segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Conselhos aos meus Amigos e Alunos

Alcancei os 45 anos e quisera poder dizer que cheguei à metade da minha jornada. Acredito que as experiências e a vida já me permitem dar alguns conselhos àqueles que estimo. Sabedoria nunca é demais.

Por Frank V. Carvalho

1. Os grandes problemas que mais nos afligem e as calamidades que mais nos angustiam, em sua maioria nunca chegam a ocorrer.
2. Aprenda a desconfiar da multidão: se todos estão seguindo numa só direção, alguma coisa está errada.
3. Não se economize. Quando a velhice chega, esse tipo de economia terá acabado sem que você a tenha utilizado.
4. Existe uma economia que nos faz de fato felizes: dinheiro para os tempos difíceis. Só os tolos acreditam que eles nunca chegarão.
5. Dar aos inimigos a chance de odiá-los é um luxo do qual não necessitamos.
6. Os chefes invariavelmente vivem duas fases em relação aos empregados: nos acham maravilhosos e eficientes e em seguida nos acham substituíveis e descartáveis.
7. A sabedoria no trabalho consiste em saber que vivemos ciclos na carreira e no emprego. Perceber a hora certa de mudar vale mais do que uma promoção.
8. Faça como os atletas anônimos: não corra para a mídia ou para os holofotes, corra para sua família e seus amigos – são eles que te aplaudirão se você chegar em 5º, 11º, 35º ou em último lugar.
9. Há duas coisas que realmente não são da nossa conta: o que os outros falam e o que pensam a nosso respeito.
10. Olhe para o passado para tirar lições ou matar saudades; olhe para o futuro para planejar ou sonhar; não fique olhando para o presente – viva-o intensamente.

E para finalizar, o velho Einstein já dizia: “Existem duas formas de viver: Não acreditando em milagres e acreditando que tudo é um milagre”. Eu escolhi a segunda.

Fonte da Imagem: www.imotion.com.br

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lourenço Filho

Grande educador brasileiro, Lourenço Filho teve atuação de destaque no movimento dos pioneiros da Escola Nova. Um intelectual educador, extremamente ativo e preocupado com a escola em seu contexto social e nas atividades de sala de aula.

Manuel Bergström Lourenço Filho (Porto Ferreira, 10/03/1897 - 03/08/1970) teve sua educação primária no interior de São Paulo e, após cursar a Escola Normal Secundária (formou-se professor), estudou Medicina por dois anos e inclinou-se para a advocacia. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo onde levou quase dez anos para formar-se, pois sempre se envolvia com atividades paralelas no campo educacional.

Em 1922, a convite do governo cearense, assumiu o cargo de Diretor da Instrução Pública e lecionou na Escola Normal de Fortaleza. As reformas por ele empreendidas no Ceará repercutem no país e podem ser entendidas como germe dos conhecidos movimentos nacionais de renovação pedagógica das primeiras décadas do século. Voltando a São Paulo, lecionou na Escola Normal de Piracicaba, onde foi nomeado para a cátedra de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal de Piracicaba (ali fundou a Revista de Educação e também se casou com uma colega dos tempos do curso Normal - Aida de Carvalho). Em seguida, assumiu a vaga de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal de São Paulo, função que ocupou por seis anos, com pródiga produção (muitas publicações, inclusive traduções). A influência da Psicologia Experimental é evidente em sua obra, sobretudo nesse momento.

Pode-se dizer que sua atuação profissional foi eclética, pois além das lides formais na educação, trabalhou no Jornal do Comércio, n’O Estado de S. Paulo e na Revista do Brasil, nesta, ao lado de Monteiro Lobato. Presente nas Conferências Nacionais de Educação de 1927 e 1928 (Curitiba e Belo Horizonte), apresentou suas ideias quanto ao ensino primário e à liberdade dos programas de ensino.

Influenciou de maneira decisiva a formatação do documento que se tornou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932.

Era um educador sedento do novo, que bebia nas fontes do novíssimo, das últimas novidades pedagógicas do cenário internacional. Sua preocupação voltava-se também para o fazer pedagógico. Escreve muito sobre diversos temas (educação pré-primária, alfabetização infantil e de adultos, ensino secundário, ensino técnico rural, universidade, didática, metodologia de ensino, administração escolar, avaliação educacional, orientação educacional, formação de professores, educação física e literatura infanto-juvenil).

O brilho de suas contribuições é ofuscado por sua participação no governo ditatorial de Getúlio Vargas (foi diretor de gabinete de Francisco Campos (1931), diretor geral do Departamento Nacional de Educação (1937) e diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (1938-46), onde encarou os cargos como possibilidades de realizações pela educação brasileira.

Quanto mais se conhece a obra de Lourenço Filho, tanto mais se percebe que sua contribuição não está a dever em relação a grandes nomes, como por exemplo, Anísio Teixeira.

Ideias e Pensamento Educacional

"A escola tradicional não serve o povo, e não o serve porque está montada para uma concepção social já vencida, senão morta de todo... A cultura, bem ou mal, vinha servindo os indivíduos que se destinavam às carreiras liberais, mas nunca às profissões normais de produção econômica". (jornal O Estado de S. Paulo, 1926).

“Ensinar é a arte de transmitir conhecimentos e técnicas, ou seja, o ensino é o processo de inculcação de noções e idéias e, esse papel historicamente coube à escola. Já em relação à Educação, esta, deveria ser integral, oferecer mais que a instrução, pois cabe a ela integrar os indivíduos. O caráter educativo pleno da escola estaria no oferecimento de condições e oportunidades para que os alunos organizassem a sua conduta para a saúde, a família, o trabalho, a pátria, a recreação e a religião.”


"O verdadeiro papel da escola primária é o de adaptar os futuros cidadãos, material e moralmente, às necessidades sociais presentes e, tanto quanto seja possível, às necessidades vindouras, desde que possam ser previstas com segurança. Essa integração da criança na sociedade resume toda a função da escola gratuita e obrigatória, e explica, por si só, a necessidade da educação como função pública. Por isso mesmo, o tirocínio escolar não pode ser mais a simples aquisição de fórmulas verbais e pequenas habilidades para serem demonstradas por ocasião dos exames. A escola deve preparar para a vida real, pela própria vida. A mera repetição convencional de palavras tende a desaparecer, como se viu na nova concepção da ‘escola do trabalho’. Tudo quanto for aceito no programa escolar precisa ser realmente prático, capaz de influir sobre a existência social no sentido do aperfeiçoamento do homem. Ler, escrever e contar são simples meios; as bases da formação do caráter, a sua finalidade permanente e inflexível. Do ponto de vista formal, isso significa a criação, no indivíduo, de hábitos e conhecimentos que influam diretamente no controle de tendências prejudiciais, que não podem ou não devem ser sufocadas de todo pelo automatismo psíquico possível na infância. E como consequência, nos grandes meios urbanos, à escola cabe, hoje, iniludivelmente, facilitar a orientação e seleção profissional, pelo estudo das aptidões individuais da criança, conhecimento e esclarecimento do desejo dos pais, tradição e possibilidades da família. Esse aspecto é inteiramente desconhecido em nossas escolas." (Lourenço Filho, Introdução ao estudo da Escola Nova).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Educação no Brasil no Período do Estado Novo

O Brasil de 1937 recebeu em novembro uma nova Constituição. Vale ressaltar que este período da história é marcado pela crescente crise europeia que culminou na 2ª Guerra Mundial. Fascismo e ideologias de dominação, superioridade racial e conquista de territórios estavam na pauta do momento. E como estava a educação brasileira nesse momento?
A nova constituição enfatizou o ensino pré-vocacional e o ensino profissional. A visão era de que havia grande necessidade de uma maior contigente de mão-de-obra para as novas atividades abertas pelo mercado. Negando em parte a orientação positivista, propôs que a ciência fosse livre para a iniciativa privada, mas apenas opcional para o Estado. Fez o mesmo com as artes. Manteve a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário (1ª a 4ª séries). Para se adequar à orientação da Escola Nova, estabeleceu como obrigatório o ensino de trabalhos manuais em todas as escolas normais (formação de professores no Ensino Médio – Magistério), primárias e secundárias.


