O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) confirmou nesta sexta-feira:
os neutrinos não
se deslocam mais rápido do que a luz. A declaração do CERN põe fim a uma
discussão iniciadaem setembro do ano passado,
quando a equipe Ópera anunciou
que alguns neutrinos haviam percorrido os 730 quilômetros superando
ligeiramente (por 6 km/s) a velocidade da luz no espaço (cerca de 300.000
km/s), considerada até o momento um limite insuperável. Caso essa hipótese
fosse confirmada, a física moderna teria que ser revista, inclusive a Teoria da Relatividade,
que propõe que nenhum corpo com massa
pode superar a velocidade da luz.
"Os neutrinos
enviados do laboratório de Gran Sasso (Itália) respeitam o limite de velocidade
cósmica", afirmou o diretor de pesquisa do CERN, Sergio Bertolucci, na
Conferência Internacional sobre Física e Astrofísica dos Neutrinos em Kyoto, no
Japão. As informações sobre o anúncio foram divulgadas no Twitter e no site do
CERN.
"Os quatro
experimentos feitos em Gran Sasso - Borexino, Icarus, LVD e Opera - mediram uma
velocidade dos neutrinos comparada à velocidade da luz. Isso põe em evidência
que os resultados captados pelo Opera em setembro podem ser atribuídos a um
erro no sistema de medição de seu sistema de fibra óptica", afirmou
Bertolucci. "Apesar de este resultado não ser tão interessante como alguns
queriam, no fundo é o que todos esperávamos", admitiu o pesquisador.
Logo após ser divulgada a informação de que os neutrinos tinham viajado
a uma velocidade superior à da luz em 20 partes por milhão, o CERN reagiu com
prudência e pediu imediatamente novas medições independentes.
"O fato chamou a atenção do público, e deu às pessoas a oportunidade de
ver o método científico em ação. Um inesperado resultado pôs o estudo sob olhar
público e permitiu a colaboração de diferentes experimentos para verificar os
resultados. Assim é como a ciência avança", disse Bertolucci.
Em março, o
CERN já tinha adiantado que os resultados obtidos pelos novos experimentos
refutavam a ideia de que os neutrinos tinham viajado mais rápido que a luz.
Naquela ocasião, o centro explicou que a conclusão sobre o caso seria anunciada
dois meses depois, o que acontece agora.
O
que é um neutrino?
Neutrinos são partículas subatômicas (como o elétron e o próton), sem carga elétrica (como o nêutron), muito pequenas e ainda pouco conhecidas. São gerados em grandes eventos cósmicos, como a explosão de supernovas, em reações nucleares no interior do Sol e também por aceleradores de partículas. Viajam perto da velocidade da luz e conseguem atravessar a matéria praticamente sem interagir com ela. Como não possuem carga, não são afetados pela força eletromagnética. Existem três variantes de neutrinos: o neutrino do múon, o neutrino do tau e o do elétron.
Neutrinos são partículas subatômicas (como o elétron e o próton), sem carga elétrica (como o nêutron), muito pequenas e ainda pouco conhecidas. São gerados em grandes eventos cósmicos, como a explosão de supernovas, em reações nucleares no interior do Sol e também por aceleradores de partículas. Viajam perto da velocidade da luz e conseguem atravessar a matéria praticamente sem interagir com ela. Como não possuem carga, não são afetados pela força eletromagnética. Existem três variantes de neutrinos: o neutrino do múon, o neutrino do tau e o do elétron.
Por que um corpo com massa não é capaz
de atingir a velocidade da luz?
De acordo com as equações da Teoria da Relatividade, quanto mais um corpo se aproxima da velocidade da luz, mais energia é necessária para que ele continue ganhando velocidade. Essa energia teria que ser infinita — uma quantidade maior, por exemplo, do que a existente no universo — para que esse corpo fosse acelerado até a velocidade da luz.
De acordo com as equações da Teoria da Relatividade, quanto mais um corpo se aproxima da velocidade da luz, mais energia é necessária para que ele continue ganhando velocidade. Essa energia teria que ser infinita — uma quantidade maior, por exemplo, do que a existente no universo — para que esse corpo fosse acelerado até a velocidade da luz.
Entenda o
experimento Opera
Os pesquisadores enviaram neutrinos, um tipo de partícula subatômica, dos laboratórios do CERN, na Suíça, para outras instalações a 732 quilômetros em Gran Sasso, na Itália, e descobriram que elas chegaram 60 bilionésimos de segundo antes da luz. A equipe fez a medição 16.000 vezes e chegou a um nível estatístico que a ciência aceita como descoberta formal. Depois, contudo, foi confirmada uma falha nos equipamentos de medição.
Os pesquisadores enviaram neutrinos, um tipo de partícula subatômica, dos laboratórios do CERN, na Suíça, para outras instalações a 732 quilômetros em Gran Sasso, na Itália, e descobriram que elas chegaram 60 bilionésimos de segundo antes da luz. A equipe fez a medição 16.000 vezes e chegou a um nível estatístico que a ciência aceita como descoberta formal. Depois, contudo, foi confirmada uma falha nos equipamentos de medição.
Revista Veja Online - 08/06//12 (Com Agência EFE)
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