sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A TV e o Comportamento das Pessoas


Se TV não influenciasse o comportamento das pessoas, não haveria por parte dos anunciantes ações de merchandising (anúncios indiretos) e nem mesmo propagandas (anúncios diretos). 

A grande verdade (que alguns profissionais da TV gostariam de negar) é que existem pesquisas suficientes feitas por renomadas instituições (Harvard, Unicamp e Cambridge, para citar apenas os estudos mais recentes) que i
ndicam claramente que a TV influencia o comportamento das pessoas na razão direta do tipo de programação e da quantidade de horas que se passa em frente ao aparelho. 





Mas mesmo para quem não é ligado ao mundo das pesquisas acadêmicas, basta ver a influência da TV em coisas simples. Dou três exemplos: os nomes mais colocados nos bebês que nascem nos períodos das novelas que fazem sucesso; as roupas mais usadas (moda) pelas pessoas em determinados momentos e por último, os termos, expressões, apelidos, 'falas' e até comportamentos adotados pela população. 





A última 'moda' em comportamento é 'ser 'piriguete' - (a internet é cruel na definição desse termo: "mulher fácil, que vai para baladas a procura de todos os tipos de homens, que se veste abusando dos decotes e cores, sexualmente vulgar e escandalosa, que normalmente adora perseguir homens de todos os tipos" - é verdade que essa é apenas uma das milhares de definições).





Fonte da Imagem: revistapontocom.org.br

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Projeto "Bocaina, a Rainha das Trilhas"



Nisia Floresta e a Primeira Escola para Meninas do Brasil


  Em seu livro Patronos e Acadêmicos - referente às personalidades da Academia Norte-Riograndense de Letras -, Veríssimo de Melo começa o capítulo sobre Nísia da seguinte maneira: “Nísia Floresta Brasileira Augusta foi a mais notável mulher que a História do Rio Grande do Norte registra”.
     De fato, a história e a obra de Nísia são de uma importância rara. “Infelizmente, a falta de divulgação da obra de Nísia tem sido responsável pelo enorme desconhecimento de sua vida singular e de seus livros considerados de grande valor”, diz Veríssimo.
     A educadora, escritora e poetisa nascida em 12 de outubro de 1810, em Papari, Rio Grande do Norte, filha do português Dionísio Gonçalves Pinto com uma brasileira, Antônia Clara Freire, foi batizada como Dionísia Gonçalves Pinto, mas ficou conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. Nísia é o final de seu nome de batismo. Floresta, o nome do sítio onde nasceu. Brasileira é o símbolo de seu ufanismo, uma necessidade de afirmativa para quem viveu quase três décadas na Europa. Augusta é uma recordação de seu segundo marido, Manuel Augusto de Faria Rocha, com quem se casou em 1828, pai de sua filha Lívia Augusta.
     Neste mesmo ano, o pai de Nísia havia sido assassinado no Recife, para onde a família havia se mudado. Em 1831, ela dá seus primeiros passos nas letras, publicando em um jornal pernambucano uma série de artigos sobre a condição feminina. Do Recife, já viúva, com a pequena Lívia e sua mãe, Nísia vai para o Rio Grande do Sul onde se instala e dirige um colégio para meninas. A Guerra dos Farrapos interrompe seus planos e Nísia resolve fixar-se no Rio de Janeiro, onde funda e dirige os colégios Brasil e Augusto, notáveis pelo alto nível de ensino.
     Em 1849, por recomendação médica leva sua filha, gravemente acidentada, para a Europa. Foi em Paris que morou por mais tempo. Em 1853, publicou Opúsculo Humanitário, uma coleção de artigos sobre emancipação feminina, que foi merecedor de uma apreciação favorável de Auguste Comte, pai do positivismo.
     Esteve no Brasil entre 1872 e 1875, em plena campanha abolicionista liderada por Joaquim Nabuco, mas quase nada se sabe sobre sua vida nesse período. Retorna para a Europa em 1875 e, três anos depois, publica seu último trabalho Fragments d’un ouvrage inédit: Notes biographiques.
     Nísia faleceu em Rouen, na França, aos 75 anos, a 24 de abril de 1885, de pneumonia. Foi enterrada no cemitério de Bonsecours. Em agosto de 1954, quase 70 anos depois, seus despojos foram transladados pra o Rio Grande do Norte e levados para sua cidade natal, Papari, que já se chamava Nísia Floresta. Primeiramente foram depositados na igreja matriz, depois foram levados para um túmulo no sítio Floresta, onde ela nasceu.
     Sua mais completa biografia - Nísia Floresta - Vida e Obra - foi escrita por Constância Lima Duarte, em 1995. Um livro de 365 páginas, editado pela Editora Universitária (da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) que, em 1991, havia sido apresentado como Tese de Doutoramento em Literatura Brasileira da autora, na USP/SP.