Ou seja, os ideais e as várias conquistas advindas da Reforma Francisco Campos e do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova que se refletiram na Constituição anterior (1934) sofreram uma inflexão. O ensino superior e o trabalho intelectual sofrem um direcionamento para as classes mais favorecidas, ao passo que o ensino profissional e técnico se volta para as classes mais desfavorecidas.

Ainda assim, neste período podemos ver a criação de algumas entidades, autarquias, agremiações e instituições, além de alguns avanços na legislação. São desse período a UNE - União Nacional dos Estudantes, o INEP - Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP e o SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

Neste período o ensino ficou assim composto:
I – 5 anos de curso primário (de 7 a 11 anos)
II – 4 anos de curso ginasial (12 a 15 anos)
III – 3 anos de colegial (16 a 18 anos), podendo ser na modalidade clássico ou científico (que acabou concentrando 90% dos alunos desse nível).

O ensino colegial (Ensino Médio) perdeu o seu caráter “propedêutico” (preparatório para o ensino superior), e voltou-se para a formação geral.

Breve Cronograma:
1937
• A nova Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e profissional. Retira de seu texto que "a educação é direito de todos".
• É criado o Instituto Nacional do Cinema Educativo e o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
• Fernando de Azevedo publica "A Educação Pública no Estado de São Paulo", baseado no inquérito dirigido por ele no ano de 1926.


1938
• É criada a União Nacional dos Estudantes - UNE.
• É criado o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - INEP.


1939
• É criado o Serviço Nacional de Radiodifusão Educativa.
• É extinta a Universidade do Distrito Federal e incorporada à Universidade do Brasil.


1940
• É criado o Departamento Nacional da Criança, vinculado ao Ministério da Educação e Saúde.


1941
• É criado o Serviço de Assistência a Menores - SAM, vinculado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, para atender as crianças desassistidas.


1942
• É decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundário, conhecida como Reforma Capanema:
• O Decreto-lei 4.048, de 22 de janeiro, cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI.
• O Decreto-lei 4.073, de 30 de janeiro, regulamenta o ensino industrial.
• O Decreto-lei 4.244, de 9 de abril, regulamenta o ensino secundário.
• O Decreto-lei 4.481, de 16 de julho, dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8% correspondente ao número de operários e matriculá-los nas escolas do SENAI.
• O Decreto-lei 4.436, de 7 de novembro, amplia o âmbito do SENAI, atingindo também o setor de transportes, das comunicações e da pesca.
• O Decreto-lei 4.984, de 21 de novembro, compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter, por conta própria, uma escola de aprendizagem destinada à formação profissional de seus aprendizes.


1943
• Ainda no espírito da Reforma Capanema é baixado o Decreto-lei 6.141, de 28 de dezembro, regulamentando o ensino comercial.
• É criado em Recife, por Felipe Tiago Gomes, a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP, núcleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC.
• A Consolidação das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionários.
• É fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ.


1944
• Começa a ser publicada a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, órgão de divulgação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - INEP.


1945
• É criado o Instituto Rio Branco com o objetivo de recrutar e educar pessoal para a carreira diplomática.
• O biólogo suíço Jean Piaget visita o Brasil como "pedagogo" (o que ele nunca foi) a convite da UNESCO.
• A Campanha do Ginasiano Pobre passa a se chamar Campanha de Ginásios Populares.
• É Ministro da Educação e Saúde Pública, no Governo José Linhares: Raul Leitão da Cunha.

Fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb3.html

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Veni, vidi, vici

Júlio César notabilizou-se por suas conquistas militares e por suas célebres frases. Aqui estão três delas:

“Alea jacta est.” (A sorte está lançada). A célebre frase de Júlio César em 10 de janeiro de 49 a.C., após atravessar o rio Rubicão, em direção a Roma. Com seu exército, após atravessar o rio, ele sabia que não havia mais volta – dias difíceis viriam, mas a vitória os aguardava.

“Veni, vidi, vici.” (Vim, vi, venci). Após a vitória, sofrida, mas espetacular, Júlio César proferiu outra de suas célebres frases. Dizem alguns historiadores que essa foi a mensagem (três palavras) que ele dirigiu ao Senado romano. Outros dizem que ele utilizou a expressão mais de uma vez. Bem, o que fica para a posteridade é a expressão de triunfo. Para Júlio César, os desafios existiam para serem vencidos.

“Tu quoque, Bruti, fili mi” (Até tu, Brutus, meu filho). Foi a última frase proferida por Júlio César, diante dos que tramaram a sua morte. Entre eles, seu sobrinho e afilhado, Brutus. A decepção de ver, entre os conspiradores, um a quem amava. César, um dos maiores imperadores da história, como último legado, nos deixou uma frase de indignação.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A praga do politicamente correto na educação moderna

A praga do politicamente correto na educação moderna

Pasmem: Crianças e jovens não podem enfrentar situações de desconforto. Eles têm que se sentir bem o tempo inteiro. É o que dizem os novos 'entendidos' da educação. Nada de apelidos e brigas na infância. Por outro lado, como eles vão enfrentar o mundo real, nada de ‘moralismos’ dos antigos e da sociedade caduca dos avós. Devemos deixa-los assistir TV até tarde, acessar a internet livremente e ver pornografia.
Se interrompem os adultos numa conversa, arrotam depois do refrigerante e falam palavrões, ótimo. Estão mostrando que já sabem como se defender em situações conflituosas. 

O mundo que se cuide para o que vem depois... 


sábado, 15 de outubro de 2011

Você sabe para onde você está indo?

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) afirmou que “mesmo que toda a natureza esteja adormecida, o que a contempla não dorme, e a arte do músico consiste em substituir a imagem insensível do objeto pela dos movimentos que a sua presença excita no coração do contemplador: não só ele agitará o mar, animará a chama de um fogo, fará correr os ribeiros, cair a chuva e aumentar as torrentes, como pintará o horror de um deserto medonho, denegrirá os muros de uma prisão subterrânea, acalmará a tempestade, tomará tranquilo e sereno o ar e da orquestra espargirá nova frescura sobre os bosques”. Mas além disso, a música pode em si mesma falar tanto ao coração como à mente com mensagens e letras significativas.

Você sabe para onde você está indo?




Diana Ross
Você sabe para onde você está indo?
Você gosta das coisas que a vida tem te mostrado?
Para onde você está indo?
Você sabe?


Você tem o que você está esperando?
Quando você olha para trás e não há nenhuma porta aberta
pelo que você está esperando?
Você sabe?

Uma vez que nós estamos parados no tempo
perseguindo as fantasias
que encheram as nossas mentes
Você sabia que eu te amava
Mas meu espírirto estava livre
Rindo das questões
Que uma vez você perguntou sobre mim

Agora olhando tudo que nós temos planejado
Nós deixamos tantos sonhos
Simplesmente escorregarem de nossas mãos
Por que nós devemos esperar tanto?
Antes de vermos
Oh quão tristes as respostas
Para estas questões podem ser.

(Música de Diana Ross)

Dia do Professor

 "Aos professores, o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”.
Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda."
Paulo Freire




"O professor disserta sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme,
Cansado das canseiras desta vida. 
O professor vai sacudí-lo?
Vai repreendê-lo? Não.


O professor baixa a voz,
Com medo de acordá-lo."
Carlos Drummond de Andrade




"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."









Cora Coralina



"Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."
D. Pedro II

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Onde está o Amor? - Música e Filosofia

Para Platão, "a música é um meio mais poderoso do que qualquer outro, porque o ritmo e a harmonia têm a sua sede na alma. Ela enriquece esta última, confere-lhe a graça e ilumina aquele que recebe uma verdadeira educação". Já para Aristóteles "a música tem o poder de formar a personalidade e podem-se distinguir os diferentes gêneros de música fundados em diferentes modos pelos seus efeitos sobre o caráter. Uns determinam a melancolia, outros a imobilidade, os primeiros, encorajam o abandono, outros o autodomínio, e outros despertam o entusiasmo".

