sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Grande Nelson Mandela

"Quando eu saí em direção ao portão que me levaria à liberdade, eu sabia que se não deixasse meu ódio e minha amargura para trás, eu ainda estaria na prisão." N. Mandela

A humanidade ficou mais pobre, não há nenhuma dúvida. Um ser humano como Nelson Mandela ficará para sempre entre os grandes da humanidade. Sua postura, sua determinação, seu amadurecimento em meio à forte tribulação e sofrimento serão sempre objeto de análises, mas nunca de conclusões. Como ele conseguiu se libertar do ódio, do rancor e do ressentimento e colocar-se como um líder moral em um país dividido pelo preconceito e pelo desejo de vingança, é um desafio reflexivo aos defensores da ‘lei do mais forte’ e aos ‘religiosos’ que discriminam os ‘infiéis’. 

Mandela sabia fazer concessões porque olhava adiante – seus correligionários viam fraqueza em suas concessões, mas ele dava um passo atrás para em seguida dar dois adiante. Recusou um segundo mandato presidencial, quando todos sabiam que ele seria reeleito. Não via no poder a chance da revanche e de manipulação, mas a de servir e de conciliar. Seu exemplo foi sua força. Quando perguntaram a ele em 2007: “Como você, após sofrer uma tamanha injustiça e tormentos bárbaros, manteve o ódio sob controle?” Calmamente ele respondeu: “- O ódio nubla e escurece a mente.” 

Não é preciso dizer mais nada. 

Nelson Mandela não está mais entre nós, mas seu exemplo viverá para sempre. Frank V. Carvalho

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nelson Mandela

Ontem apresentei minhas palavras ao grupo de professores e funcionários do Instituto Federal ao assumir a direção educacional, utilizando as palavras do grande líder Nelson Mandela. 
Hoje ele se foi, deixando seu grande legado. 
Foram estas as palavras de Mandela que pronunciei: 

"Nosso medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é utilizar o poder além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nós nos perguntamos: Quem somos para que nos considerem brilhantes, atraentes, talentosos e incríveis? Na verdade, a pergunta deve ser dirigida a todos que aqui estão: quem é você para não ser tudo isso?(...) Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se tentando fazer com que as outras pessoas se sintam seguras em torno de você. Na verdade, o efeito será o contrário. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo". Nelson Mandela, Discurso de posse no Parlamento Sul-africano, em 1994.

domingo, 17 de novembro de 2013

Nós, os Seres Humanos

Nós, os seres racionais do Planeta...

Após tantos e tantos anos de aprendizado e desenvolvimento, ainda continuamos capazes de fazer barbaridades incríveis. Mas o velho Einstein já dizia: a estupidez humana não tem limites...


A apresentadora de um Programa televisivo, Melissa Bachman (o programa é "Winchester Deadly Passion"), causou polêmica e revolta ao postar a foto de um leão morto por ela em sua conta na internet (twitter). Após receber milhares de ameaças, modificou o perfil de sua conta. Na postagem aparecia o seguinte texto:: "Dia incrível de caça na África do Sul! Perseguindo este leão macho...que caça!".



Mas uma pesquisa mais aprofundada mostra que ela faz isso há algum tempo. 

Ela apresenta em seus perfis no Facebook e no Twitter fotos ao lado de bichos mortos que encontrava durante as expedições para gravar o seu programa de nome sugestivo (A paixão mortal pela Winchester).

Até que ponto o meio no qual ela cresceu, os patrocinadores, editores e o público alvo de seu programa são também responsáveis pelas atitudes dela? 

Não seria ela (e seu comportamento) fruto de uma mentalidade que domina grande parte da humanidade (violência)? No entanto ela (Melissa) é 'um ser racional' dotado de livre arbítrio, podendo fazer suas próprias escolhas e é claro, assumir o risco de suas decisões.

Mas a mentalidade (ideologia) da 'Violência' continua diante de nós. Analise você mesmo. Continuamos a cometer sem necessidade essa mesma violência com milhares de animais e sempre temos as escusas ideológicas baseadas em nossas necessidades. E ainda ensinamos isso às nossas crianças, que crescem influenciadas pelo comportamento dos adultos. 

Já dizia A. Schweitzer (para o bem, ou para o mal): “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.” 

Melissa já nasceu com uma arma na mão, ou 'alguém' a ensinou essa postura e atitude?



Ficam várias perguntas (não vou cansá-los com minhas teses):

1. Faz sentido criar Parques Florestais para (em tese) proteger os animais e fazê-los alvos de caçadas humanas?

2. Faz sentido aprisionar animais, que na natureza ocupam espaços gigantescos em jaulas minúsculas, para servir de espetáculo de visitação pública (zoológicos)?

