A Teoria de EDGAR MORIN
No
mundo todo, o currículo escolar é mínimo e fragmentado (dividido em várias
matérias que muitas vezes não aproveitama interconexão que têm entre si). Para
ele, essa estrutura não oferece a visão geral e as disciplinas não se
complementam nem se integram, dificultando a perspectiva global que favorece a
aprendizagem. O conjunto beneficia o ensino e não a aprendizagem, porque o
aluno busca relações para entender. Assim, só quando sai da disciplina e
consegue contextualizar é que ele vê ligação com a vida.
A
escola, a exemplo da sociedade, se fragmentou em busca da especialização.
Primeiro, dividiu os saberes em áreas e, dentro delas, priorizou alguns
conteúdos. Para que as idéias de Morin sejam implementadas na educação, é
necessário reformular essa estrutura, uma tarefa complicada. É difícil romper
uma linha de raciocínio cultivada por várias gerações, mas é perfeitamente
possível. Bons exemplos são os trabalhos com “Projetos”, onde várias
disciplinas são integradas através de um tema comum. Outro exemplo é pedir que
os alunos usem um só caderno para todas as disciplinas. Isso acaba com a
hierarquia que muitas vezes existe entre as matérias e mostra que nenhuma é
mais importante que as outras. Na verdade, todas estão interligadas e são
dependentes entre si. A grande marca de Morin na educação mundial é certamente seu
livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”. Os sete saberes
indispensáveis enunciados por Morin são eixos e, ao mesmo tempo, caminhos que
se abrem a todos os que pensam e fazem educação e que estão preocupados com o
futuro das crianças e adolescentes. O texto de Edgar Morin tem o mérito de
introduzir uma nova e criativa reflexão no contexto das discussões que estão
sendo feitas sobre a educação para o Século XXI. Aborda temas fundamentais para
a educação contemporânea, por vezes ignorados ou deixados à margem dos debates
sobre a política educacional.
São
eles:
1.
As
cegueiras do Conhecimento: o erro e a ilusão (O conhecimento é um farol que
ilumina o caminho, no entanto, o conhecimento nos leva até as suas fronteiras.
No processo de adquirir o Conhecimento, o erro tem papel fundamental – ele deve
ser usado na aprendizagem. Por outro lado, se soubermos algo de forma
equivocada; ou se o conhecimento é incompleto; ou ainda se um conhecimento que
adquirimos não for verdadeiro e nos fixarmos nele, se o tomamos por verdade
absoluta... Assim, vemos que há “cegueiras no conhecimento e no processo de
aquisição do mesmo e podemos nos iludir de que sabemos, ou de que alcançamos a
verdade sobre um determinado assunto)
2.
Os
princípios do conhecimento pertinente (O conhecimento precisa fazer sentido,
ser ligado e interligado a outros saberes. Não precisamos saber tudo, mas
precisamos saber o necessário. Sua pertinência, interligação e inter-relação
indica sua importância e utilidade);
3.
Ensinar
a condição humana (Somos seres complexos, não apenas entidades físicas. Somos
seres com aspectos sociais, psicológicos, afetivos, espirituais, cognitivos...
A condição humana é a condição da limitação, mas ao mesmo tempo do potencial;
da certeza e das dúvidas, do simples e do complexo; do saber e não saber; da
contradição e da superação – tudo isso nos faz essencialmente humanos);
4.
Ensinar
a identidade terrena (Vivemos em um lindo planeta que nos dá identidade,
presença e significado no Universo. Nossa condição terrena é a da finitude – os
recursos e a vida no planeta são finitos. Assim, devemos cuidar um do outro e
do nosso planeta, seus recursos);
5.
Ensinar
a reconhecer e enfrentar as incertezas do nosso tempo (Na vida temos poucas
certezas, embora o mundo moderno queira nos passar exatamente a ideia
contrária. Até mesmo a ciência deve trabalhar com a ideia de que existem muitas
coisas incertas (Princípio da Incerteza).
6.
Ensinar
a compreensão (A comunicação humana deve ser voltada para a compreensão;
ensinar a tolerância, o respeito e a abertura ao próximo);
7.
A
ética do gênero humano (É a antropoética (antropós – homem), ancorada em três
elementos – indivíduo, sociedade e espécie. O princípio da reciprocidade - Não
desejar aos outros aquilo que não quer para você. Ensinar a consciência de uma
Terra-Pátria que se traduza em uma vontade de realizarmos a cidadania terrena).
Fontes:
MORIN,
Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Editora
Cortez, 2000.
Abril:
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/materias_296365.shtml
Infoescola:
http://www.infoescola.com/pedagogia/a-educacao-segundo-edgar-morin/
Conteúdo
Escola: http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/89/27/
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