor do que "religiosidade" para definir a confiança na racional natureza da realidade e de sua peculiar acessibilidade à mente humana. Onde não há essa confiança, a ciência degenera, tornando-se um procedimento sem inspiração. Se os sacerdotes lucram com isso, que o diabo cuide do assunto. Não há remédio para isso.
Quem quer que tenha passado pela intensa experiência de conhecer bem sucedidos avanços na ciência é movido por uma profunda reverência pela racionalidade que se manifesta em existência (...) a grandeza da razão encarnada em existência.
O certo é que a convicção, semelhante ao sentimento religioso, da racionalidade ou inteligibilidade do mundo, está por trás de todo trabalho científico de uma ordem superior. Essa crença firme em uma mente superior que se revela no mundo da experiência, ligada a um profundo sentimento, representa minha concepção de Deus.
Todos os que seriamente se empenham na busca da ciência convencem-se de que as leis da natureza manifestam a existência de um espírito imensamente superior ao do homem, diante do qual nós, com nossos modestos poderes, devemos nos sentir humildes.
Minha religiosidade consiste de uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela nos pequenos detalhes que podemos perceber com nossa mente frágil. Essa convicção profundamente emocional da presença de um poder racional superior, que é revelado no incompreensível universo, forma minha idéia de Deus."
Einstein tinha admiração por um filósofo judeu chamado Spinoza (notadamente panteísta), e em certa ocasião disse que "acreditava no Deus de Spinoza". Quando perguntaram a Einstein se ele era ateu ou então panteísta, ele respondeu:
“Não sou ateu e não acho que posso me chamar de panteísta.
Estamos na situação de uma criança que entra em uma enorme biblioteca cheia de livros escritos em muitas línguas. A criança sabe que alguém escreveu aqueles livros, mas não sabe como. Não entende os idiomas nos quais eles foram escritos. Suspeita vagamente que os livros estão arranjados em uma ordem misteriosa, que ela não compreende. Isso, me parece, é a atitude dos seres humanos, até dos mais inteligentes em relação a Deus. Vemos o Universo maravilhosamente arranjado e obedecendo a certas leis, mas compreendemos essas leis apenas vagamente. Nossa mente limitada capta a força misteriosa que move as constelações.”
Einstein nunca se considerou ateu e protestava contra isso. Certa ocasião, quando visitava o príncipe Hubertus de Loweinstein, Einstein declarou que ficava zangado com pessoas que não acreditavam em Deus e o citavam para corroborar suas idéias.
Vemos que isso ocorre novamente hoje, ao se valerem de uma carta que ele escreveu a um amigo na qual fez críticas à concepção de Deus numa perspectiva antropomórfica.
Einstein não chegou a conhecer algumas coisas que o deixariam ainda mais assombrado e maravilhado – dentre elas, as impressionantes descobertas sobre o DNA e o RNA e as descobertas sobre as menores partículas do Universo. Ele morreu antes que qualquer nave espacial pudesse alcançar outros planetas ou o telescópio Hubble ser colocado na órbita da Terra.
O interessante é que ainda hoje, vários homens que se aprofundam na ciência, à semelhança de Einstein, aproximam-se cada vez mais da visão de um Criador, de um Deus que, embora não consigam explicar, é demasiado evidente para ser negado.
Já li três biografias de Einstein – talvez eu seja fã dele e nem o saiba. Ainda guardo duas biografias dele em minha estante de livros. Suas idéias mudaram a concepção moderna de mundo. Sua crença em um Ser Superior mostra que muitos homens (muito) inteligentes têm tido a humildade de reconhecer que somos pequenos diante de um Universo tão imenso e de um Ser capaz de criá-lo e mantê-lo.
Fica também outra lição: o respeito que se deve a ter a todas as pessoas que crêem em Deus de uma forma diferente da nossa.
Fonte: There is a God: how the world’most notorious atheist changed his mind. London: Harper Collin Publishers, 2007.
8 comentários:
Postagem muito interessante!
Também sou fã de Einstein.
Por mais inteligente que Einstein fosse, ele era tão falível quanto qualquer outra pessoa, e sua crença num Criador não aponta para mais nada senão a crença pessoal de um homem no sobrenatural.
"Sua crença (a de Einstein) em um Ser Superior mostra que muitos homens (muito) inteligentes têm tido a humildade de reconhecer que somos pequenos diante de um Universo tão imenso e de um Ser capaz de criá-lo e mantê-lo."
Não é necessário ser humilde para reconhecer que somos apenas um cisco diante do imenso Universo, quanto a crer em Deus, isso também não tem nada haver com humildade. Para falar a verdade, tenho para mim que os religiosos estão entre os mais arrogantes dos seres. Ser humilde não tem nada haver com religião.
Mano
Tem umas coisas do Einstein superinteressantes ele sempre surpreende a gente . Achei o seu post legal pra caramba , continuer
Pedro
Também concordo com einstein pois também possuo minha visão em relaçao ao ser superior que os homens o designam de Deus.Na verdade Deus é uma força imensamente superior que fez o universo e que por meio de seus poderes ainda rege o mundo.As pessoas especulam demais quando o assunto é Deus ou o ''outro mundo'',essa é uma verdade solitaria e única,que apenas descobriremos ao morrer antes são apenas meras especulaçoes das quais não existem a verdade a prova concreta,o melhor é esperar para descobrir. LUCAS ALBERTO,AL-ALAGOAS.
Einstein era falível sim Ricardo Cluk, mas não mais falível que alguns céticos e ateístas que não conseguem dobrar a idéia da existência de Deus.
Concordo que humildade não tem ligação com religião, mas a humildade que Einstein cita, acredito que seja de que o homem nunca vai criar algo tão maravilhoso quando o universo!
Muitos religiosos são seres arrogantes em demasia, porém muitos céticos "dão o troco com a mesma moeda". Exemplo disso é Dawkins, que por muitas vezes é agressivo em relação à um ser superior!
na verdade fé é uma só ,uns com demais outros com muinto pouca, mais todos tem ,certo é que quem tem esse tipo de vizao como einsten nao abre mao,nao preisa ser genio, apenas ter coraçao.Que pena que a maioria nao sabe separar as coisas ou nem sabe o que digo!
na verdade fé é uma só ,uns com demais outros com muinto pouca, mais todos tem ,certo é que quem tem esse tipo de vizao como einsten nao abre mao,nao preisa ser genio, apenas ter coraçao.Que pena que a maioria nao sabe separar as coisas ou nem sabe o que digo! juarez jequeri mg.
Deus existe e ele é fiel
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