3. Será que haveria 'comoção pública' se ela matasse apenas crocodilos? 

Fonte das Fotos: Fotos e Arquivos disponíveis na Internet no Twitter e páginas de Melissa Bachman.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Uma Opção pela Vida

"Cada pessoa escolhe quanta verdade é capaz de suportar." F. Nietzsche
"Não há nada mais poderoso no mundo do que uma ideia cujo tempo chegou." Júlio Verne
“A Terra pode produzir comida suficiente para a fome de todos, mas não o suficiente para a ganância de todos.” Phillip Wollen

Nos últimos dias tenho refletido bastante sobre uma questão que me intriga desde a minha adolescência. E quanto mais eu reflito, tanto mais eu me asseguro que não há várias opções, mas apenas uma quando o assunto é sobre o 'consumo de carne'.

Fui vegetariano por aproximadamente dez anos. Depois alternei momentos de vegetarianismo com outros momentos em que me permitia consumir carne branca ou peixe. Esses momentos duravam meses e às vezes chegavam a um ano. Fiz isso por pouco mais de vinte anos tentando aplacar minha consciência.

Então, uma recomendação médica (em função de uma gastrite crônica que insiste em não me deixar) me me fez diminuir drasticamente o pequeno consumo.

Sempre tentei encontrar a motivação correta para tudo o que faço na vida. Analisar meus motivos, repensar meus paradigmas....

Minha opção definitiva pelo vegetarianismo tem muitos fundamentos. Já não é possível deixar de ser vegetariano...

Bem, os motivos são múltiplos:

- O Respeito que se deve ter para com a vida dos Animais.

- A Saúde Humana.

- O Respeito ao Meio Ambiente.

- As Alternativas saudáveis (na verdade, não são alternativas, são caminhos naturais de alimentação).

- A constituição natural humana (nosso aparelho digestivo) e os alimentos que naturalmente são adequados à ela.

- A Essência do Cristianismo.

Bem, falei no começo sobre a quantidade de verdade que cada um escolhe deixar em sua vida. O que me fez incluir esse pensamento neste post foi um vídeo do (ex) beatle Paul McCartney. Se você quer ouvir bons motivos, assista. Se você ainda não está pronto para assistir algumas verdades sobre o assunto, adie mais uma vez...

Paul McCartney fala sobre o Vegetarianismo

Bem, decisões deveriam sempre ser escolhas pessoais. É assim que funciona!!!

Está pronto? Se sim, são para você as verdades abaixo:

Dez minutos de Plena Sensatez




A Realidade Cruel dos Abatedouros - Reportagem do Fantástico (Rede Globo)

Porque fazemos distinção entre cães, gatos e bois? (Forte)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Lançamento Oficial do Livro 'O Paradigma das Cavernas'



"Ousadia ou prudência, resignação ou inconformismo, ponderação ou audácia? Somente com ousadia poderemos alcançar muitos sonhos e transpor barreiras que parecem difíceis ou insuperáveis. Mas necessitamos de prudência, sobretudo na avaliação de cada situação que cerca a tomada de importantes decisões. Se por um lado não podemos nos conformar com um estado de coisas insatisfatório, por outro temos que nos resignar com aquilo que não podemos de fato mudar. Refletir cuidadosamente para não correr o risco de errar ou ser audacioso e colher uma vitória há muito esperada? Como não podemos adiar indefinidamente as importantes decisões de nossa vida, o que fazer então?"

Em breve, você poderá percorrer os fascinantes caminhos da descoberta, do questionamento,  do crescimento intelectual e do amadurecimento através deste ensaio filosófico sobre o conhecimento e as escolhas.

Lançamento Oficial: 03 de Setembro de 2013, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, 509, próximo à Estação de Metrô Brigadeiro. 

O Livro estará disponível na Flor de Canela, no Shopping São Roque. 

Livro disponível também no site da Livraria Martins Fontes, Asabeca e Livraria Cultura.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

DEFININDO QUALIDADE

DEFININDO QUALIDADE

Dr. Frank Viana Carvalho

Resumo
A imprecisão da definição de qualidade não se apresenta como um grave problema para a maioria das pessoas. Entretanto, para aqueles que trabalham em processos de avaliação da qualidade, a conceituação é uma necessidade evidente. Ocorre que a subjetividade é a marca mais evidente na conceituação do termo.

Abstract
The vagueness of the definition of quality is not presented as a serious problem for most people. However, for those working in the process of quality assessment, conceptualization is an obvious need. Occurs that subjectivity is the most obvious mark on the definition of the term.



O conceito de qualidade é difícil de ser definido com precisão. É polissêmico, no entanto, não há quem o não reconheça. Embora algumas definições de dicionários sejam repetitivas e não conclusivas, é neles que iniciamos uma caminhada buscando definir este termo. Encontramos uma definição básica numa obra de RUTH ROCHA (1996:508) que, embora sucinta, ela fixa-se nos aspectos objetivos ao conceituar qualidade como:

“1 Aquilo que caracteriza uma coisa. 2 Índole, modo de ser (no sentido elogioso). 3. Categoria, atribuições. 4. Espécie, tipo.”