Emora bonitas melodias e acompanhamentos (em belos arranjos) tenham a sua força e tornem a música um sucesso, sempre busco significado nas letras e é aí, segundo minha visão, que reside a maior força da mensagem musical. 



Onde Está o Amor?

Black Eyed Peas


O que está errado com o mundo, mamãe?
As pessoas vivendo como se não tivessem mães
Acho que o mundo todo viciou-se no drama.
Apenas atraído a coisas que trazem traumas.
No exterior, sim, a gente tenta parar com o terrorismo
Mas ainda temos terroristas vivendo aqui.
Nos EUA, a grande CIA.
Os Bloods os Crips e os KKK.
Mas se você só tem amor pela sua própria raça.
Então só sobra espaço para discriminar.
E discriminar só gera ódio.
E quando você odeia, então, você tende a ficar irado, yeah
Maldade é o que você demonstra.
E é exatamente assim que a raiva funciona e opera.

Cara, você tem que ter amor para endireitar-se.
Tome controle da sua mente, e medite
Deixe sua alma levitar para o amor.
Pessoas matando, pessoas morrendo.
Crianças feridas e você escuta elas chorando.
Você consegue praticar o que você prega
E dar a outra face?

Senhor, Senhor, Senhor nos ajude.
Envie-nos algum guia daí de cima
Por que as pessoas andam me questionando.
Onde está o amor? (amor)
Onde está o amor? (O Amor)
Onde está o amor? (O Amor)
Onde está o amor, o Amor, o Amor?

Simplesmente não é a mesma coisa,
Sempre tem mudança
Os novos dias são estranhos,
Estará o mundo insano?
Se o amor e paz são tão fortes
Porque há partes do amor que não (nos) pertencem?
Países jogando bombas.
Gases químicos enchendo os pulmões de crianças pequenas
Com sofrimento contínuo, enquanto a juventude morre cedo
Então pergunte a si mesmo,
O amor realmente se foi?
Então eu poderei perguntar pra mim mesmo,
O que realmente está acontecendo de errado?

Nesse mundo que vivemos
Pessoas vivem cedendo
Tomando decisões erradas,
Apenas visando seus dividendos
Sem respeitar um ao outro,
Negando seu irmão.
Uma guerra está acontecendo,
Mas a razão está escondida.
A verdade é mantida em segredo,
Varrida para debaixo do tapete.
Se você não conhece a verdade,
Então não conhece o amor.

Onde está o amor? Todos vocês, vamos lá!
(eu não sei)
Onde está a verdade? Todos vocês, vamos lá
(eu não sei)
Onde está o amor? Todos vocês

Pessoas matando, pessoas morrendo.
Crianças feridas e você escuta elas chorando.
Você consegue praticar o que você prega?
E dar a outra face?

Senhor, Senhor, Senhor nos ajude (...)

Eu sinto o peso do mundo nos meus ombros.
Enquanto envelheço, todos vocês, pessoas ficam mais frias.
A maioria de nós só nos preocupamos em ganhar dinheiro.
O egoísmo está nos guiando para a direção errada.
Informações erradas sempre mostradas pela mídia.
Imagens negativas são o critério principal.
Infectando as mentes jovens mais rápido do que bactéria.
As crianças querem agir como elas vêem no cinema.

E aí, o que seja que tenha acontecido com os valores de humanidade
O que seja que tenha acontecido com a justiça na igualdade
Ao invés de espalharmos amor estamos espalhando desânimo
Falta de conhecimento deixando vidas longe de uma unidade.

É por isso que as vezes eu me sinto pra baixo.
É por isso que as vezes eu me sinto pra mal.
Eu não teria por que ficar me sentindo pra baixo.
Tenho que manter minha esperança viva até que o amor seja encontrado.
Então pergunte a você mesmo
Onde está o amor?
Onde está o amor?
Onde está o amor?
Onde está o amor?

Senhor, Senhor, Senhor nos ajude (...)

Fontes:
Música do Conjunto Black Eyed Peas
Imagens:
www.santuariodorockandroll.blogspot.com

www.belasmensagens.com.br
http://www.opensadordaaldeia.blogspot.com/
www. robertodearaujocorreia.wordpress.com

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Paulo Sérgio Leite Vaz - In Memoriam

Homenagem Póstuma

O Paulo e eu fomos grandes amigos, aproximados em especial pelo amor às aventuras.

Nossa amizade começou em 1989, quando o Paulo me convenceu a correr a São Silvestre, no primeiro ano que a prova passou a ocorrer de dia (a prova começava à meia noite até 1988). Como éramos professores do IAE [atual UNASP, campus São Paulo], nos encontrávamos para combinar sobre os preparativos para a corrida. Treinamos juntos correndo na movimentada Estrada de Itapecerica da Serra (íamos do IAE até Itapecerica da Serra e voltávamos).
O Paulo nos visitou em Linhares em 1994.

Amante de aventuras, o Paulo me acompanhou em duas travessias da Serra da Bocaina (uma em 1990, juntamente com outros professores e alunos do UNASP [Renato Gross, Eliseu de Almeida, Rosevaldo Rocha] e em 1992 (com uma turminha de aventureiros [inclusive outro grande amigo, o Marcos Ferreira Neto]).

Nossa amizade era muito forte. tanto que em 1993, o Paulo participou junto comigo dos planos e preparativos da viagem de carro ao redor da América do Sul. No final, ele acabou ficando fora do recorde no Guinness, cedendo o lugar para o Márcio Donizeti Costa [o Dr. Márcio estudou na Andrews {USA} e hoje trabalha como professor de Teologia no Pará].

Nossa amizade era muito forte até esta época, quando, em virtude de um chamado, mudei-me de São Paulo para o Espírito Santo. Ainda no começo de 1994, quando fui para Linhares (assumir a direção de uma Escola de Educação Fundamental), ele nos fez uma visita relâmpago. Mantivemos contato durante muito tempo, mas a distância nos afastou um pouco, devo confessar.

Neste período que passei fora de São Paulo, juntamente com o cunhado dele, o Leslye, o Paulo teve destaque na abertura e início do Curso de Educação Física do UNASP, onde foi durante vários anos coordenador do curso.
O Paulo e o Marcos na Bocaina
em 1992.

Quando retornei a São Paulo em 1998, nos encontramos algumas vezes antes dele ir para o Canadá, para dar prosseguimento ao seu plano pessoal de cursar o doutorado na área de Educação Física.

Quando recebi a notícia da morte dele no ano passado, confesso que duvidei. Liguei para o UNASP, mas ninguém tinha uma informação precisa e cheguei a pensar que era boato. Mas infelizmente, outros confirmaram a triste notícia do falecimento dele em 23 de junho do ano passado em Vancouver (British Columbia, Canada).

Força para a família. Descanse em paz, Paulo.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Jean Piaget

Jean Piaget (1896 – 1980) é o pensador que mais influenciou a pedagogia e a psicologia educacional. Para Piaget, aprender é agir e, por isso, cabe ao professor colocar os alunos diante de situações variadas para que eles próprios busquem soluções e construam seu conhecimento.


Entre os vários estudos e pesquisas, Piaget analisou os processos de aprendizagem para explicar como o homem se adapta aos novos conhecimentos e os organiza em sua mente. Através da assimilação, a mente incorpora novos conhecimentos aos esquemas mentais que já possui. Quando isso não é possível, através da acomodação, são criados novos esquemas. A equilibração é um processo que faz com que a aprendizagem dos novos conceitos não ocorra só por assimilação ou por acomodação.