Fonte: http://www.memoriaviva.com.br/nisiafloresta/

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Uma Aventura de Carro pelos Caminhos da América do Sul - Capítulo VI


CAPÍTULO VI

ARGENTINA DE NOVO

"Se és capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda a tua vida...". Rudyard Kipling

            Novamente em Gallegos, passamos na casa da sra. Nikolaus, que nos deu um gostoso jantar às 23:00 hs. Conversamos um pouco e saímos dali às duas da manhã para avançarmos para Comodoro Rivadávia. De acordo com o nosso cronograma estávamos um dia atrasados e precisávamos recuperar seguindo direto.
            Para nossa alegria, muita da neve que encontramos  na ida para o Sul, agora havia descongelado e não necessitamos fazer muito uso das correntes. Neste trecho o Binho atropelou um coelhinho "atravessador" de estradas.
            Na nossa rápida passagem por Comodoro, compramos líquido anticongelante e seguimos rumo à Cordilheira dos Andes. Sabíamos que íamos encontrar muito frio.
Um trechinho rural de Bariloche, perto da Cordilheira.
            Uma inquietação reinava dentro de mim: e se o frio da Cordilheira dos Andes for mais intenso do que o que podemos suportar? De início, tudo bem, pois já estávamos enfrentando frio há uns dez dias. Mas eu sabia que o avanço no gelo e na neve seria lento e a nossa experiência nestas situações era apenas de iniciantes.
            Vamos lá, pensei comigo: para todo problema existe uma solução. Poucos quilômetros depois de de Comodoro já começamos a subir. Montanhas e mais montanhas numa sucessão interminável. Assentado no banco traseiro, eu podia contemplar à vontade aquela magnífica paisagem. Lá pelo final da tarde surgiu a pré-cordilheira: altas montanhas, algumas cobertas de neve, outras pelos pinheiros e vegetação de altitude. Começaram a aparecer a nossa frente e a nossa esquerda, pois já tomávamos rumo noroeste.
            A noite chegou e com ela a chuva. Tínhamos receio de que nevasse, embora soubéssemos que não teríamos escolha nos Andes. Evitávamos paradas longas, pois a  simples abertura  das portas esfriava o interior do veículo. A chuva parou, mas em breve retornou trazendo mais frio. Nosso pequeno aquecedor a gás já estava no seu segundo e último bujãozinho descartável. A previsão inicial, segundo o vendedor, é de que ele durasse umas dezoito horas. Mas o primeiro não durou nem seis e isto também nos preocupava. Chegamos em Esquel por volta das nove da noite e nos alegramos, pois dali até San Carlos de Bariloche são apenas uns duzentos quilômetros. Entretanto, a partir daquele ponto encontramos alguns trechos de estradas de terra que iam ficando cada vez mais frequentes e longos, até que esta era a nossa única opção até Bariloche. Inúmeras poças d'agua na esburacada estrada faziam-nos parecer que estávamos em um rali na selva.
  O cansaço já não era muito suportável e para quem estava dirigindo tornava-se cada vez mais importante que o companheiro do lado estivesse acordado. Chuva de novo, e o frio aumentava. De repente surge a temida neve, cobrindo toda a estrada. Neste primeiro trecho foi possível avançar sem correntes. O carro dançava na estrada congelada e a densa escuridão daquelas montanhas só era cortada pelas luzes do nosso farol. Poucas vezes cruzamos com outros carros naquela região. Embora parecesse que seguíamos rápido, a noite se mostrava longa e o nosso alvo mais distante. A neve aumentou e tivemos que parar e colocar as correntes. Nevava muito e o frio fora do carro era insuportável. Quem desceria para colocar as correntes? Antes que começássemos a analisar a situação, o Binho prontamente se dirigiu para fora do carro e foi pegar no porta-malas o instrumento indispensável para aquela situação.