Justamente o que “caracteriza” uma coisa é a sua qualidade e o “modo de ser” de uma pessoa também é o indicador de sua qualidade humana. Uma mesma linha de raciocínio, mas adicionando pontos significativos, acrescenta:

  “Qualidade:  1. Característica de uma coisa. 2. Modo de ser. 3. Dote, predicado. 4. Disposição moral, caráter, temperamento. (MELHORAMENTOS, 1992:423)

A conclusão do caráter, que é o traço moral da individualidade, transpõe a definição para um aspecto mais subjetivo. Incluindo o temperamento na sua definição da qualidade humana, ele abre espaço para uma construção de qualidade humana, pois segundo GOLEMAN (1995:102) “o temperamento pode ser alterado pela experiência”.

CUNHA (1975:8) aproxima-se da definição mais atual ao afirmar que qualidade é o “grau de conformidade em relação a um certo padrão”. Vai além destas definições e busca na filosofia uma conceituação que escapa aos processos etimológicos:

“Qualidade: ... 1. Característica que destingue uma pessoa, coisa ou entidade. 2. Virtude, talento. 3. Caráter, temperamento. 4. Categoria, tipo. 5. Grau de conformidade em relação a um certo padrão. 6. Em gramática, valor das vogais de acordo com o timbre. 7. Em filosofia, acidente que modifica a substância sem alterar a essência; constitui uma das categorias fundamentais da filosofia aristotélica. Distinguem-se as qualidades primárias, inerente a idéia de matéria (Extensão, impenetrabilidade, forma), e as qualidades secundárias, que correspondem a sensações e podem ser supridas sem que se elimine a idéia de corpo (cor, sabor, cheiro, som calor, etc.).”

Não é o objetivo central desta abordagem verificar as nuances filosóficas da definição de qualidade. Mas não deixamos de perceber a sua influência na formação do conceito atual do termo. É perceptível a ênfase filosófica da “essência”. É algo primário, inerente e também secundário, perceptível. A qualidade é, por assim dizer, uma característica distintiva, que faz de um ser ou uma entidade, diferente das demais e que a partir daí pode lhe atribuir valor.  Em filosofia, de acordo com Mora (1982:329), “a qualidade é um acidente que modifica a substância sem alterar a essência.”

A definição de GARCIA e NASCENTES (1974:3008), porém, é mais adequada à compreensão atual e vão categorizar a qualidade em vários outros pontos não abordados.

 “Qualidade: ... O que faz que uma coisa seja tal como se considera; propriedade e ou condição natural das pessoas ou coisas pela qual se distinguem das outras; o que constitui a maneira de ser das pessoas ou das coisas; essência; natureza. Propriedade, excelência, virtude. Caráter, índole, disposição moral ou intelectual;   atributo (bom ou mau) das pessoas. Laia, jaez, espécie, casta...” “... Natureza, condições próprias de alguma coisa, aptidão. Qualidades ocultas, supostas qualidades ou propriedades inacessíveis aos sentidos e à razão e que se admitiam nos corpos para explicar os efeitos, que pelos meios diretos de observação não se sabiam explicar. (...)”


A subjetividade do termo transparece nas “propriedades inacessíveis aos sentidos e à razão”. Parte do que é qualidade não poderia ser definida ou percebida, muito menos mensurada ou quantificada.  Mostra o lado da aplicação às pessoas quando afirma que é um “atributo” bom ou mau. Aqui neste ponto, eles fizeram também a primeira referência de qualidade que pode ocorrer no sentido negativo. Ressaltam ainda a qualidade como uma “disposição moral ou intelectual”.  Destaca-se sobremaneira aqui a condição natural das pessoas, sua maneira de ser,  suas virtudes, sua disposição, sua excelência. Eles trazem assim, a definição para um lado mais humano, embora não deixem de mencionar as outras características da qualidade:

SILVA (1970:507) adiciona às concepções já citadas “o grau de perfeição, de precisão, de conformidade a um certo padrão.” A qualidade, na definição dele também será “a conveniência entre o sujeito e o predicado”.

 “Qualidade: ... (latim qualitate).
1. Atributo, condição natural, propriedade pela qual uma pessoa ou coisa se individualiza, distinguindo-se das demais; maneira de ser, essência, natureza. 2. Excelência, virtude, talento.
3. Caráter, índole, temperamento.
4. Grau de perfeição, de precisão, de conformidade a um certo padrão “...” 12. Filos. Conjunto de aspectos sensíveis da percepção resultantes de uma síntese efetuada pelo espírito. 13. Filos. Propriedade do juízo que percebe a conveniência ou a desconveniência entre o sujeito e o predicado. S.f.  pl. Atributos que se convêm ou adaptam a um ente. Quando estas qualidades procedem de sua essência, chama-se propriedades ou qualidades essenciais ou diferenças específicas, quando não procedem de sua essência e sem elas o ente pode subsistir, chamam-se acidentes ou qualidades acidentais. (...)  “propriedades não verificáveis, supostas na natureza para explicar os fenômenos. Q. primárias filos., Aqueles sem as quais os corpos não podem ser concebidos (extensão e impenetrabilidade). (...).”