Piaget procurou demonstrar que a criança raciocina segundo estruturas lógicas próprias, que evoluem conforme faixas etárias definidas, e são diferentes da lógica do adulto. Ele procurou explicar a evolução da conduta cognitiva da infância à idade adulta. A evolução mental passa por quatro estágios, determinados por um modelo genético universal: o estágio sensório-motor vai do nascimento a cerca de dois anos de idade; o pré-operacional, até os seis ou sete anos; o operacional concreto, até os 12 anos e o das operações formais prolonga-se até a maturidade.

Em outras palavras: por volta dos 2 anos, ela evolui do estágio sensório-motor, em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos (como sugar a mamadeira) e o pensamento se dá somente sobre as coisas presentes na ação que desenvolve, para o pré-operatório. Nessa etapa, a criança se torna capaz de fazer uma coisa e imaginar outra. Ela faz isso, por exemplo, quando brinca de boneca e representa situações vividas em dias anteriores. Outra progressão se dá por volta dos 7 anos, quando ela passa para o estágio operacional-concreto. Aqui, consegue refletir sobre o inverso das coisas e dos fenômenos e, para concluir um raciocínio, leva em consideração as relações entre os objetos. Percebe que 3 — 1 = 2 porque sabe que 2 + 1 = 3. Finalmente, por volta dos 12 anos, chegamos ao estágio operacional-formal. O adolescente pode pensar em coisas completamente abstratas, sem necessitar da relação direta com o concreto. Ele compreende conceitos como amor ou democracia.

Representação da Assimilação e Acomodação Piagetianas, por Frank V. Carvalho
Ele não criou o construtivismo educacional. Ao contrário do que muitos imaginam, ele não se preocupou em formular uma linha pedagógica e nem mesmo indicou métodos específicos de alfabetização: dedicou a vida a investigar os processos da inteligência e do desenvolvimento das crianças. Outros estudiosos valeram-se das suas descobertas para desenvolver propostas pedagógicas.

A preocupação de Piaget com a teoria do conhecimento transparece em trabalhos como Le Langage et la pensée chez l'enfant (1923; A linguagem e o pensamento na criança), seguido por Le Jugement et la raisonnement chez l'enfant (1924; O juízo e o raciocínio na criança). Lecionou filosofia na Universidade de Neuchâtel e tornou-se professor de psicologia infantil na Universidade de Genebra em 1929, onde permaneceu até sua morte.

Fonte:
www.pedagogiaaopedaletra.com/.../correntes-pedagogicas-e-filosofic

Lev Vigotsky

Lev Vigotsky, pesquisador e livre pensador, apesar de formado em Direito, deu grandes contribuições à Pedagogia e à Psicologia. Realizou estudos e cursos também na área de Medicina, História e Filosofia. Contemporâneo de Piaget, trouxe às Teorias da Aprendizagem grandes contribuições.

Para Vigotsky, o social é base de toda a construção da personalidade e identidade humana. Há uma contribuição genética, mas também há uma contribuição do meio. Nisso há uma interação constante e ininterrupta entre processos internos e as influências do mundo social. Por defender essa idéia, o psicólogo Lev Vygotsky é considerado um visionário. Ele se posicionou contra o inatismo (fruto do racionalismo), segundo o qual as pessoas já nascem com suas características pré-determinados. Por outro lado, enfrentou também o empirismo, que defende que as pessoas nascem como folhas em branco e são moldadas de acordo com as experiências vividas. Sua proposta era um caminho intermediário, o sócio-interacionismo.

Desenvolvimento e aprendizagem estão intimamente ligados: nós só nos desenvolvemos se (e quando) aprendemos. Além disso, o desenvolvimento não depende apenas da maturação, como acreditavam os inatistas. O ser humano tem o potencial de andar ereto, articular sons, conquistar modos de pensar baseado em conceitos. Mas isso resulta dos aprendizados que tiver ao longo da vida dentro de seu grupo cultural. Apesar de ter condições biológicas de falar, uma criança só falará se estiver em contato com uma comunidade de falantes. Em sua teoria, a Linguagem ocupa papel central. A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na comparação entre o ser humano e as outras espécies que habitam o planeta. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.

Para serem assimiladas, as informações e conhecimentos têm que fazer sentido. Isso se dá quando elas incidem no que Vigotsky chamou de Zona do Desenvolvimento Proximal, (ZDP) a distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (o desenvolvimento real) e o que é capaz de realizar com ajuda de alguém mais experiente (o desenvolvimento potencial). Dessa forma, o que é zona de desenvolvimento proximal hoje vira nível de desenvolvimento real amanhã.
Zona do Desenvolvimento Proximal - ZDP

A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (a distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto). O potencial ou a potencialidade para aprender é alcançado pela ZDP – ela cobre a distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial. Na teoria vigotskyana as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados.

O homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de vislumbres ou recortes da realidade, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe (entre eles, a linguagem). Logo, a Mediação uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico. A construção do conhecimento ocorre como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo. Por isso sua teoria é chamada de sócio-histórica.

Célestin Freinet

Célestin Freinet (1896 – 1966) nasceu na pequena cidade de Gars, na França e estudou numa pequena escola, onde não havia manuais escolares e, enauqnto estudante de uma Escola Normal, assumiu aos 18 anos sua primeira turma, em substituição a um professor convocado para a guerra de 1914. Logo chegaria a sua vez de enfrentar os horrores da guerra, onde é gravemente ferido no pulmão, em 1917. Não chega a concluir o Curso Normal, mas como grande leitor e pesquisador, adquire os conhecimentos necessários para a sua atuação como professor.

Apesar da deficiência respiratória, continua na profissão, mas sua dificuldade de falar por mais de 10 minutos o leva a procurar outra maneira de dar aula, diferente da adotada na escola tradicional. Tenta se informar sobre os movimentos de renovação da escola, através de leituras e visitas a escolas em outros países, mas constata que essas experiências não o ajudavam na sua sala de aula, por serem ou muito teóricas ou realizadas em condições diferentes das que vivenciava.

Iniciou, então, suas próprias experiências, levando os alunos a visitarem a cidade, observando o padeiro, o ferreiro e muitas coisas interessantes. Ao voltarem à escola, escreviam no quadro suas experiências, mas como precisavam ler e as leituras dos manuais não tinham interesse, Freinet procurou uma máquina para imprimir os textos dos alunos. Apesar de aconselhado a desistir, insistiu e acabou encontrando um limógrafo (uma pequena e limitada impressora). Cada dia imprimiam pequenos textos que eram lidos pelos alunos e, em seguida, passaram a ser enviados a um colega, Daniel, que também havia comprado um limógrafo. Com essa troca de correspondência, já tinham dois livros da vida. A troca de cartas foi seguida pela troca de pequenas encomendas e, mais tarde, de gravações e pequenos filmes. "As técnicas tradicionais são isoladas da vida e todos os alunos se desinteressam. Precisamos restabelecer o circuito para ligar a escola à realidade", afirmava Freinet.

Freinet preconiza o método natural de aprendizagem. O aluno tem de aprender na escola como aprende na família, através do tateio experimental. Veja o que fala o próprio Freinet: “É essencial o amor ao trabalho, juntamente com a curiosidade. Precisamos dissociar o trabalho do dever. Desenvolver o gosto pelo trabalho. A linha de montagem não é trabalho e deveria ter outro nome. É preciso integrar a criança a seu meio. Formar pessoas que saibam aonde vão, não importa a profissão. Não devemos facilitar a adaptação ao regime; O cidadão precisa ter coragem de protestar, de expressar seu ponto de vista. Esta é uma função da educação. O progresso vem das pessoas que não fazem o que os outros fazem. Aprender a se criticar e a criticar os outros.

A avaliação também tem de ser diferente. Adotamos o sistema de 'brevês'. Cada sábado e cada mês os docentes fazem exposições do que os alunos fizeram e, no final do ano, eles recebem os "brevets" variados: contador de histórias, nadador, ceramista, gravador etc. Cada um tem uma especialidade diferente. Procuram fazer a criança ter sucessos e não fracassos. A preparação profissional começa desde o início da escolaridade e não no final, mas sem escolhas prematuras.