            Mortos de sono, já quase não falávamos nada. Correntes no chão, o Binho manda manobrar o carro: - Um pouco mais pra frente!... Agora para trás!... Tá bom! de novo! Aiii! Um grito de dor. E quase teve a sua mão atropelada. Ficou muito bravo e não vale a pena relembrar os impropérios que o coitado disse com a mão dolorida. Finalmente as correntes ocuparam o devido lugar e saímos dali. O Binho voltou com as mãos quase congeladas. Dava dó. Pegou o aquecedor e aquecia alternadamente as mãos. Depois foi o Márcio, que também batia queixo naquela hora. Usávamos todas as blusas que tínhamos direito e os cobertores também.
            Aí surge um trecho de asfalto. Vibramos, já devíamos estar chegando. Mas ainda seguimos quarenta quilômetros antes de chegarmos a esperada Bariloche. Com receio de que surgisse neve novamente, embora os primeiros quilômetros de asfalto não dessem indícios de sua presença, não tiramos as correntes. Parece incrível, mas arrastamo-nos a quarenta quilômetros por hora até chegarmos àquela bonita cidade turística.
            Chegamos em San Carlos de Bariloche. A cidade dos esquiadores e amantes do inverno na América do Sul. Era meia noite quando atravessamos o centro da cidade.
            Como estávamos bem perto da fronteira decidimos completar o tanque e aproveitar o preço da gasolina. Desde que havíamos saído de Viedma, uns cinco dias antes, pagávamos apenas metade do preço pelo combustível. É que a lei argentina prevê custo reduzido para o sul do país, a fim de implementar o turismo e o desenvolvimento da região. Assim, abastecíamos apenas com a gasolina especial, de maior octanagem. Na hora de pagar em Bariloche levamos um susto: por ser uma cidade puramente turística e desenvolvida, aquela lei já não prevalece ali. Pagamos caro por um pequeno descuido.
            Deixamos a bela cidade, já dirigindo há três dias sem parar. Seus belos prédios em estilo europeu e suas ruas calçadas com paralelepípedos foram ficando para trás. Ainda havia muita gente na rua quando saímos dali à uma da madrugada. Seguimos, com correntes, embora as ruas de Bariloche não estivessem cobertas com neve.
            Naquele ponto  eu dirigia, e percebi que os dois rapazes dormiam. O cansaço era insuportável e conduzi por apenas uns trinta e cinco quilômetros. Parei do lado da estrada às duas da manhã e uni-me a eles num ronco gostoso. Às cinco e meia despertei e dirigimo-nos para a fronteira com o Chile. Tiramos as correntes e vimos o 12º dia da nossa viagem clarear, avançando novamente por estrada de terra.
            No posto argentino da fronteira tivemos a informação de que a estrada que cruza a cordilheira estava coberta de neve, mas que ocasionalmente tratores trabalhavam removendo-a. Ali a temperatura estava na casa dos quinze graus negativos e tivemos que trocar o primeiro pneu furado da viagem. Enquanto trocávamos o pneu, percebemos, o Binho e eu, que nossas calças estavam se desfazendo em alguns pontos. Depois de gastarmos algum tempo tentando relembrar o que poderia ter motivado aqueles furos, descobrimos a causa.