As qualidades “essenciais” para um ser humano seriam então, dentre outras, a razão e o funcionamento autônomo do organismo, enquanto que as qualidades acidentais poderiam ser a altura, o peso, a cor da pele, a sabedoria ou a ignorância. Nas essenciais está a existência e a natureza do ser, enquanto que as acidentais não estão relacionadas como as primordiais à subsistência do ser. Já para os objetos ou artefatos, estaria a precisão, a conformidade a um determinado modelo ou padronização.

DEMO (1994:25-26), com propriedade afirma que “na qualidade não vale o maior, mas o melhor, não o extenso, mas o intenso, não o violento, mas o envolvente; não a pressão, mas a impregnação”.

Para VOLKER (1994:59), a qualidade é “um atributo que lhe caracteriza esta existência, que a identifica, especializa, a torna única e inédita.” Mas ele reconhece a dificuldade de se achar um conceito padrão. Entender a qualidade envolve subjetividade:

“Qualidade: “... a qualidade é o atributo do ser. Pelo fato de algo ser, há um atributo que lhe caracteriza esta existência, que a identifica, especializa, a torna única e inédita. (...) De uma forma ou de outra, a apreensão da qualidade sempre foi um dos grandes desafios da filosofia. A ciência hoje adota o ponto de vista da  complexidade. Assim, a qualidade é o resultado de interações, interligações, emergência e repressões, enfim, uma rede de relações entre os contextos internos e   externos de um sistema na história. Este sistema pode ser um átomo, uma partícula ou uma instituição”.

Estas definições são algumas das concepções de etimologistas e estudiosos da língua portuguesa. Há variação entre eles, pois “de fato, o próprio conceito de qualidade varia de acordo com as circunstâncias temporais e espaciais”, afirma VIEIRA (1995:105).

Sua validade está na reflexão que nos remete a uma melhor compreensão da sua aplicação no contexto contemporâneo. Assim, vemos que o conceito é complexo e de aplicações contextuais, não podendo necessariamente ser aplicado indistintamente em diferentes épocas e circunstâncias com o mesmo significado.

Referências Bibliográficas:

CUNHA,  Maria Carneiro (org.). Enciclopédia Universal Gama. Rio de janeiro: Gamma, 1975.
DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa. Campinas: Editora Autores Associados , 1994.
____________. Educação e Qualidade. 2ª Ed., Campinas: Editora  Papirus, 1995.
GARCIA,   Hamilcar,   NASCENTES,   Antenor.  Dicionário  contemporâneo  da  Língua Portuguesa CALDAS AULETE. Vol. IV, 3ª Ed., São Paulo: Delta, 1974.
GOLEMAN,  Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
MORA,  José  Ferrater.  Dicionário  de  Filosofia.  5ª Ed.,  Lisboa:  Publicações  Dom Quixote, 1982, p. 329.
SILVA,  Adalberto  Prado.  Novo  Dicionário  Brasileiro  Melhoramentos.  Vol.  IV,  São Paulo: Melhoramentos, 1970.
VIEIRA, Sofia Lerche.  "Educação e Qualidade". In: Revista Universa, V. 3, nº 2, p. 283,  out. 1995.
VOLKER,   Paulo  R.  M.  Revista  Dois  Pontos.  A famigerada  qualidade  no  ensino – Paradoxos filosóficos da educação. Primavera de 1994, p. 59.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma Primavera Necessária