Freinet e seus alunos - década de 1930
Não sabemos como será o amanhã. Precisamos preparar a criança para se desembaraçar nessa sociedade, para dominar a sociedade e não para ser dominada por ela."

A pedagogia Freinet é centralizada na criança e baseada sobre alguns princípios: senso de responsabilidade; senso cooperativo; sociabilidade; julgamento pessoal; autonomia; expressão; criatividade; comunicação; reflexão individual e coletiva; afetividade.

29 Invariantes Pedagógicas

1. A criança é da mesma natureza que o adulto.

Experiência Interessante - Coincidências e Impossibilidades

Numa tarde de março de 2004, eu dirigia meu automóvel e minha esposa estava ao meu lado quando percebemos um barulho persistente vindo do lado direito dianteiro. Para ambos aquilo denotava alguma coisa errada. Parei o carro e olhei com atenção, mas nada pude perceber. No dia seguinte, precisando levar minha esposa para uma palestra que ela realizaria em Osasco, pegamos a Rodovia Raposo Tavares e, com o trânsito relativamente livre, imprimi ao veículo a velocidade limite da via.


Obviamente, aquele barulho aumentou bastante e reduzi a velocidade já pensando em levar o carro para um mecânico. Mas, como minha esposa tinha um compromisso a cumprir, continuei seguindo relativamente rápido.

Finalmente chegamos a um trecho bastante congestionado próximo ao km 21 e aí, para chegar no horário, optei por pegar um atalho pelo bairro Santa Maria (Carapicuíba), passar para o outro lado do Rodoanel e chegar mais rapidamente a Osasco.

Entretanto, o barulho aumentava tanto que percebi que eu não poderia continuar sem causar algum dano ao carro. Eu já havia me afastado da Rodovia Raposo Tavares mais de um quilômetro seguindo por um bairro praticamente desconhecido e, tão alto era o barulho e a dificuldade do carro em prosseguir, que finalmente parei.

Preocupado com o compromisso de minha esposa, saí a procura de um taxi. Só tínhamos 20 minutos até o início da palestra dela e eu sabia que, mesmo se o carro estivesse bom, eu levaria por volta de uma hora até chegar ao local por este atalho, pois eu não tinha um mapa e só estava seguindo pelo rumo - além disso, eu não sabia ao certo as várias vias e ruas por onde teria que passar.

Comecei o caminho de volta à Raposo Tavares, e após andar uns 20 metros, angustiado, ergui aos Céus uma prece e pedi que um taxi me fosse enviado. Nesse exato instante cheguei a fechar os olhos e, para minha surpresa, ao abri-los um taxi saiu de uma garagem bem na minha frente e se eu não parasse, seria atropelado na calçada. Assobiei forte para que o taxista não sumisse sem que eu o pudesse chamar - o motorista se julgava atrasado para começar o dia. É lógico que percebi no seu olhar a satisfação de ter uma 'corrida' logo na saída da garagem.

Incrível – tudo deu certo e ele, por conhecer impressionantemente bem aquele caminho intrincado, levou minha esposa pelo “atalho” em apenas 15 minutos até o local da palestra.

E o carro?

Após embarcar minha esposa no taxi, voltei para o carro e percebi que, exatamente em frente ao local em que o carro pifou, havia uma oficina mecânica que abriria em dez minutos.

O mecânico examinou o carro e após olhar suspensão, barra de direção e não notar nada de errado, resolveu examinar tudo de novo e percebeu o que ele e eu deveríamos ter percebido logo 'de cara': faltavam três parafusos na roda.

Quando contei a ele que o barulho estava ocorrendo desde o dia anterior, ele disse que os parafusos já estavam se soltando desde então.

Mas a surpresa dele foi ainda maior quando contei que me aproximei dos 100 km por hora na Rodovia Raposo Tavares com o carro naquele estado.

Ele disse: "Isso é impossível. A 100 km por hora, com os parafusos frouxos, soltos ou faltando, a roda sairia na mesma hora e o carro capotaria!"

Bem, três coincidências e uma impossibilidade ocorreram nessa experiência: primeira, o taxista saiu para o trabalho no exato instante em que eu passei em frente a casa dele e procurava um taxi; segunda, o carro quebrou exatamente em frente a uma oficina; terceira, o taxista conhecia tão bem o confuso caminho, que conseguiu chegar antes do início da palestra da minha esposa. A impossibilidade - eu e minha esposa dirigindo a aproximadamente 100 km por hora por uns oito quilômetros naquela rodovia sem que nada de ruim nos acontecesse.

Refletindo

Jan Cederquist escreveu um livro no qual narra com muita leveza uma série de relatos de coincidências significativas – vale lembrar que o livro não é religioso. O livro é instigante, pois mostra que às vezes ocorrem situações na vida que, matemática e cientificamente falando, seriam totalmente improváveis, para não dizer impossíveis.

No livro, ele mostra que muitas vezes esses acontecimentos supostamente impossíveis, nos ofereceram soluções importantes para pequenos e grandes problemas.

Aconteceu comigo também.

Ah, terminando, lembrei-me de uma frase do grande Albert Einstein: "Existem apenas duas maneiras de viver: acreditando que não existem milagres, ou acreditando que tudo é um milagre". No final, a escolha é de cada um.

domingo, 9 de outubro de 2011

Gratidão

“Aquele que esquece a linguagem da gratidão nunca pode estar em paz com a felicidade”. Neil Strait.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

John Dewey - Um Filósofo a serviço da Educação - Pragmatismo

John Dewey (1859-1952) era apenas um tímido jovem da costa leste dos Estados Unidos, educado na Universidade de Vermont. Foi um aluno regular, mas não brilhante; recusaram-lhe duas vezes uma bolsa para estudar filosofia em nível de pós-graduação, e acabou tendo de tomar emprestados 500 dólares de uma tia para fazê-lo.

Obteve o grau e prestou concurso para ser professor universitário. Conseguiu ingressar na Universidade de Michigan, depois em Chicago e por fim na Universidade Columbia, em Nova York.

Bem cedo se moveu rumo ao pragmatismo. Juntamente com Peirce, foi o grande formulador dessa teoria filosófica que em muito influenciou a educação. De acordo com as teorias pragmatistas, sempre esteve envolvido num amplo espectro de atividades práticas, por exemplo, com grupos científicos, grupos políticos e na fundação de novos tipos de escola. Estava sempre tentando propagar suas idéias para uma audiência maior, e produziu muito jornalismo de alta qualidade, bem como vários livros.

Dewey tornou-se conhecido e influente internacionalmente. Fez palestras em Tóquio, Pequim e Nanquim, e empreendeu vistorias educacionais na Turquia, no México e na Rússia (na época União Soviética).

Quando a famosa História da Filosofia Ocidental de Bertrand Russell foi publicada em 1946, um único filósofo vivo mereceu um capítulo inteiro a seu respeito, e este foi John Dewey.

Sua produção de livros foi tão grande que a seleção é difícil, mas talvez o que dê a expressão mais concentrada de suas idéias centrais seja “Lógica: a teoria da inquirição” (1938). Seu livro mais popular tem sido A reconstrução em filosofia (1920), e o mais influente, “A escola e a sociedade” (1899).

Maria Montessori

Maria Montessori nasceu nasceu em 31 de agosto de 1870 em Chiaravalle, Província de Ancona, Itália. Desde menina manifesta interesse pelas matérias científicas, principalmente matemática e biologia, resultando em conflito com seus pais, que possuíam o desejo que ela seguisse a carreira de professora. Indo contra a expectativas familiares, ela se inscreve na Faculdade de Medicina da Universidade de Roma, escolha que a levou a ser, em 1896, a primeira mulher a se formar em medicina na Itália.