 - Foi quando estávamos em Rio Gallegos e pegamos aquela bateria emprestada! Disse o Binho.
 - Tem razão! Ainda bem que temos outras roupas por baixo! Completei! Dando risadas.
            Seguimos para a temida travessia às oito e meia da manhã. Apenas uns cinco quilômetros e já tivemos que colocar novamente as correntes. A neve caia como em filmes de natal e o Binho resolveu se divertir um pouco. Pegou o seu skate, que já estava sem as rodinhas e deslisava pelas encostas cobertas de neve em uma montanha próxima. E enquanto eu filmava, o Márcio resolveu deixar marcado na neve o nome da sua namorada.
            Tudo ali era lindo, mas ao mesmo tempo, desolado. A paisagem coberta de neve, tudo branco, fazia daquele lugar um sonho para cada um de nós. Entramos no carro e mais uns oito quilômetros, o sonho começou a virar pesadelo. A camada de neve era muito grossa, cerca de 30 a 40 centímetros; começamos a ter dificuldades para avançar. O gás do aquecedor acabou. O Márcio, que conduzia naquela hora, girava o volante de um lado a outro e acelerava e desacelerava a fim de facilitar o avanço do carro. Só que a neve ficava cada vez mais espessa e o desgaste da embreagem já se fazia notar pelo forte cheiro do disco esquentando. Até que houve um momento que não deu mais. O carro literalmente atolou na neve e ficou preso. Mesmo com as correntes nas rodas de tração, elas deslizavam, pois o fundo do carro já havia encostado na neve. Sem o aquecedor, a temperatura do interior do carro caia rapidamente e passamos minutos angustiosos. Desnecessário émencionar que as muitas histórias de pessoas que morreram em situações idênticas vieram à cabeça dos três no mesmo instante. Olhávamos uns para os outros, preocupados e calados. Imaginei que os dois estivessem me olhando e pensando: e agora homem? Como vamos sair desta?
            Sugeri que descêssemos do carro e empurrássemos. O Binho achou que não ia dar certo, pois o nosso carro era muito pesado e a neve escorregadia. Falei então de minhas experiências de empurrar carros atolados na lama.
 - Na roça dá certo! E a lama é escorregadia também! Falei.
O Binho aceitou a argumentação e descemos. Empurramos o carrão meio de lado para forçar as laterais dos pneus contra o cascalho. Pedimos a Deus que nos ajudasse.
            - Um, dois e ...já! O carro saiu sem maiores dificuldades. Entusiasmado, o Márcio avançou cerca de duzentos e cinqüenta metros e o Binho e eu saímos correndo atrás. Esquecemos de que estávamos na altitude e chegamos no carro com "meio metro" de língua prá fora. Entramos no carro e seguimos agradecidos a Deus pela ajuda num momento crucial.  Um pouco mais à frente encontramos com alguns carros e um ônibus que vinha em comboio. Aí comecei a entender a pergunta do policial argentino na fronteira: - Vocês vão sozinhos? Com receio de que algo de desagradável ocorra, eles atravessam aquele trecho em comboio para que possam se ajudar mutuamente. Mas a visão dos carros nos animou. Se eles chegaram  até aqui, é certo que poderemos chegar lá, pensamos. Mais um pouco à frente e vimos, sucessivamente três tratores limpando a estrada. Naquele trecho havia com certeza mais de meio metro de neve e o trabalho das máquinas era imprescindível. começamos a encontrar descidas e sabíamos que a nossa aventura no gelo e na neve estava prestes a pedir um descanso. Após quarenta quilômetros de travessia de fronteira, chegamos ao posto fronteiriço do Chile. Já sem neve e sem correntes.