Uma Primavera Necessária

Por Pâmela Danitza Lozano Carvalho

Nós sabemos que o sistema político do nosso país perdeu toda a sua credibilidade perante a população. A corrupção vem acompanhando a nossa história há muito tempo, e há quem diga que ela começou junto com o Brasil. O fato é que a corrupção já invadiu nossa cultura, fazendo parte do comportamento, não apenas dos governantes, mas também da população. Nossas reivindicações são muitas: saúde, transporte, educação, segurança e assim vai. Todas essas reivindicações, nós sabemos, não são atendidas satisfatoriamente - na gigantesca maioria das vezes, devido ao despreparo, à corrupção e ao descaso de nossos governantes.
Mas pedir por tudo, acaba resultando em não estar pedindo por nada. E mais, é preciso lembrar que, quando saímos às ruas com a bandeira do Brasil, estamos carregando o símbolo de nossa nação, e com ele, muita responsabilidade. Assim, é preciso ficar atento ao ardor com que tentamos defender nossa nação para que não venhamos a cair nos braços da extrema direita, pois momentos como esse, da revolta do povo pela ineficiência e ineficácia do serviço público, já aconteceram antes em nossa história, e logo depois um poder de extrema direita (ditadura) assumiu o poder. Não queremos que isso aconteça de novo. Há quem diga que a ditadura foi boa para o nosso país, melhor até que a democracia, entendendo que o direito de impor unilateralmente ordens que coordenam todo um país das dimensões do Brasil tem por vantagem agilidade de políticas rápidas e de uma aparente ordem imediata. Mas nós não podemos vender a nossa liberdade de expressão, nossa liberdade de ir e vir, apenas porque não estamos dispostos a lutar por um país melhor do que um ditatorial. Por outro lado os ditames da extrema esquerda nos levariam a um total colapso do sistema atual, inviável sobretudo para àqueles que mais precisam de mudanças.
É necessário que nos unamos, pois o povo percebeu a força que tem. Alguns amigos meus condenaram os manifestantes por gritarem: “O povo acordou!” – porque muita gente já protestava antes da massa sair às ruas. Por vezes a academia tende a ser muito sectarista, fechando-se, colocando a crítica acima da praticidade, o que numa hora como essa é grave. Acaba por se afastar daqueles cuja os direitos defende por excesso de politização. Mas vou discordar desses amigos agora, porque esses que protestavam antes, infelizmente, não eram e muitas vezes também não representavam a vontade da maioria. Muitas vezes não eram sequer uma grande minoria. E assim nossos direitos foram sendo deixados de lado. Entendo pela expressão ‘a maioria da população brasileira’, aqueles que não são politizados, mas que agora, ineditamente, dão legitimidade às nossas queixas.
E mais, vejo que em meio às manifestações, as bandeiras de partidos políticos estão sendo discriminadas. É importante analisar essa questão com muito cuidado e não apenas por um único ângulo.
A liberdade dos partidos representa historicamente a liberdade do povo. Significa a liberdade de se expressar, de reivindicar uma forma de pensar política. Por outro lado, é igualmente importante lembrar que, com a política totalmente desacreditada, os partidos políticos acabam inevitavelmente sendo símbolo, diante da grande massa, dessa política corrupta, pois esses partidos também fazem parte da política do Brasil. Além disso, o envolvimento de partidos políticos em manifestações pode acarretar em um desejo de liderança a partir desses partidos, e por isso os manifestantes os acusam de oportunistas. Por isso, acredito sim, que as manifestações devam ser apartidárias, mas de forma alguma antipartidárias. Um governo sem partido consiste num regime totalitarista, ditatorial.
Este é o momento de lutarmos pelos direitos que envolvem todos nós. As causas das minorias são muito importantes e legítimas também, mas não podemos ser egoístas e deixar de lado a grande oportunidade que este momento da história nos oferece – conquistar uma pauta que mude o eixo sob o qual se conduz a política no Brasil. Assim, a nova geração que está sendo formada hoje verá o poder das manifestações, o poder que a democracia oferece quando devidamente usada. Sabemos que uma significativa parte dos recursos que deveriam ir para nossa saúde, para nossa educação, para nosso transporte, segurança e tantos outros itens, são descaradamente desviados, roubados de nós, que pagamos um dos impostos mais altos do mundo, sem receber devidamente os serviços que tanto necessitamos em troca. Então como mudar essas questões sem antes mudar o curso da política que se faz no Brasil? De onde viriam os recursos se aqueles que desviam os recursos não mudarem e não pararem de nos roubar?
Acredito que a primeira coisa a reivindicar são medidas específicas para tornar a política mais transparente e de fato representativa.
Proponho uma pauta com apenas quatro itens, sendo que dois deles se tratam de leis não devidamente aplicadas pelo governo, e o terceiro, apesar de diretamente conectado ao combate à corrupção, é referente à nossa educação, informação para que estejamos garantidos no presente e no futuro. Digo “apenas” porque sabemos que são poucos em comparação a tudo que temos a questionar nesse governo, mas se apenas uma pauta por vez já está sendo difícil, imagine mais de uma.
Vejo que algumas pessoas colocaram suas pautas, algumas delas verdadeiramente excelentes. No entanto, sabemos que não é possível, na atual conjuntura dos fatos, nos darmos ao luxo de propormos uma pauta com muitos itens. Os assuntos de que tratamos são dos mais polêmicos e as opiniões as mais diversas, como estamos observando. 


Através desses itens poderemos buscar a mudança do eixo sob o qual se dá a política interna do Brasil: políticos corruptos. Ao tirarmos esse peso morto das costas, as demais reivindicações virão e dessa vez com a confiança de uma gestão adequada e de informação devida sobre política.