A italiana Maria Montessori ousou desafiar os setores ortodoxos educacionais da época, que impunham uma educação rígida, de cima para baixo, onde a disciplina era ditatorial e opressiva.

Pesquisando sobre crianças excepcionais em uma clínica psiquiátrica, Montessori sentiu logo uma forte atração pelo trabalho pedagógico, além do científico. Após estudar uma pedagogia reparadora, tornou-se professora de seus pequenos deficientes. Estudando muito (autodidata), especialmente psicologia e filosofia experimental, decidiu abrir uma escola que pudesse empregar com crianças normais muitos dos métodos que ela aplicava com sucesso no seu trabalho com os deficientes.

Em 1907 nasceu a “Casa dei Bambini” (Casa das crianças), onde depressa os positivos resultados estimularam a visita e o interesse de diversos educadores. Mesmo vivendo em uma época onde os resultados de uma ciência experimental e o materialismo eram exaltados e o darwinismo ganhava muita força, ela não esqueceu sua religiosidade e sua sensibilidade feminina. Dedicou-se de coração à causa que ela abraçara: a das crianças carentes de Roma. Com o sucesso da sua primeira “escola” ela ganhou apoio e motivação para a abertura de outras “casa dei bambini”, sobretudo nas regiões menos favorecidas de Roma.

Maria Montessori no dia de sua
formatura em Medicina

O Método Montessoriano

1. A criança deve ser educada sem a pressão e a prepotência do adulto. Suas tendências positivas devem ser estimuladas. Deve ser estimulado o acerto e não deve ser enfatizado o erro.
2. A educação deve começar desde o berço, respeitando os anseios e as necessidades infantis, com correções pontuais (mas não repetitivas e extenuantes) e sem ordens arbitrárias, apenas para satisfazer idéias ou desejos dos adultos.
3. Pais e professores devem participar igualmente na tarefa da educação e desenvolvimento infantil, dando liberdade, mas estabelecendo limites com afeto e prudência.
4. O ambiente, tanto em casa, como na escola, deve ser adequado às dimensões, capacidade, interesse e liberdade da criança.

Johann Friedrich Herbart - A Educação como Ciência

O alemão Johann Friedrich Herbart (1776-1841) trouxe grandes contribuições a pedagogia como ciência, emprestando rigor e certa cientificidade ao seu método. Também foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Foi o primeiro a elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação. Em Herbart, o processo educativo se baseia, em seus objetivos e meios, na Ética e na Psicologia, respectivamente.


Segundo ele, a ação pedagógica se orienta por três procedimentos: o governo, a instrução e a disciplina.

a) O governo: é a forma de controle da agitação da criança, inicialmente exercido pelos pais e depois pelos mestres, com a finalidade de submeter a criança às regras do mundo adulto e viabilizar o início da instrução.

b) A instrução, é o principal procedimento da educação e pressupõe o desenvolvimento dos interesses. O interesse determina quais as idéias e experiências que receberão atenção por parte do indivíduo. Herbart não separa a instrução intelectual da instrução moral, pois para ele, uma é condição da outra. Para que a educação seja bem sucedida é conveniente que sejam estimulados o surgimento de múltiplos interesses.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paulo Freire - Um Gigante na História da Educação

PAULO FREIRE

Paulo Regulus Neves Freire (1921-1997) foi um dos maiores, senão o maior educador brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.

É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É reconhecidíssimo em vários países como um grande educador e o estudo de suas propostas está currículo de grandes Universidades. Autor de mais de 40 livros, traduzidos em 28 idiomas. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante; o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado.

O Lado Triste e Difícil

Perseguido pela ditadura militar, teve de deixar seu posto em Brasília, onde coordenava o Programa Nacional de Alfabetização lançado pelo governo João Goulart. O educador passa 70 dias preso e parte para o exílio. No Chile, depois de uma rápida passagem pela Bolívia, escreve o seu “Pedagogia do Oprimido”. Paulo Freire começa a ser conhecido e traduzido em vários países. Mora nos Estados Unidos (deu aulas em Harvard) e, em 1970, transfere-se para a Suíça. Em 1968 foi consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e, desde 1970, consultor especial do setor de educação do Conselho Mundial de Igrejas. Em 1979 volta ao Brasil. É convidado a lecionar na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica paulista (PUC-SP). Em 1989, toma posse como secretário Municipal de Educação de São Paulo, na gestão da prefeita Luiza Erundina (PT). Deixou o cargo em 27 de maio de 1991. No período foi criticado por colegas, professores e membros do PT.

Anísio Teixeira - Um grande Educador Brasileiro

Anísio Teixeira foi o mais importante educador brasileiro depois de Paulo Freire. Cronologicamente ele veio primeiro e seu esforço para que ocorressem mudanças de base na educação brasileira frutificou através dos órgãos, autarquias e instituições que ele criou ou ajudou a criar.


A luta de Anísio para defender a democratização do ensino no Brasil começou aos 24 anos de idade, quando assumiu o cargo de Inspetor Geral do Ensino da Bahia. Em 1928, foi para os Estados Unidos e trouxe para o Brasil as idéias pedagógicas de John Dewey, que o inspiraram na concepção da Escola Nova. Sem apoio político na Bahia, mudou-se para o Rio de Janeiro e lançou, com outros intelectuais, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.


O manifesto defende um papel mais atuante para o Estado na Educação e tem como base a criação da escola pública, gratuita, obrigatória e laica.

O conceito básico é que não há como haver desenvolvimento real em um país sem investimentos em Educação.


Ao centro, Teixeira e Monteiro Lobato
Com base nessa perspectiva, incentivou a criação de Institutos de Educação nos anos 30, e na década de 40 criou a Escola Parque de Salvador, primeira escola pública integral com oficinas de trabalho e foi Conselheiro da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Na década seguinte, dirigiu a CAPES e o INEP direcionando seus esforços para a formação de professores.

Teixeira na fundação da Escola Base
Voltando o país ao regime democrático em 1946, Teixeira foi convidado por Octávio Mangabeira - um dos maiores líderes liberais do seculo XX, fundador da UDN, também exilado e então eleito para o Governo da Bahia - a ser o Secretário de Educação e Saúde. Dentre outras realizações, construiu na Liberdade - o mais populoso e pobre bairro da capital baiana - o "Centro Educacional Carneiro Ribeiro", mais conhecido por Escola Parque, lugar para educação em tempo integral e que serviria de modelo para os futuros CIACs e CIEPs.

Nos anos 50, dirigiu o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, ou INEP, órgão do Governo Federal que, no governo de Fernando Henrique Cardoso, passou a se chamar Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Foi também o criador e primeiro dirigente da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), criada em 11 de julho de 1951, pelo Decreto nº 29.741, pelo presidente Getúlio Vargas, ao mesmo tempo em que dirigia a Universidade de Brasília (da qual fora um dos idealizadores), mas com o golpe de 64 foi afastado e retornou para os Estados Unidos.

Em 1971, no Brasil, foi indicado para a Academia Brasileira de Letras. Neste mesmo ano, faleceu. Diversas circunstâncias obscuras cercaram a morte de Anísio Teixeira. Dois meses antes de sua morte, ele escreveu: "Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como algo de imprevisto e terrível, talvez devido seu caráter definitivo: a vida é permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de morte". (numa carta a Fernando de Azevedo)
Casa onde nasceu Anísio Teixeira em Caetité

Por intercessão do amigo Hermes Lima, Anísio candidatou-se a uma vaga na Academia. Iniciou-se assim a série de visitas protocolares aos Imortais.

Depois da última visita, ao lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Anísio desapareceu. Preocupada, sua família investigou seu paradeiro, sendo informada pelos militares de que ele se encontrava detido.

Uma longa procura por informações teve início - repetindo um drama vivido por centenas de famílias brasileiras durante a ditadura militar. Mas, ao contrário das desencontradas informações e pistas falsas, seu corpo foi finalmente encontrado no fosso do elevador do prédio do imortal Aurélio, na Praia de Botafogo, no Rio. Dois dias haviam se passado de seu desaparecimento. Seu corpo não tinha sinais de queda, nem hematomas que a comprovassem. A versão oficial foi de "acidente".

