domingo, 13 de novembro de 2016

Edgar Morin - Os Sete Saberes e a Teoria da Complexidade


A Teoria de EDGAR MORIN

Edgar Morin, filósofo nascido na França, em 1921 é um dos maiores expoentes da cultura europeia no século XX e um dos maiores filósofos da atualidade. Ele é o pai da teoria da complexidade, minuciosamente explicada nos quatro livros da série O Método, ele defende a interligação de todos os conhecimentos, combate o reducionismo instalado em nossa sociedade e valoriza o complexo. A palavra complexidade pode, de início, causar estranhamento. O ser humano tende a afastar tudo o que é (ou parece) complicado. Morin prega que se faça, com urgência, uma modificação nessa forma de pensar. "Só assim vamos compreender que a simplificação não exprime a unidade e a diversidade presentes no todo", define o estudioso. Exemplo: o funcionário de uma fábrica de automóveis é capaz de fazer uma peça essencial para o funcionamento de um veículo, mas não chega sozinho ao produto final. É importante ressaltar que Morin não condena a especialização, mas sim a perda da visão geral. Na educação, Morin mantém a essência da teoria da Complexidade. Ele vê a sala de aula como um fenômeno complexo, que abriga uma diversidade de ânimos, culturas, classes sociais e econômicas, sentimentos. Um espaço heterogêneo e, por isso, o lugar ideal para iniciar a reforma da mentalidade que ele prega.

No mundo todo, o currículo escolar é mínimo e fragmentado (dividido em várias matérias que muitas vezes não aproveitama interconexão que têm entre si). Para ele, essa estrutura não oferece a visão geral e as disciplinas não se complementam nem se integram, dificultando a perspectiva global que favorece a aprendizagem. O conjunto beneficia o ensino e não a aprendizagem, porque o aluno busca relações para entender. Assim, só quando sai da disciplina e consegue contextualizar é que ele vê ligação com a vida.
A escola, a exemplo da sociedade, se fragmentou em busca da especialização. Primeiro, dividiu os saberes em áreas e, dentro delas, priorizou alguns conteúdos. Para que as idéias de Morin sejam implementadas na educação, é necessário reformular essa estrutura, uma tarefa complicada. É difícil romper uma linha de raciocínio cultivada por várias gerações, mas é perfeitamente possível. Bons exemplos são os trabalhos com “Projetos”, onde várias disciplinas são integradas através de um tema comum. Outro exemplo é pedir que os alunos usem um só caderno para todas as disciplinas. Isso acaba com a hierarquia que muitas vezes existe entre as matérias e mostra que nenhuma é mais importante que as outras. Na verdade, todas estão interligadas e são dependentes entre si. A grande marca de Morin na educação mundial é certamente seu livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”. Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin são eixos e, ao mesmo tempo, caminhos que se abrem a todos os que pensam e fazem educação e que estão preocupados com o futuro das crianças e adolescentes. O texto de Edgar Morin tem o mérito de introduzir uma nova e criativa reflexão no contexto das discussões que estão sendo feitas sobre a educação para o Século XXI. Aborda temas fundamentais para a educação contemporânea, por vezes ignorados ou deixados à margem dos debates sobre a política educacional.
São eles:
1.       As cegueiras do Conhecimento: o erro e a ilusão (O conhecimento é um farol que ilumina o caminho, no entanto, o conhecimento nos leva até as suas fronteiras. No processo de adquirir o Conhecimento, o erro tem papel fundamental – ele deve ser usado na aprendizagem. Por outro lado, se soubermos algo de forma equivocada; ou se o conhecimento é incompleto; ou ainda se um conhecimento que adquirimos não for verdadeiro e nos fixarmos nele, se o tomamos por verdade absoluta... Assim, vemos que há “cegueiras no conhecimento e no processo de aquisição do mesmo e podemos nos iludir de que sabemos, ou de que alcançamos a verdade sobre um determinado assunto)
2.       Os princípios do conhecimento pertinente (O conhecimento precisa fazer sentido, ser ligado e interligado a outros saberes. Não precisamos saber tudo, mas precisamos saber o necessário. Sua pertinência, interligação e inter-relação indica sua importância e utilidade);
3.       Ensinar a condição humana (Somos seres complexos, não apenas entidades físicas. Somos seres com aspectos sociais, psicológicos, afetivos, espirituais, cognitivos... A condição humana é a condição da limitação, mas ao mesmo tempo do potencial; da certeza e das dúvidas, do simples e do complexo; do saber e não saber; da contradição e da superação – tudo isso nos faz essencialmente humanos);
4.       Ensinar a identidade terrena (Vivemos em um lindo planeta que nos dá identidade, presença e significado no Universo. Nossa condição terrena é a da finitude – os recursos e a vida no planeta são finitos. Assim, devemos cuidar um do outro e do nosso planeta, seus recursos);
5.       Ensinar a reconhecer e enfrentar as incertezas do nosso tempo (Na vida temos poucas certezas, embora o mundo moderno queira nos passar exatamente a ideia contrária. Até mesmo a ciência deve trabalhar com a ideia de que existem muitas coisas incertas (Princípio da Incerteza).
6.       Ensinar a compreensão (A comunicação humana deve ser voltada para a compreensão; ensinar a tolerância, o respeito e a abertura ao próximo);
7.       A ética do gênero humano (É a antropoética (antropós – homem), ancorada em três elementos – indivíduo, sociedade e espécie. O princípio da reciprocidade - Não desejar aos outros aquilo que não quer para você. Ensinar a consciência de uma Terra-Pátria que se traduza em uma vontade de realizarmos a cidadania terrena).
Fontes:
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Editora Cortez, 2000.
Abril: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/materias_296365.shtml
Infoescola: http://www.infoescola.com/pedagogia/a-educacao-segundo-edgar-morin/
Conteúdo Escola: http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/89/27/

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