A PAUTA:


Resolução 1 – Todos aqueles que estiverem em exercício de cargo público, e já tiverem sido condenados pela instância máxima da justiça em causa que impeça o exercício dos cargos em questão, sejam imediatamente destituídos de seus cargos.
Resolução 2 – Todos aqueles que estiverem em exercício de cargo público e simultaneamente estiverem respondendo a processo que possa impedi-los de exercer seu cargo devem ser imediatamente afastados de seus cargos.
Resolução 3 – Regularização completa e imediata do portal da transparência:
3.1 – Utilização das redes televisivas para ensinar a todos os públicos como navegar no portal da transparência.
3.2 – Criação de uma disciplina extra nos últimos seis meses a um ano de colégio que seria responsável por:
3.2 – I. Ensinar sobre a política do país: o que representa cada um dos cargos políticos de nosso país (isso diz respeito a todos, porém apenas quem busca tem direito a essa informação), apresentação das principais correntes políticas da atualidade (quais são suas reivindicações, o que elas propõem e em que partidos encontramos sua representatividade dessas ações políticas – (assim poderemos saber como votar e o que e como exigir aquilo que votamos na hora da eleição). Esse curso seria apartidário.
3.2 – II. Proporcionar meios de permitir que o recente cidadão possa entrar no mercado de trabalho: propiciar um estudo de cada área de trabalho no país. Podendo assim se fazer a análise de que áreas haverão mais e menos profissionais se formando em x anos somando-se a aqueles que já estão no exercício do oficio. Isso permitirá ao aluno, dentro de seu campo de interesses, escolher uma profissão que não lhe vá faltar oportunidades. O Brasil diminuiria seu alto déficit de mão de obra qualificada, o próprio governo poderia utilizar desse estudo para fazer investimentos em determinados setores de educação.
3.2 – III. Ensinar sobre cidadania, direitos humanos e direitos civis.
3.2 – IV. O curso deverá ser avaliado através de provas nacionais sobre os ensinos aplicados.
Resolução 4 – Exclusão imediata da PEC 37 e da PEC 33.

Mas como revolucionar o país sem violência? Alguns dizem que isso não é possível, que não se pode fazer uma reforma tão grande como a de tentar combater a natureza corrupta da política no Brasil sem violência, e que todas as revoluções até hoje foram MUITO violentas. No entanto, esse não é o pensamento da grande massa, da população brasileira. Na maior parte das vezes vamos escutar esse discurso vindo de pessoas politizadas. É importante lembrar o contexto histórico e social do país. O Brasil é um país essencialmente pacífico, especialmente se compararmos com esses outros países que sofreram revoluções. Além disso, o povo (e quando me refiro ao povo, quero dizer a grande maioria dos brasileiros, ou seja, pessoas não politizadas, pertencentes à classe média ou classe de baixa renda) vê a violência dos jovens manifestantes e daqueles que a mídia chama de marginais como atos de vandalismo e não legitimam essa ação. Ora, não se pode fazer uma revolução sem o povo e portanto as manifestações devem ser um reflexo daquilo que o povo legitima. Se as manifestações começarem a cansar ou amedrontar a população, o movimento se enfraquecerá e essa oportunidade desvanecerá.
Se o que eles querem é paz, devemos dar a paz a eles. Mas paz física, paz apenas no sentido de não destruir nada FISICAMENTE. Toquemos na parte que mais dói: o bolso! Imagine se a cidade de São Paulo (cito apenas como exemplo) for paralisada em função das manifestações em alguns pontos críticos da metrópole, ao invés de que seja apenas em horas específicas? Imagine (apenas como um exercício de imaginação) bloquear algumas ruas ou avenidas e não sair de lá – até mesmo acampar, até que as exigências sejam satisfeitas? Os primeiros a sofrerem seriam os detentores do dinheiro. E vou explicar o porquê. Os trabalhadores não poderiam pagar, pois estariam sendo impedidos de chegar aos seus trabalhos. A população não sofreria, pois não haveria violência, mas uma resistência pacífica. Porém, os detentores do capital veriam do dia para noite a fonte de sua renda ser paralisada. A pressão viria de todos os lados sobre o governo, tanto no plano internacional quanto no plano interno, afinal, sem força de trabalho o país não anda e essa força somos nós.
Por isso é importante contrabalancear a pauta com reivindicações de direita e de esquerda, para não cairmos no populismo, nacionalismo e ufanismo, não nos debandarmos para a direita ou a esquerda radical.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A Primavera Brasileira - por Pâmela Danitza

A Primavera Brasileira
por Pâmela Danitza Lozano Carvalho

Desde o começo deste movimento ora em curso pelo país, tenho vislumbrado com otimismo a oportunidade  de transformações reais em nosso querido Brasil. O que começou como um movimento relativo ao preço do transporte público, rapidamente tomou a forma de um grande clamor por mudanças estruturais positivas  em todos os setores.

