quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Milhões de Elos Perdidos - Desconforto para o acaso cego

Algumas camadas geológicas mostram grande quantidade de registros fósseis, com significativas diferenças de complexidade surgindo no período cambriano. É um problema para a teoria, a chamada “explosão cambriana”.

O modelo sugere que eles deveriam 'ter surgido aos poucos' nas diferentes camadas, e 'das formas mais simples para as mais complexas'.

Do período total dedicado à vida na escala evolutiva, a teoria estabelece para a explosão cambriana um tempo total de menos de 1% de todo o tempo evolutivo (1). Muitos teóricos convictos vêm nisso um sério problema.

O cientista Samuel Bowring, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, cuja especialidade é datação de rochas, faz o seguinte comentário: "E o que eu gosto de perguntar a alguns dos meus amigos biólogos é ‘quão rapidamente a evolução pode acontecer, antes que eles se sintam desconfortáveis?’ (2)

Fósseis de peixes e animais marinhos foram encontrados no alto da cordilheira dos Andes e em outras grandes montanhas do mundo. Essa constatação é desconfortável porque reforça a ideia de uma inundação universal negada por vários defensores do acaso cego.

A Terra é demasiadamente adaptada à vida (atmosfera, água, solo, alimentos, estações, inclinação do eixo, distância do sol, etc.). Só o acaso daria conta de explicar como tantos fatores coincidentes tornaram este mundo propício à vida?

A excessiva complexidade dos seres vivos, suas partes componentes (DNA, RNA, Células; olhos, cérebro, etc.) e seus ciclos vitais (digestão, reprodução, circulação, autodefesa, etc.) apontam para a ideia de propósito (teleologia). O problema para a teoria é que cálculos estatísticos da quantidade de mutações e de tempo (para elas ocorrerem) levarem ao atual nível de complexidade chegam a números inimagináveis.

A impossibilidade (até o momento) de se produzir vida a partir de não vida (matéria inorgânica), mesmo com os mais sofisticados recursos científicos disponíveis e os melhores laboratórios (nas melhores condições) é um problema óbvio e um assunto evitado. Se vida só provem de vida, isto leva a um ser vivo inicial, primordial. Como ele surgiu e de onde ele terá vindo? Nesse ponto alguns irão relativizar o conceito de vida para favorecerem suas hipóteses...

Organismos com todas as condições para manter a vida, não se mantém e sementes não apresentam nenhuma condição básica para apresentar vida (aparentemente matéria orgânica morta) – mas ao serem plantadas, germinam ...

“A este nível, o conceito de vida apresenta dificuldades tão grandes que os cientistas não conseguiram elaborar uma definição única, que satisfaça aos distintos ramos da Biologia relacionados com o problema da vida.” A vida (“anima”, essência vital) constitui-se um mistério.

A necessidade de que os primeiros seres vivos (embora simples) já surgissem com características básicas vitais: reprodução, transmissão dos caracteres aos descendentes (DNA, RNA), digestão e autodefesa é um gigantesco problema para a teoria.

Ainda não se encontrou uma explicação que satisfatoriamente monte este intrincado quebra-cabeça.

Os cálculos matemáticos e estatísticos para as probabilidades do surgimento da vida ao acaso, das mutações como fatores de mudanças positivas, das variações cumulativas de espécies mais simples para espécies mais complexas, da adaptabilidade da Terra à vida mostram, na verdade, muitas improbabilidades. Segundo alguns matemáticos e estatísticos, algumas probabilidades de tão diminutas que são, chegam mesmo a ser consideradas como impossíveis. Como explicar a teoria por estes caminhos probabilísticos tortuosos sucessivos (e considerados impossíveis)?

Para alguns cientistas faltam evidências fósseis suficientes para se montar uma cadeia evolutiva significativa de diferentes espécies animais.

Os elos são frágeis e na maioria incompletos. Aqui voltamos ao famoso ‘elo perdido’. Bem, na verdade, a expressão deveria ser modificada para ‘milhões de elos perdidos’.

Segundo a teoria, o homem de Neandertal, bem como o homo erectus, eram mais aptos para a sobrevivência do que os diferentes grupos de símios, pois podiam construir ferramentas, se comunicar e estabelecer sociedades hierárquicas. Se estes antepassados do homem eram mais aptos que os diferentes grupos de símios, por que estes sobreviveram (mesmo sendo menos aptos) e estes antepassados do homem (Neandertal, Erectus), considerados elos evolutivos do 'homem', não sobreviveram (até hoje)? Mas a resposta já está pronta: os símios que vemos hoje são o resultado da evolução dos símios antigos. Simples, né?

O sistema de coagulação do sangue, o olho e a visão, o metabolismo das células, entre vários outros, possuem uma complexidade que não pode ser reduzida sem perder seu funcionamento e utilidade. É o que o cientista Michael Behe chama de “complexidade irredutível”. (3)

A seleção natural só consegue selecionar sistemas que já estão em funcionamento. Como sistemas biológicos não podem ser produzidos gradualmente, eles teriam de ter surgido de uma única vez, o que é um completo absurdo, seja pelos conhecimentos de ciência biológica e bioquímica, seja pela matemática e estatística.

Como explicar o surgimento ao acaso (no ser humano) da inteligência, razão, livre arbítrio, planejamento, sonhos, memória extensiva?

Como explicar a metafísica, o transcendental e o sobrenatural?

Como explicar a constante busca humana pelo desconhecido e superior? Como explicar a busca do divino nas civilizações antigas e modernas?

O neodarwinismo afirma que estas coisas são naturais no ser humano, mas não pertencem ao mundo da ciência e portanto não o fazem objeto de suas investigações.

Vamos ao BIG BANG. Como explicar o surgimento da 'matéria' inicial? Ela sempre existiu? Não tem origem? É preciso uma 'crença' na teoria para justificar o que não se pode explicar? Seria isso 'fé' na teoria?

Na observação do mundo natural, todas as coisas e seres deixados a esmo tendem a entropia, à degradação e a uma diminuição da complexidade e não o contrário. Mas a teoria afirma o contrário...

Referências:
(1) S. A. Bowring, J. P. Grotzinger, C. E. Isachsen, A. H. Knoll, S. M. Plechaty e P. Kolosov, "Calibrating Rates of Early Cambrian Evolution", Science 261 (1993):1293-1298; C. Zimer. "Fossils Give Glimpse of Old Mother Lamprey", Science 286 (1999):1064-1065.
(2) Citado por M. Nash, "When Life Exploded". Time 146 (1995)23:66-74.
(3) M. J. Behe, A Caixa Preta de Darwin: O Desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução (Rio de Janeiro; Jorge Zahar Editor, 1997), pp. 50-51.
Site da Imagem: quodilbeta.blogspot.com

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