Uma Viagem de Carro pelos Caminhos da América do Sul - Capítulo V


CAPÍTULO V

EXTREMO SUL


"As nossas atitudes marcam nossas vidas da mesma forma que nossas vidas marcam nossas atitudes" George Elyot

            Seguimos então para Punta Arenas, pois a informação que conseguimos em Rio Gallegos nos dizia que seria praticamente impossível avançar os 700 km que ainda nos separavam de Ushuaia, no extremo sul. Ao chegarmos na fronteira Argentina/Chile fomos informados de que só poderíamos seguir até Ushuaia se tivéssemos correntes e tração nas quatro rodas. A estrada estava congelada e não havia tratores retirando a neve. Entretanto, poderíamos seguir até Punta Arenas. Nosso carro só tinha tração traseira.
            Com correntes nas rodas traseiras avançamos naquela estrada de terra congelada. Ao chegarmos no Estreito de Magalhães, paramos para tirar fotos e filmar um pouco os limites da América do Sul Continental. Ali lembrei do aventureiro Fernão de Magalhães. Destemido, arrojado e impetuoso, ele partiu da Europa disposto a realizar a primeira circunavegação global. Isto em 1520. Com cinco navios e 277 homens ele saiu para realizar a maior façanha marítima até então. Se conseguisse, ele provaria o que a maioria dos estudiosos já sabia: que a terra era redonda e era possível contorná-la através da navegação. Aportou no sul da Argentina e passou no estreito que leva o seu nome. Dali avistou as grandes fogueiras que os índios faziam na ilha próxima para se aquecerem em meio ao frio intenso. Chamou-a de terra do fogo e o nome ficou. Infelizmente enfrentou diversos problemas em sua viagem, especialmente a partir do pacífico. Parte da tripulação se amotinou, vários morreram de escorbuto e alguns em ataques de índios (quando eles aportaram em alguma ilha). Em uma das ilhas da atual Polinésia Francesa, o próprio Fernão de Magalhães morreu, vítima de um conflito com os indígenas. Aproximadamente três anos depois do início da aventura, um navio completou a viagem chegando à Espanha com 18 homens. O que relataram dava para escrever muitos livros.

            E ali estávamos nós, avistando o estreito e a oito ou dez quilômetros, a ilha da Terra do Fogo.
            Saímos dali a cem por hora avançamos pela estrada de terra, preocupados com duas coisas: queríamos ir e voltar naquele mesmo dia a Punta Arenas, e nossa gasolina estava na reserva. Fomos informados de que talvez houvesse um posto de gasolina por aquelas paragens.
            Após avançarmos uns cem dos 240 quilometros até Punta Arenas, chegamos finalmente a um posto de gasolina. Na verdade eram apenas duas bombas e uma guarita. Elas só possuiam indicador de litros e estavam bem enferrujadas. Mas funcionavam.
            Ao aproximarmo-nos de Punta Arenas passamos a rodar em um trecho asfaltado. Mas uns poucos quilômetros adiante, mais gelo e neve na estrada. Colocando e tirando e colocando de novo as correntes, finalmente chegamos a Punta Arenas.
            O visual era, para nós, de uma cidade suíça. Coberta de gelo, aquela cidade lá no fim do continente tem também os seus encantos.
            Paramos o carro ali, na esquina da rua Mapuche com avenida Manuel Bulnes. A temperatura devia estar na casa dos dez negativos. Havia uma camada de neve de uns trinta centímetros pôr toda parte. O sol havia acabado de se por e os estudantes saíam de suas aulas.
            Ali nossa viagem tomaria rumo norte até o Mar do Caribe, cerca de doze mil quilômetros acima . Mas nada tirava o nosso ânimo. Apenas um pensamento passava em nossa mente: Conseguimos! Atingimos a cidade mais setentrional da parte continental da América.
            Depois de entrevistarmos algumas estudantes, que, a despeito da temperatura usavam saias curtas, partimos de novo. Agora somente rumo norte.
            O frio era muito intenso e começamos a sonhar com as terras tropicais que atingiríamos em cerca de duas ou três semanas. De acordo com os nossos cálculos só teríamos três horas para percorrermos uns cento e oitenta quilômetros, pois o posto fronteiriço fecharia às 22:30 hs. Teríamos pela frente pistas congeladas, asfaltos e terra antes da fronteira.
            Andando no limite, chegamos à fronteira, e deixamos em nossos passaportes quatro vistos em um só dia. 

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