As manifestações que se espalham pelas cidades, grandes, médias e pequenas, refletem a gigantesca insatisfação de todos com os desvios de rumo do país: corrupção, má gestão dos recursos públicos, a saúde  mal administrada e de baixa qualidade, a educação sem recursos e muito distante do desejado, a morosidade da justiça, a violência policial, a criminalidade em alta, os carteis em vários setores da economia com a conivência das autoridades, a impunidade, o jogo político sujo e imoral, o descumprimento de decisões da justiça, as tentativas políticas de frear investigações, a falta de transparência nos gastos e contratos públicos, o descaso com os idosos, o abandono das autoridades para com as necessidades e causas dos jovens, o transporte público de péssima qualidade, o descaso para com as questões ambientais, a imposição de pequenos e poderosos grupos sobre a maioria, a manipulação das informações...

Os brasileiros que saíram às ruas pedem mudanças! Todos sabem que está ao alcance das autoridades fazer valer as leis já existentes ou criarem novas leis que reflitam os desejos da sociedade por mudanças. Chega de descaso, morosidade e incompetência. Países que saíram do atraso investiram pesado em educação de qualidade e melhoria da saúde. Sabemos que há recursos - a questão é o mal gerenciamento destes recursos. O Brasil não suporta mais a administração daqueles que não tem conhecimento e competência profissional, mas são apenas apadrinhados sem qualificação. O Brasil não aguenta mais os que criticam, mas quando têm a oportunidade, nada fazem, apenas usufruem das vantagens dos cargos e não correspondem e nem fazem jus aos seus salários.

Várias causas chegam às ruas através de bandeiras do povo, dos estudantes, dos intelectuais, dos esclarecidos. Uma primavera brasileira começa. Não dá mais para ficar 'deitado eternamente em berço esplêndido'. O lema agora é 'verás que um filho teu não foge à luta'.

Resumi as principais propostas que vi nesta primeira fase dos protestos. São causas reais e necessárias. Ouvi amigos meus aqui da USP, ouvi professores (da USP e do IF). Falo dessas propostas cheia de esperança. São cinco pautas principais de Reivindicações. Vamos a elas:

1. Educação
10% do PIB investidos na Educação.
Implementação em todas as Escolas de uma ou mais Disciplinas que tratem diretamente da questão da ‘Cidadania e da Política’.
Disciplinas que tratem da análise das profissões no contexto do Mercado de trabalho, Preparo e Orientação Vocacional, e inserção do jovem no mercado de trabalho e no mundo da profissão.

2. Saúde
Mais hospitais, mais médicos e demais profissionais da saúde. Melhor gestão dos recursos da Saúde.

3. Reforma Política
Leis ou ações (ou vergonha na cara dos políticos e partidos) que impeçam que aqueles que estiverem em exercício de cargo público, e já tiverem sido condenados por instâncias máximas da justiça, continuem em seus cargos. O afastamento temporário, no caso de recursos, também vale.
A completa utilização em todas as instâncias públicas do Portal da Transparência.
Regras que regulamentem o financiamento das campanhas sem as maracutaias e desvios já conhecidos.
A discussão de uma ampla reforma política que atenda aos anseios da população por uma representação de fato justa e ética.
Não às leis que tentam impedir as investigações contra os políticos (não a PEC 37).

4. Reforma do Judiciário
Entre as várias necessidades, a modificação de leis ou sistemas que tornam a justiça brasileira muito lenta. Também é necessário atender com verdadeira justiça aos que de fato precisam e não aos interesses escusos dos poderosos.
Diminuição dos prazos de tramitação e da quantidade de recursos que só atrasam a justiça e a tornam excessivamente morosa.

5. Corrupção
Punição rigorosa para os casos de corrupção.
Criação de disque-denúncia para os casos de corrupção em todas as esferas de ação do poder público.

Um exemplo dessas ações é o investimento em educação. Atualmente, o Brasil investe 5,2% do PIB na Educação. Investir 10% significa ‘dobrar’ os recursos em todas as áreas (infra-estrutura, capacitação, salários, materiais, pesquisa, extensão, etc.). Com um Projeto Claro de Investimento e Acompanhamento dos Resultados, não há dúvidas de que isso pode revolucionar a Educação.

Eu voltarei para falar mais dessa nossa Primavera. E de mais causas. Vamos Brasil, acorda!!!

(*) Pâmela Danitza Lozano Carvalho é uma jovem paulista engajada nessa mudança que está em curso no país. É estudante de Letras na USP. É graduada em Relações Internacionais.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Clamor dos Brasileiros: Carga Tributária de Primeiro mundo, Serviços Públicos de Terceiro mundo


Carga Tributária de Primeiro mundo, serviços Públicos de Terceiro mundo

Estudo feito pelo IBPT mostra que a carga tributária brasileira vem crescendo continuamente. Em 1986 ela era de 22,39% do PIB, passando para 29,91% em 1990, para 30,03% em 2000, para 34,4% em 2010, para 36,02% em 2011 e para 36,27% do PIB em 2012.

