Carga Tributária de Primeiro mundo, serviços Públicos de Terceiro
mundo
Estudo feito pelo IBPT mostra que a carga tributária
brasileira vem crescendo continuamente. Em 1986 ela era de 22,39% do PIB,
passando para 29,91% em 1990, para 30,03% em 2000, para 34,4% em 2010, para
36,02% em 2011 e para 36,27% do PIB em 2012.
O trabalhador brasileiro trabalha quase cinco meses ao ano
apenas para pagar impostos e tributos, e outros quatro meses para pagar à
iniciativa privada por serviços que deveriam ser oferecidos pelo governo (saúde
e educação).
Há três anos, em 2010, entre os países da América Latina, o Brasil já possuía a mais alta Carga Tributária:
Os últimos governantes na era do plano real (presidentes FHC,
Lula e Dilma) prometeram que, se eleitos, fariam de tudo para reduzir a alta
carga tributária. É desnecessário dizer que NÃO cumpriram suas promessas. Pior,
permitiram que ela aumentasse. Isso não é retórica contra o governo – é um fato
demonstrado pelos próprios órgãos governamentais que alardeiam em alto e bom
som o aumento da arrecadação de impostos.
No governo FHC, na onda das privatizações, o governo
anunciava que isso tornaria o Estado mais leve e mais dinheiro seria investido
na melhoria dos serviços públicos. A Carga Tributária subiu pouco, mas NÃO caiu
como era previsto pelo choque de tantas privatizações.
Nos governos LULA e DILMA, a despeito das promessas, além de
NÃO baixar, o peso dos Impostos e Tributos voltou a subir em forte ritmo e, se
nada for feito, no final desta década chegaremos aos 40% de impostos relativos
ao PIB.
O problema é que temos Carga Tributária de países de
primeiro mundo e serviços públicos de países pobres. E o Brasil não é um país
pobre.
Vários estudos comprovam a péssima qualidade dos serviços públicos
oferecidos no Brasil, quando comparados com outros países:
1. Entre os 30 países de maior carga tributária do mundo,
Brasil oferece o menor retorno em serviços públicos de qualidade:
2. Diversos países têm menor carga tributária que o Brasil e
oferecem serviços públicos de muito maior qualidade. Basta ver o IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) e a carga tributária desses países. No Brasil, o IDH é
de 0,80 (bem distante dos países abaixo citados):
País
|
Carga Tributária em % do PIB
|
IDH (mais próximo a 1, maior o desenvolvimento)
|
Estados Unidos
|
24%
|
0,95
|
Japão
|
25,30%
|
0,96
|
Irlanda
|
27,90%
|
0,96
|
Coreia do Sul
|
25,80%
|
0,93
|
Austrália
|
30,68%
|
0,97
|
Grécia
|
29,40%
|
0,95
|
Suíça
|
30,03%
|
0,96
|
Canadá
|
31,10%
|
0,95
|
Espanha
|
30,70%
|
0,95
|
Nova Zelândia
|
31%
|
0,94
|
Outros países têm Carga Tributária mais alta que o Brasil, é
fato. Por exemplo, Finlândia (43%) que tem o IDH de 0,892 (16º
melhor do mundo) e o melhor sistema educacional do mundo comprovado em testes
internacionais, e a França (41,9%), com um IDH de 0,95 (8º
do mundo).
O clamor que se vê pelo aumento das passagens de ônibus,
como pode se inferir por esses dados verdadeiros, tem fundamentação numa insatisfação
generalizada com o peso da máquina pública, sua ineficiência e a corrupção do
sistema.
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