Calava-se, para um Brasil mergulhado em sombras, uma voz em defesa da educação - portador da "subversiva" ideia de um país melhor. Era o dia 14 de março de 1971.

Deixou uma significativa obra sobre Educação com suas idéias cada vez mais necessárias e atuais: "uma escola (…) de iniciação intelectual, mas sobretudo, prática, de iniciação no trabalho, de formação de hábitos de trabalhar, de conviver, de participar de uma sociedade democrática, cujo soberano é o próprio cidadão." (trecho do livro Educação não é Privilégio).

"Com efeito, todo o presente modo de pensar do homem é modo de pensar em termos de mudança. A essência do método científico está em sua posição de juízo suspenso. Tudo que fazemos se funda em hipóteses, sujeitas obviamente a mudanças. Tais mudanças decorrem de novos conhecimentos, os novos conhecimentos decorrem de novas experiências e tais novas experiências do fluxo ininterrupto de mudanças..." A. Teixeira.

"Foi um gigante no pensamento e na ação. Sua presença se estende sobre o Brasil, é visível em todo nosso crescimento, não há setor da vida brasileira sobre o qual o trabalho silencioso de Anísio Teixeira pela educação e pela cultura não tenha exercido influência". Jorge Amado

Fonte:
http://elfikurten.blogspot.com/2011/02/anisio-texeira-o-inventor-da-escola.html

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A questão do Aumento da Carga Horária - Mais Dias ou Mais Horas?

Em tempo

Após apenas poucos dias do anúncio da pretensão de aumentar os dias letivos de 200 para 220 dias, e de sentir a reação negativa dos professores e especialistas, o ministro da educação Fernando Haddad recua e passa a defender o aumento da carga horária através do aumento do número de aulas diárias.

Entenda a questão

No dia 21 de setembro (21/09/11) o ministro da educação apresentou à imprensa os resultados de uma pesquisa sobre o aumento do número de horas do aluno na Escola e sua correlação com o aumento do Rendimento Escolar.

A pesquisa revelou que mais tempo (mais horas) na Escola leva a uma melhoria dos resultados do aluno na aprendizagem e nas avaliações (ENEM, SAEB, etc.).
Fernando Haddad e Ricardo Paes de Barros

Diante do resultado deste estudo, Ricardo Paes de Barros, subsecretário que coordenou a pesquisa apontou alternativas ao ministro:

O estudo mostrou que um bom professor em sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do desempenho do aluno. Mostrou também que a melhoria dos resultados acadêmicos pode ser feita com a diminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo.

Subentende-se que essa alternativa levaria a propostas que reduzissem o número de faltas dos professores e alunos. Como? Modificando a legislação educacional.

Num outro caminho, Paes de Barros aponta que a Diminuição do número de alunos em Sala aumentaria o rendimento dos alunos. E como fazer isso? É necessário estabelecer qual é o número mínimo de alunos por sala e série; ampliar o número de salas e, consequentemente, de escolas.

Outra proposta seria aumentar do número de horas diárias do aluno na Escola. Essa proposta segue o modelo de outros países (desenvolvidos) numa evolução para uma escola de período integral e implica em vários investimentos – espaço para refeições na escola ampliado, reforma no currículo (para que todo o período de permanência seja bem aproveitado); maior número de salas de aulas (hoje, os alunos do matutino e vespertino utilizam as mesmas salas); readequação e aumento da carga horária dos professores.

A última alternativa tem que ver com o aumento dos dias letivos. Dos atuais 200 para 220 dias letivos. Paes de Barros sugeriu ser esta a alternativa mais atraente e interessante ao governo pois praticamente não haverá nenhum custo para os cofres públicos. Na prática, essa Alternativa levaria a um aumento dos dias letivos em detrimento de sábados e feriados; aumento da jornada de trabalho (em dias) sem o consequente aumento da remuneração aos docentes (pois o governo já divide o salário anual em doze meses + o décimo terceiro) e diminuição dos dias de recessos escolares e férias docentes e discentes.

Reações
As reações começaram imediatamente quando vários professores se manifestaram no twiter postando contra a medida.

Em seguida, especialistas criticaram a pesquisa de Paes de Barros que fez a comparação com países como Japão, Coreia e Israel, onde no calendário escolar há mais dias letivos do que no Brasil. Esses estudiosos apontaram uma falha na pesquisa, pois não é apenas o número de dias que levou (e leva) estes países a ter excelência na educação, mas vários fatores estruturais e culturais.

Felizmente a resposta dos professores e especialistas foi rápida e o ministro já percebeu que o melhor caminho é o aumento da carga horária diária. Espera-se agora que outras medidas que levem ao aumento da qualidade de ensino e aprendizagem sejam tomadas.

Fontes:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aumento-de-dias-letivos-e-questionado-,780461,0.htm
http://www1.folha.uol.com.br/saber/985372-ministro-agora-fala-em-ampliar-horas-de-aula-por-dia-nas-escolas.shtml

Friedrich Froebel - O criador do Jardim de Infância

Friedrich Froebel (1782 - 1852) destacou-se no cenário educacional dos tempos modernos pelas suas idéias com relação à educação infantil. Ele era compreendido por muitos que o consideraram um inspirado, mas também foi por muitos condenado. Houve pessoas que até mesmo o consideraram um perigoso revolucionário. Também houve aqueles que julgam os seus princípios se relacionam somente com a educação infantil e acham que Froebel é apenas o fundador dos jardins de infância.


Froebel é considerado hoje o reformador educacional mais completo do século XIX. Depois que suas idéias reformularam a educação, descobriu-se que sua inspiração saiu do amor à criança e à natureza. A essência de sua pedagogia são as idéias de atividade e liberdade.

Após trabalhar com Pestalozzi, em 1837, Froebel abriu o primeiro Jardim de Infância e passou a dedicar toda sua vida à fundação de jardins de infância, à formação de professores e à elaboração de métodos e equipamentos para as instalações. Os ideais de Froebel foram considerados politicamente radicais e, durante alguns anos, foram banidos da Prússia. Embora sobre a influência de Pestalozzi, Froebel foi totalmente independente e crítico, formalizando os seus próprios princípios educacionais.

Na sua obra A educação do homem (1826) ele afirma que a "educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal".

Cada objeto do Universo é parte de algo mais geral e também uma unidade e se for considerado em relação a si mesmo. A atividade produtiva exige a integração da memória, da percepção, do raciocínio, da vontade com os nervos, músculos e órgãos sensoriais.

Para Froebel, o indivíduo é no campo das relações humanas uma unidade, quando considerado em si mesmo, mas relacionando-se com um todo maior. Froebel também defendeu o desenvolvimento genético, destacando a continuidade do desenvolvimento, bem como a unidade das fases do crescimento.

Para ele, o desenvolvimento ocorre segundo as seguintes fases:
1. a infância,
2. a meninice,
3. a puberdade,
4. a mocidade e
5. a maturidade.

Para ele, todas igualmente importantes. A infância é o período em que a criança deve ser protegida pelos pais, porque ela é dependente. As atividades motoras e os sentidos são muito importantes nesse momento da vida.

Em 1837, ele cria não só a ideia, mas também um espaço físico chamado Kindergarten (Jardim de Infância). Em sua filosofia educacional, no Kindergarten as crianças eram consideradas plantinhas de um jardim, cujo jardineiro seria o professor (influência de Pestalozzi). A criança se expressaria através das atividades de percepção sensorial, da linguagem e do brinquedo. A linguagem oral se associaria à natureza e à vida.

Froebel foi o primeiro educador a utilizar o brinquedo como atividade nas escolas; as atividades e os desenhos que envolvem movimento e os ritmos eram muito importantes. Para a criança passar a se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo.