O trabalhador brasileiro trabalha quase cinco meses ao ano apenas para pagar impostos e tributos, e outros quatro meses para pagar à iniciativa privada por serviços que deveriam ser oferecidos pelo governo (saúde e educação).

Há três anos, em 2010, entre os países da América Latina, o Brasil já possuía a mais alta Carga Tributária:


Os últimos governantes na era do plano real (presidentes FHC, Lula e Dilma) prometeram que, se eleitos, fariam de tudo para reduzir a alta carga tributária. É desnecessário dizer que NÃO cumpriram suas promessas. Pior, permitiram que ela aumentasse. Isso não é retórica contra o governo – é um fato demonstrado pelos próprios órgãos governamentais que alardeiam em alto e bom som o aumento da arrecadação de impostos.

No governo FHC, na onda das privatizações, o governo anunciava que isso tornaria o Estado mais leve e mais dinheiro seria investido na melhoria dos serviços públicos. A Carga Tributária subiu pouco, mas NÃO caiu como era previsto pelo choque de tantas privatizações.

Nos governos LULA e DILMA, a despeito das promessas, além de NÃO baixar, o peso dos Impostos e Tributos voltou a subir em forte ritmo e, se nada for feito, no final desta década chegaremos aos 40% de impostos relativos ao PIB.

O problema é que temos Carga Tributária de países de primeiro mundo e serviços públicos de países pobres. E o Brasil não é um país pobre.

Vários estudos comprovam a péssima qualidade dos serviços públicos oferecidos no Brasil, quando comparados com outros países:

1. Entre os 30 países de maior carga tributária do mundo, Brasil oferece o menor retorno em serviços públicos de qualidade:

2. Diversos países têm menor carga tributária que o Brasil e oferecem serviços públicos de muito maior qualidade. Basta ver o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e a carga tributária desses países. No Brasil, o IDH é de 0,80 (bem distante dos países abaixo citados):

País
Carga Tributária em % do PIB
IDH (mais próximo a 1, maior o desenvolvimento)
Estados Unidos
24%
0,95
Japão
25,30%
0,96
Irlanda
27,90%
0,96
Coreia do Sul
25,80%
0,93
Austrália
30,68%
0,97
Grécia
29,40%
0,95
Suíça
30,03%
0,96
Canadá
31,10%
0,95
Espanha
30,70%
0,95
Nova Zelândia
31%
0,94

Outros países têm Carga Tributária mais alta que o Brasil, é fato. Por exemplo, Finlândia (43%) que tem o IDH de 0,892 (16º melhor do mundo) e o melhor sistema educacional do mundo comprovado em testes internacionais, e a França (41,9%), com um IDH de 0,95 (8º do mundo).

O clamor que se vê pelo aumento das passagens de ônibus, como pode se inferir por esses dados verdadeiros, tem fundamentação numa insatisfação generalizada com o peso da máquina pública, sua ineficiência e a corrupção do sistema. 

Posturas Sustentáveis do dia a dia

A mudança começa hoje, com você. Ótimo vídeo postado pelos meus alunos:




Lixo, um problema de todos

Outra excelente abordagem sobre a questão do Lixo


Jornal da Sustentabilidade

Um excelente trabalho com um tom jornalístico:


terça-feira, 11 de junho de 2013

Notícia da Folha: Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação, diz socióloga

Como eu postei uma reportagem que mostra problemas no Bolsa Família, até pelo direito do contraditório, publico hoje outra reportagem da Folha, esta, favorável ao Programa. A entrevista é boa e a pesquisa também. Apenas é importante lembrar que, como pesquisadora, ela fez uma escolha qualitativa e deixou a estatística de lado. 

11/06/2013 - 10h37

Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação, diz socióloga


ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO

Dez anos após sua implantação, o Bolsa Família mudou a vida nos rincões mais pobres do país: o tradicional coronelismo perde força e a arraigada cultura da resignação está sendo abalada.
A conclusão é da socióloga Walquiria Leão Rego, 67, que escreveu, com o filósofo italiano Alessandro Pinzani, "Vozes do Bolsa Família" (Editora Unesp, 248 págs., R$ 36). O livro será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila do shopping Pátio Higienópolis. No local, haverá um debate mediado por Jézio Gutierre com a participação do cientista político André Singer e da socióloga Amélia Cohn.
Durante cinco anos, entre 2006 e 2011, a dupla realizou entrevistas com os beneficiários do Bolsa Família e percorreu lugares como o Vale do Jequitinhonha (MG), o sertão alagoano, o interior do Maranhão, Piauí e Recife. Queriam investigar o "poder liberatório do dinheiro" provocado pelo programa.

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