Frank V. Carvalho
A comparação entre os salários oferecidos em um concurso público da prefeitura de Vila Rica, no interior do Mato Grosso, para professores e operadores de máquinas está dando o que falar. Mas não é para menos, pois no referido concurso, enquanto a remuneração inicial oferecida a um operador de escavadeira hidráulica, com ensino fundamental incompleto, é de R$ 1.291,98, o salário para um professor com ensino superior completo é de R$ 1.246,32.
Ou seja, em um país que deseja ser primeiro mundo, entrar para o conselho de segurança da ONU, erradicar a miséria e ser uma referência democrática no mundo, esse concurso apenas deixa claro que a Educação NÃO é a prioridade número um de nossos governantes.
O piso salarial nacional dos professores é de R$ 1.187,00 para 40 horas semanais e vale para todos os docentes que atuam da educação infantil ao ensino médio.
Reclama-se muito na mídia em geral que faltam bons profissionais em educação no Brasil. Mas como atrair para o magistério os melhores profissionais se oferecemos um Salário tão baixo?
O valor do piso salarial dos professores não chega a dois salários mínimos. Como estimular uma pessoa a fazer faculdade e a ingressar numa carreira de educador, quando as oportunidades de estudar MUITO MENOS e ganhar mais se multiplicam escancaradamente diante de nossos olhos (exemplos como o do concurso acima não faltam)?
Os últimos governantes sempre dizem que fizeram mais pela educação dos que os seus predecessores. Mas o que estes fatos evidenciam é que esses discursos NÃO batem com a realidade.
Como um professor que ganha R$ 1.187,00 vai poder investir em educação continuada? Como dobrar a jornada para aumentar os rendimentos se este é o piso por 40 horas? O incrível é que muitos professores fazem malabarismos para se desdobrar em duas ou três jornadas diárias. Logicamente isso compromete a qualidade de seu trabalho.
Será que há solução? Com certeza, sim. Mas ela ocorrerá?
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