quarta-feira, 5 de outubro de 2011

“Culto” e Crítica ao Fenômeno Justin Bieber

Estamos nos dias da visita do ídolo adolescente Justin Bieber ao Brasil. Enquanto muitos torcem o nariz com a simples menção do nome dele, uma multidão de fãs vai ao delírio quando escuta suas músicas. Como explicar essa reação humana diante dos artistas e das celebridades?

Normal, diremos todos, afinal de contas na infância e na adolescência temos heróis e ídolos que, de alguma forma, são referências para nós.

Mas como explicar a devoção ao ídolo?

Até o século XVII não se vê nos registros históricos a declarada exaltação de um ser humano, exceção feita, é claro, aos reis e monarcas - muitas vezes como exigência dos próprios. 

Mas, em realidade, a história, tal como nos é contata, é, em grande parte, a história dos grandes homens e mulheres que marcaram indelevelmente o passado.

A história da Igreja e das religiões, por exemplo, é a história do 'culto' aos santos, aos homens e mulheres exaltados por suas virtudes e valores morais.

No século XVIII começará um movimento que culminará com o estabelecimento subjetivo da exaltação e culto ao ser humano, um sopro e triunfo final do humanismo e uma respiração no nascente iluminismo.
 
Essa expressão "culto aos grandes homens" tornou-se usual na análise da história francesa a partir de alguns historiadores que observaram a guinada provocada pela revolução francesa no século XVIII. Eles chamam de 'culto' porque essa reverência que era direcionada aos reis e aos ‘santos’ da Igreja se voltará (em função do enfraquecimento da realeza e da religião, bem como da classe eclesiástica) para os grandes homens da história.

O movimento (subjetivo) crescerá e chegará ao final do século XX cada vez mais forte e difuso: não apenas pelos valores e habilidades grandes homens e mulheres serão celebrados, mas cada vez mais por motivos e motivações ligados à fama, aos feitos e à excentricidade.

Entramos no século XXI. Temos hoje um culto aos grandes homens?

Para ser considerado um ‘grande homem' não basta fazer coisas boas, mas também contar com o fator sorte: estar no lugar certo, na hora certa.

A outra maneira é conseguir o ‘apoio’ das mídias na divulgação de si. Em função de sua forte atuação, elas colocam determinadas pessoas em posições chave para que sejam objeto de admiração. Em outras palavras, não é necessário ser exatamente um ‘grande homem’ ou ‘grande mulher’ no sentido moral para ser ‘cultuado’ – também basta ser famoso, excêntrico, muito rico (e filantropo) ou sortudo.

Hoje assistimos ao fenômeno Justin Bieber

Em 2008, portanto há três anos, Justin Bieber era apenas um adolescente que gostava de postar vídeos musicais na internet. Descoberto pelo caçador de talentos e agente Scooter Braun, no mesmo ano assinou com a gravadora Island Records que, em seu catálogo, tem artistas como U2, Jack Johnson, Cranberries, Akon, Mariah Carey e Sugababes (entre outros famosos).

Com apenas 16 anos, Justin Bieber se tornou o artista solo homem mais jovem a liderar o topo das paradas da América do Norte desde Stevie Wonder, em 1963.

O vídeo mais visto na internet (de todos os tempos) é dele: foram apenas 575 milhões de visualizações para o hit Baby.

A primeira de duas partes do seu álbum de estreia, My World, foi lançada em 17 de novembro de 2009. No entanto, quatro singles bem-sucedidos foram lançados precedendo o álbum: "One Time", "One Less Lonely Girl", "Love Me" e "Favorite Girl", todas ficando nos top 15 da Canadian Hot 100 e no top 40 da Billboard Hot 100. Isso fez de Bieber o único artista da história da Billboard a ter quatro singles de um álbum de estreia posicionando no top 40 da Hot 100 antes do lançamento do álbum.

My World recebeu críticas positivas dos críticos musicais e estreou na sexta posição da Billboard 200, vendendo 137 mil cópias durante sua primeira semana, o que foi o segundo melhor início de vendas de um artista novo.

O álbum também estreou na primeira posição da Canadian Albums Chart e ganhou o certificado de Ouro da CRIA em uma semana. Menos de um mês após o lançamento, seu álbum foi certificado Platina no Canadá, pela venda de mais de 80.000 cópias no país.

Em janeiro de 2010, ganhou o mesmo certificado nos Estados Unidos, por vendas acima de um milhão de cópias. Também foi certificado Prata no Reino Unido. A segunda parte do álbum, My World 2.0, foi lançada em 23 de março de 2010 e estreou na primeira posição da Billboard 200, vendendo 283 mil cópias em sua primeira semana.

The Observer, jornal no Reino Unido publicou um relatório indicando que Justin Bieber é mais influente nas rede social do que Barack Obama ou Dalai Lama.

Bieber abriu uma conta no Twitter, a partir da qual ele interage com os fãs regularmente. Em abril de 2011, sua conta atingiu mais de 9 milhões de seguidores tornando Bieber, a segunda pessoa mais seguida no mundo pelo Twitter.

Bieber foi nomeado como a estrela mais quente pela revista J-14, revelação do ano pela MuchMusic, e listado pela Celebuzz no top 10 dos artistas revelados pelo Youtube.

Além disso, ele também é conhecido por gerar uma revolução na moda jovem, fazendo com que adolescentes de todo o mundo imitassem seu corte de cabelo e o seu estilo de vestir, com o uso de bonés de uma marca específica e tênis coloridos.

Por seus contratos, Justin Bieber recebeu em 2010 um pagamento de 53 milhões de dólares, tornando-se o artista adolescente mais bem pago do show business. Grande parte dessa renda se deve ao fato de Bieber ter vendido 9 milhões de discos mundialmente.


My World, disco de estreia de Justin Bieber, já chegou fazendo sucesso: antes mesmo de ser lançado oficialmente (em novembro de 2009) conseguiu um fato inédito: emplacou quatro hits – “One Time”, “One Less Lonely Girl”, “Love Me” e “Favorite Girl” – entre as 40 do Top 100 da Billboard.

Menos de cinco meses após “My World” chegar às lojas, Bieber lança “My World 2.0”, seu segundo álbum, e vai direto para o topo das paradas do Canadá e Estados Unidos.

Nos EUA, “My World 2.0” vendeu nada menos que 283 mil cópias em um semana. Fato que também impulsionou as vendas de seu primeiro trabalho, que saltou cinco posições, chegando ao número 5, com vendas de 50 mil cópias. O álbum estreou em novembro passado com o 6o lugar e já vendeu 1,1 milhão de exemplares.

Concluindo

Em que pese o fato de muitos não aceitarem a celebração em torno do novo fenômeno pop, os números que acompanham sua carreira são de fato impressionantes e acabam justificando, pelo menos para as fãs, toda a euforia em torno do ídolo. Mas não há nenhuma novidade neste assunto - Menudos nos anos 1980 e New Kids on the Block nos anos 1990 provocaram a mesma comoção.

Fontes:
http://www.myspace.com/justinbieber

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