segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Súplica

Súplica
Frank Viana Carvalho

Tenho andando com o coração tão inquieto
Que, somente ao Teu lado, tendo a Ti bem perto
É que no fim do túnel, consigo avistar uma luz
E sinto diminuir meu fardo, o peso da minha cruz

A felicidade, a paz, o sossego e a segurança
Se foram há tanto tempo, não os tenho como herança
E mesmo no convés do meu barco, sinto o mesmo adernar
Tão tempestuosas são as águas deste revolto mar

A experiência e o discernimento não me mostram uma saída
O que me faz pensar que na jornada da vida
A felicidade, tão almejada, é apenas passageira
(Pois) quando a queremos, ela deixa a viagem, sorrateira

E assim, as coisas que mais almejamos e amamos
Parecem nunca ocorrer da maneira que planejamos
Mas não desisto, persisto, buscando ainda encontrar
Um porto, um refúgio, para meu barco atracar.

Compus este poema em 1986, em um momento de reflexões difíceis e angustiantes. Bem, o tempo passa e é interessante olhar para trás para revisitarmos nossos conceitos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Os poemas não envelhecem jamais. Nós é que mudamos e nos percebemos diferentes quando nos reencontramos com o que um dia verdadeiramente fomos...

Anônimo disse...

Não sei se apreciei mais o poema ou o comentário. Ambos me tocaram profundamente. Parabéns....Kátia.

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