Maturidade, liderança e viver para servir
(Frank Viana Carvalho)
Cheguei, sem aviso, à aurora madura,
Muitos encargos: psiquê serena, alma insegura.
Minha contínua e eterna busca de sentido,
Jamais me cansando do caminho vivido.
Ah, se eu soubesse o quão árdua é a lida,
de sair são da crise bem-vinda, mas sofrida...
Ah, essa crise que a idade nos traz:
Ver o futuro no presente olhando para trás.
Não é do passado que sinto saudade -
Quem me dera, às vezes, tal suavidade!
Mas mesmo nisso, com lucidez e contentamento,
Vejo que vivi bem cada fase, cada tempo.
Houve momentos de equívocos em boa intenção,
E acertos em erros que o tempo tirou da razão.
Guardei a fé e a força, firme e silente,
Pois o líder sofre, não fala, mas sente.
Quantos anseios, em vão, me tentaram
Fugir dos silêncios que me habitaram...
Tantas presenças belas, tão raras,
Mas são poucas as almas sinceras e claras.
Poucos os olhos que querem ouvir,
Poucas as mãos dispostas a servir,
A doar-se, sem peso ou vanglória,
A ofertar pela vida, não por vitória.
E concluo em mim esse fado aceito,
Trilho que a vida traçou em meu peito.
Às vezes hesitei, sim — mas fui resiliente:
Sei que servir é viver, para quem é consciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário