"O Dilema das Redes" (o filme) trouxe à tona um assunto do qual falo há muitos anos. Será que você entende? O face é uma bolha, uma caverna diria Platão, ou ainda uma caixa de ressonância onde o algoritmo do Facebook te envolve, cerca e isola de acordo com pessoas, ideias, modelos, produtos e coisas ligadas ou relacionadas à sua visão de mundo. Nas palavras do próprio Zuckerberg, dono do face, esse algoritmo sofreu alterações: "Na medida que rodarmos essas mudanças, você verá menos conteúdo público como posts de empresas, marcas e sites de notícias. E o conteúdo público que você receberá seguirá os mesmos padrões — ele deve encorajar interações significativas entre as pessoas.”... Bem, no entanto, essas mudanças anunciadas com pompa e circunstância no final de 2018 isolaram os usuários em bolhas ainda mais herméticas. Se no passado isso já me aborrecia, com as mudanças e a polarização crescente da sociedade brasileira, começando em 2016, mas sobretudo em 2018 e 2019, começaram a aparecer na linha do tempo posts e mais posts com palavras ou demonstrações de incompreensão e intolerância, além de posts inúteis, fúteis ou 'nonsense', como se muita gente estivesse meio perdida nessa onda bizarra de agressividade e ódio que inundaram as redes sociais. Isso sem falar nos posts que incentivam a polarização da sociedade ao invés do diálogo e da harmonia. Sei que há muitas exceções.
Contudo tudo isso parece uma corrida rumo ou em meio a insanidade. Talvez muitos, quiçá estejam todos (sem exceção - eu inclusive) enlouquecendo coletivamente. Será que dá para sair desta caverna e ver novamente o mundo real? Ou o mundo real transformou-se nessa caverna-bolha digital? Em razão disso, já em 2016 e 2017, e posteriormente, em 2019 - 2022 desativei minha página no facebook por longos períodos, com breves retornos, e uma vez a conta do Instagram. Nessas ocasiões, é claro, meus amigos só podiam me encontrar no Messenger, pois a desativação não cancela a conta ou os contatos com os amigos. O período fora do face, no meu caso, é sentir-me sair da bolha (dessa bolha). Valorizo muito as amizades e o companheirismo que as redes sociais propiciam e ajudam a manter (com o risco de afastar os que estão perto, enquanto se tenta aproximar os distantes), mas o algoritmo do face continua incapaz de ler as minhas expectativas do que deveria ser a rede. Depois que comecei a desativar a página, o período mais longo que fiquei foi em 2020, mas percebia que muita coisa continuava igual. Logo, o que me restava de perspectiva era sair, não logar ou desativar a página, e foi o que fiz. Ultimamente sinto que devo fazer o mesmo em relação ao Instagram. Bem, se um dia desses não me encontrar lá no facebook ou instagram, essa é a única explicação. Abraços fraternos.
Frank Viana Carvalho