Os blocos de construção, chamados de materiais específicos, eram usados pelas crianças nas suas atividades criadoras. Trabalhava-se com outros tipos de materiais, como papel, papelão, argila e serragem.

Froebel idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem, dando o nome de "dons" porque dizia que Deus os oferecia para que as necessidades infantis fossem bem desenvolvidas. Os chamados "dons" eram a bola, o cubo e o cilindro. Os blocos eram utilizados em uma medida bem restrita, enquanto as demais atividades eram mais livres.

No período da meninice, dos seis ou sete anos aos nove ou dez anos, a instrução e a preparação para a firmeza da vontade eram valorizadas. As atividades construtivas eram bem variadas e cada menino cuidava do seu próprio jardim, passando para atividades comunitárias com dois ou mais meninos. Para ele, nesta fase, os brinquedos possuem uma característica mais intencional porque contribuem para a formação das qualidades morais. As histórias, os mitos, as lendas, os contos de fadas e as fábulas tinham um enorme valor para Froebel.

Enquanto os brinquedos físicos davam força e poder ao corpo, as histórias desenvolviam o poder da mente. As excursões a montanhas e vales eram semanais na escola de Froebel. Na sua opinião, a natureza tinha um enorme poder para auxiliar o menino a compreender a si mesmo e aos outros. Froebel, valorizava a família, tanto quanto Pestalozzi, abrangendo a função familiar aos planos biológico, social, religioso e educacional. Foi o primeiro educador a captar o significado da família nas relações humanas. Ele observava muito a maneira de agir das crianças e chegou a conclusão que elas se valiam de símbolos na hora de brincar. Exemplo: Um taquinho de madeira podia ser um determinado animal, ou até mesmo, uma boneca. Baseando-se nisso, Froebel sentia uma atração especial pelo simbolismo.

Falando de Froebel, observamos que:
• A educação baseia-se na evolução natural das atividades da criança;
• As atividades espontâneas adquirem um desenvolvimento verdadeiro;
• Na educação infantil o brinquedo é fundamental;
• Para conseguir integrar o crescimento de todos os poderes: físico, mental e social, Froebel, variou nas atividades construtivistas;
• A atividade construtivista pode causar uma grande harmonia e espontaneidade no controle social;
• Os currículos das escolas devem estar baseados nas atividades e interesses desde o nascimento e em cada fase da vida infantil;
• A humanidade ainda está em processo de desenvolvimento, e a educação ainda é a melhor solução para um futuro melhor;
• O futuro desenvolvimento da raça depende exclusivamente da educação das mulheres;
• O saber não se resume num fim em si mesmo, mas funciona relacionado com as atividades do organismo.

Johann Heinrich Pestalozzi - Educador

Pestalozzi

Inovador da educação, Pestalozzi lançou as bases da educação moderna ao conceber um sistema de ensino prático e flexível, que procurava estimular as faculdades intelectuais e físicas da criança. Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827).

Sua Vida e Obra

Seu pai morreu quando ainda era criança, tendo sido criado pela mãe, sua família empobreceu. Após a leitura do Emílio, de Rousseau, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país. Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas. Gastou parte de sua juventude nas lutas políticas mas, em 1781, com a morte do amigo e político Bluntschli, abandonou o partido para dedicar-se à causa da educação. Casou-se aos 23 anos e, algum tempo após fez de sua casa na fazenda, uma escola. Escreveu “As Horas Noturnas de um Ermitão” (The Evening Hours of a Hermit – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões. A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes (“Leonard und Gertrud” – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada. A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato.

Nasce o "Método Pestalozzi"

A invasão francesa da Suíça em 1798 revelou-lhe um caráter verdadeiramente heróico. Muitas crianças vagavam no Cantão de Unterwalden, às margens do Lago de Lucerna, sem pais, casa, comida ou abrigo. Pestalozzi reuniu muitos deles num convento abandonado, e gastou suas energias educando-os. Durante o inverno cuidava delas pessoalmente com extremada devoção mas, em junho de 1799, o edifício foi requisitado pelo invasor francês para instalar ali um hospital, e seus esforços foram perdidos. Em 1799 obteve permissão para manter uma escola em Burgdorf, onde permaneceu trabalhando até 1804.

Pestalozzi e os órfãos

Em 1801 Pestalozzi concentrou suas idéias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe seu método pedagógico, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo. Continuava daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante. Em 1802 foi como deputado a Paris, e fez de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema nacional de educação primária; mas o conquistador disse-lhe que não podia perder tempo com o alfabeto.

Versão Original de Como Gerturdes
 Ensina às Crianças

Em 1805 mudou-se para Yverdon, no Lago Neuchâtel, e por vinte anos dedicou-se ao seu trabalho continuamente. Ali era visitado por todos que se interessavam pela educação, como Talleyrand, d'Istria de Capo, e Mme. de Staël. Foi elogiado por Humboldt e por Fichte. Dentre seus discípulos incluem-se Denizard Rivail, Ramsauer, Delbrück, Blochmann, Carl Ritter, Froebel e Zeller.

Por volta de 1815 dissensões surgiram entre os professores de sua escola, e os últimos 10 anos de seu trabalho foram marcados por cansaço e tristeza. Em 1825 ele se aposentou em Neuhof. Escreveu suas memórias e seu último trabalho, “O canto do cisne”, vindo a morrer em Brugg.

Contribuições de Pestalozzi
Como ele próprio disse, o verdadeiro trabalho de sua vida não se deu em Burgdorf ou em Yverdon. Estava em seus primeiros momentos como educador, com a sua observação, a preparação do homem integral, a prática junto aos órfãos de Stans.

A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral, isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade.

Versão Moderna de Como
Gertrudes Ensina às Crianças
 Pestalozzi aplicou em classe seu princípio da educação integral, não limitada à absorção de informações. Segundo ele, o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça (intelectual), a mão (físico) e o coração (afetivo ou moral). O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla: intelectual, física e moral. E o método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número. Só depois da percepção viria a linguagem. Com os instrumentos adquiridos desse modo, o estudante teria condições de encontrar em si mesmo liberdade e autonomia moral. Como alcançar esse objetivo dependia de uma trajetória íntima, Pestalozzi não acreditava em julgamento externo. Por isso, em suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas, numa época em que chicotear os alunos era comum.

A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora, idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza – em que o método pedagógico deveria se inspirar.

Tanto a defesa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.
Pestalozzi e os órfãos em Stans, por
Konrad Grob (1828 - 1904), pintura de 1879

Pestalozzi não foi um iluminista típico, até por ser religioso demais para isso. Por outro lado, a importância que dava à vivência e à experimentação aproximam seu trabalho de um pioneiro enfoque científico para a educação, num reflexo da defesa da razão que caracterizou o "século das luzes". "A arte da educação deve ser cultivada em todos os aspectos, para se tornar uma ciência construída a partir do conhecimento profundo da natureza humana", escreveu Pestalozzi.

O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.
Edifício em Yverdon onde funcionou a
Escola fundada por Pestalozzi

Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a idéia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.

Síntese das Idéias
A escola idealizada por Pestalozzi:

- Não apenas uma extensão do lar, mas inspira-se no ambiente familiar, (atmosfera de segurança e afeto);
- O amor é a plenitude da Educação: só o amor tem força salvadora capaz de levar o homem à plena realização moral.
- Na visão de Pestalozzi, a criança se desenvolve de dentro para fora.
- Um dos cuidados principais do professor deve ser o de respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa.

O Método de Pestalozzi:
- Do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo, do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, o ideal é “aprender fazendo”;
- O processo educativo deve englobar três dimensões humanas para uma formação também tripla: intelectual, física e moral;
- O método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número (posteriormente, a linguagem);
- Nas suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas;
- Mais importante do que o conteúdo, o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
Conclusão

Pestalozzi foi um dos pioneiros da educação moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais, e longe está de deixar de ser uma referência. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.

"A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim, de ação. É atividade."
Johann Heinrich Pestalozzi

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